Capítulo 06 - Divisão

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Luiza

Prepotente. Soberba. Extremamente sem educação. Ela era tudo isso e muito mais outros adjetivos irritantes pessoalmente. Com a opinião que eu tinha acabei na verdade só comprovando e acentuando mais meus sentimentos negativos em relação a ela.

Valentina era tão irritante que nem mesmo o fato de ser linda a deixava agradável. Nem os seus olhos absurdamente verdes, nem sua boca muito mais vermelha e nem sua altura e imponência. Tudo era desprezível com sua personalidade caótica e sua maneira arrogante de se referir.

— Não quero você dando confiança para a Valentina. Ela não é uma pessoa maneira, filho — Avisei ao Leonardo que me olhava com paciência conforme entrávamos no quarto do hotel. Igor me avisou quando me deixou aqui que aquilo era temporário e logo mais Valentina avaliasse a lisura do testamento deveríamos nos mudar para mansão, sempre e quando eu quisesse assumir a herança.

— E porque não? Ela me pareceu super legal. Um pouco triste, é verdade, mas não parece ser pessoa ruim — Leonardo julgou como se fosse um homem feito. Não gostei daquele seu jeitinho não, querendo que o tempo parasse agora mesmo.

— Quantos anos você tem, hein? Tá velho... Pode ir parando por aí que eu não quero que o meu neném cresça — Eu falei agarrando ele mais forte. Era meu menininho, minha coisa mais preciosa do mundo e eu queria conserva-lo assim.

— Mesmo se eu crescer vou ser sempre o neném da mamãe — Ele disse a fim de me consolar e achei tão fofo que mais o agarrei. Desgraça de menino lindo esse que eu tinha. Não lembrava nada o pai horrível que um dia dei a ele.

E isso me fazia absolutamente feliz. Léo cresceria amoroso, com um coração lindo e sabendo que uma mulher só mereceria dele respeito e bons sentimentos. Era isso que ele fazia comigo e faria com outras. Espera...

Ele só tem seis aninhos e vai continuar assim por muito tempo, pelo menos até eu desacostumar que ele agora era uma criança com vontades e pensamentos.

— Lindo e cheiroso? — Questionei. E ai dele se dissesse o contrário. Iria ser atacado novamente com uma rodada de beijos bem estalados nele inteirinho.

— Lindo sim, mas cheiroso não sei, porque não quero tomar banho — Falou todo sincero me fazendo colocar as mãos nos quadris em contrariedade.

— Não quer o que seu porquinho? Vem aqui que a mamãe vai te levar para o banho agora — Eu disse e sai correndo atrás daquele sapeca pelo quarto. Quando o peguei o levei direto para o banheiro. Outra vez naquele dia fomos para aquele banho delicioso, mas dessa não queríamos tirar somente suor e sujeira, mas também todo o estresse do dia...

***

A resposta de Igor veio passada uma semana. Segundo ele Valentina havia acionado todos os órgãos que conhecia na tentativa de encontrar uma brecha no testamento que, se não o anulasse por inteiro, ao menos que tirasse a obrigatoriedade de que vivêssemos juntas por um ano.

Nada havia surtido efeito, conforme acabei sabendo e isso significava que se eu quisesse ser beneficiada pelo testamento eu teria que me mudar para mansão.

— E ela vai continuar lá ou decidiu desistir? — Questionei arrumando minha mala para ir até a mansão. Não era pelo dinheiro como a maioria poderia pensar, mas para realizar a vontade da última pessoa que decidiu me estender a mão.

Em pouco tempo eu amei Mauro e vi nele a família que não tive antes de Leonardo. E via em seu pedido uma forma de mantê-lo vivo. Significava que teria uma aproximação com Valentina? Não mesmo, afinal ela era uma escrota, mas ao menos que eu faria aquilo pelo tempo que ele pediu torcendo para não trombar com ela naquela casa gigante.

A família que eu herdei (Versão Valu)Onde histórias criam vida. Descubra agora