Valentina
Estava acostumada a ter as mulheres que sempre quis das maneiras que sempre imaginei. Não houve um dia na vida que não desejasse uma boca e que esta não terminasse a noite na minha.
Sempre fui sensual, atraente e uma sábia na arte da conquista. Envolver com uma conversa, beber uma bebida cara, um convite no ouvido... Nunca me faltou recursos e definitivamente eu poderia ter usado deles para ficar com Luiza.
Não me faltaram oportunidades, por fim. Dormi várias noites com ela sentindo seu corpo quente encaixo nos braços e aquele cheiro gostoso ameaçando tirar meu juízo. Era tão fácil falar umas safadezas no ouvido dela e chamar para foder que algumas vezes eu cogitei. Eu sabia que ela queria.
Após os nossos jantares também era uma forma. Quando os beijos ficavam assanhados, quantos as mãos iam por dentro da roupa, era como estar numa prova de resistência num reality show, mas eu conseguia vencer.
Nessa manhã eu quase colapsei. Imagine a pessoa que você mais quis na sua vida, parada na porta do banheiro da sua casa, te olhando descaradamente e morrendo de vontade de tocar seu corpo... Eu tive isso e precisei de toda força dos meus sentimentos para não fazer nada ainda.
E ela não entenderia nada, mas não podia ser diferente. Não éramos duas virgens, mas ao menos por mim tive uma péssima primeira vez. Desde então aprendi mais sobre sexo, toques, como fazer alguém gostar e eu desfrutar também, mas nunca senti a pele arrepiar tanto com só beijar uma pessoa como foi com ela.
E algo dentro de mim disse que tinha que ser especial, então eu não neguei isso. Não sabia o que seria de nós, nossa convivência ainda tinha tempo limite, mas de alguma maneira meu coração pediu que ela não esquecesse. Se fosse épico, se fosse inesquecível ela poderia me guardar com ela sempre.
Me submeti, portanto, as ideias mais estapafúrdias de Giovanna. Seus desmandos, seus caprichos e sonhos, suas maiores vontades, tudo com o fim de que chegasse a uma conclusão de como tornar nossa primeira vez algo romântico, minimamente.
Mas Luiza simplesmente surtou e eu não tirava a razão dela. Não teria sido diferente se eu estivesse rendida por uma garota e ela parecesse sutilmente me recusar. Eu, como não era a mais agradável das pessoas, ficaria raivosa, Luiza, que era uma pessoa incrível, terminou realmente magoada.
E como forma de remediar isso eu estava agora cortando a cidade em alta velocidade. Já estava combinada com a babá e também com Giovanna, estava tudo pronto e agora o que era uma grande surpresa que começava com só um pouquinho de insegurança da parte dela.
Quando chegamos ao heliponto Luiza me segurou com mais força. Estava surpresa, era visível em seus olhos, mas também havia um certo fascínio com aquele enorme helicóptero parado aguardando as nossas vontades.
— O que é isso? — Ela falou olhando para ele e depois para mim, seu lindo sorriso despontando em sua face e iluminando toda pista em que estávamos. A agarrei por trás e abracei, distribuindo beijos em seu ombro desnudo.
— Um convite: Uma noite em Angra, eu e você, sem mais ninguém, sem preocupações e cheia de surpresas. Algo bem especial, ameno e delicioso. Algo para lembrarmos a vida toda, seja o que acontecer — Eu disse olhando seus olhos negros por cima do ombro. A maneira como toquei seus lábios deixei as promessas no ar. Não era a finalidade, mas havia uma certa expectativa. Agora ela sabia porque esperei.
— Mas o Léo ele... — Neguei terminantemente e depois minha boca encostou na sua com calma. Nosso suspiro foi compartilhado.
— Eu falei com a babá. Ela ficará com ele até amanhã de manhã — Avisei e ela deu um tapinha no meu ombro um pouco incrédula com a minha audácia. Era uma noite e eu moveria céus e mares para que acontecesse, literalmente...
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A família que eu herdei (Versão Valu)
FanficValentina e Luiza são de mundos totalmente distintos. Enquanto a primeira vive todos os privilégios de ter nascido uma herdeira a outra responde pelos infortúnios de ser uma mãe solteira no auge de sua juventude sem qualquer apoio ou subsídio. Duas...