Capítulo 4

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Acordei na manhã seguinte antes do despertador, 8:30 da manhã. Levantei e fui ao banheiro para fazer minha higiene pessoal. Desço para a cozinha e vejo que papai já fez o café da manhã antes de sair para sua corrida matinal. Não posso negar que tem sido estranho esses últimos dias. Papai raramente passa muitos dias aqui comigo, e ver ele em casa basicamente toda os dias foi um pouco nostálgico. Me faz lembrar de quando mamãe ainda estava aqui, papai sempre tentava estar o mais presente possível na nossa vida. Ver essa mesa de café me deixou feliz por incrível que pareça. Me sirvo de café e torradas enquanto penso no almoço de mais tarde. Finalmente vou conhecer um dos filhos de Samantha estou muito curioso sobre ele e seus irmãos. Ontem a noite aproveitei que papai saiu para levar Apo e Biuld para casa e fui pesquisar novamente sobre eles, aproveitando a dica que papai deu sobre eles terem se formado com honra na Chiang Mai University, mas não achei nada sobre eles. Não posso negar que fiquei levemente frustrado por ter falhado novamente em encontrar algo sobre meus quase "irmãos". Estava tão distraído que não vi quando meu pai entrou pela porta da cozinha me dando o maior susto

- Credo pai, quer me matar do coração. Desde de quando você caminha sem fazer barulho?- falo com a mão no peito, meu coração estava batendo muito rápido.

- Desculpa meu filho, mas eu entrei e dei bom dia e você não me respondeu. Como Apo fala mesmo!? Ah, você está no mundo da lua igual ao Lucas Silva e Silva?!?- papai pergunta rindo.

- Haha, muito engraçado. - falo ironicamente - Pai, que horas iremos sair?- pergunto cauteloso.

- Vamos sair por volta das 11 horas, por que a pergunta?- papai me olha desconfiado.

- Para eu poder me arrumar a tempo oras. Quer que eu chegue nesse almoço igual a um mendigo?- respondo tranquilo.

- Tá bom, vou fazer de conta que acredito. Filho, a algo que eu preciso te falar sobre os filhos de Samantha. Sei que você não tem o costume de utilizar honoríficos ao conversar com seu amigos, mas não se esqueça que eles são mais velhos do que você então, por favor os trate com respeito sim!? Chame os mais velhos de Pi e o mais novo de nong, certo!? Você faria isso por mim?- sua pergunta me pegou desprevenido. Não que eu seja mau educado, longe disso. Eu trato com educação os professores e todos os mais velhos mas quando não há diferença de idade entre eu e qualquer outra pessoa eu acabo não utilizando os honoríficos.

- Claro papai, não tem problema. Eu sei ser educado embora as vezes não pareça - digo em tom humorado.

- Ok então. Vou tomar um banho e já desço para tomar café com você. Antes de irmos ao local onde iremos almoçar quero ir a um lugar importante está bem?

- Que lugar importante? Não me diga que pediu ela em casamento e não comprou alianças?- pergunto rindo

- Não é isso filho. Não acredito que tenha esquecido que dia é hoje?- quando papai terminou sua sentença eu olhei para o calendário na parede. Como eu poderia ter esquecido. Hoje seria o aniversário da minha mãe. Eu estava tão ocupado e distraído com a mudança e toda essa história da Samantha que eu havia esquecido desse dia tão importante.

- Você comprou as flores que ela gostava?- pergunto levemente triste.

- Sim, já estão no carro. Quando terminamos o café sairemos para ir ao cemitério, está bem?- papai fala e sai da sala.

Fico ali, parado e perdido em pensamentos. Seria a primeira vez desde a morte da mamãe que papai vai ao cemitério junto comigo no dia de seu aniversário. Termino meu café e vou para meu quarto tomar banho e me arrumar para sair com meu pai.

Quando chegamos no cemitério nos dirigimos ao seu tumulto silenciosamente. Não precisamos falar nada, apenas sentir. Quando chegamos no local em que ela foi sepultada vejo meu avô colocando um buquê de flores no túmulo. Paro ao lado dele e lhe presto respeito e lhe dou um abraço.

- Olá vovô. Como o senhor tem passado?- pergunto baixinho para ele.

- Estou bem meu filho, e você? Seu pai me contou que você irá morar com os filhos de sua madrasta.- vovô me pergunta curioso.

- Papai contou ao senhor? Quando?- pergunto surpreso.

- Um dia antes da notícia sobre o casamento ser divulgado seu pai foi até minha casa e conversou comigo e com sua avó, nos contou que estava namorando, que iria se casar e que você iria morar em Chiang Mai com os filhos de sua madrasta. - vovô comenta tranquilo.

- E qual foi a reação de vocês com a notícia? E falando na vovó, onde ela está?- perguntou levemente preocupado.

- Meu filho, nós sempre falamos para seu pai seguir com a vida dele, encontrar outra pessoa. Mas ele era muito resistente a isso, dizia que eu e sua avó somos responsabilidade dele e que ele jamais iria nos abandonar. Quando ele chegou em casa e nos disse o quão feliz ele estava nos sentimos aliviados, pois sabemos que nosso filho do coração encontrou a felicidade novamente. - respondeu ele com um sorriso caloroso na face. - E respondendo sobre sua avó, ela não quis sair do carro e vir até aqui. Ela está um pouco cansada e eu vim no lugar dela. Seu pai deve ter visto ela, olhe ele lá conversando com ela pela janela do carro. - olho para direção que vovô apontava e vi os dois conversando animadamente, vovó olhou para nós e abanou em nossa direção. Vovô me deu beijo no rosto e foi em direção ao carro, para dar oi a meu pai. Vovô sabe que queria ficar alguns instantes sozinho aqui, a foto na lápide dela é uma foto que eu tirei dela no jardim da casa da vovó, ainda lembro desse dia. Ela estava linda em um vestido solto e amarelo.

- Feliz aniversário mamãe. Sei que faz um tempo que não venho até aqui, mas queria dizer que sinto sua falta todos os dias. Não tem um dia sequer que eu não pense na senhora. Não sei se papai lhe contou, mas ele encontrou alguém que o ama. Eu sei disso porque eu vi o jeito que ele olha para ela. É exatamente do mesmo jeito que ele olhava para você. Estou muito feliz por ele. Ela é uma mulher muito linda, ela tem filhos e papai quer que eu vá morar com eles, então vou ficar um bom tempo sem vir aqui. Te amo muito mamãe. - fiz uma reverência, fiz algumas orações e fui até o carro falar com a vovó.

Papai foi até o túmulo com o buquê de rosas brancas com cravos rosas, as flores favoritas de mamãe. Ele ficou um bom tempo parado no túmulo conversando com ela. Vovó acabou dormindo no banco do carona, e vovô estava me contando como estava a saúde deles. Papai voltou enxugando as lágrimas e me chamou para irmos para o carro. Me despedi de vovô e dei um beijo em vovó para não acordá-la. Fomos a viagem toda em silêncio, cada um com seus pensamentos. Não levou muito tempo e chegamos no local onde seria o tal almoço. Era em um restaurante que havia inaugurado a pouco tempo, e era um lugar que eu queria vir com Apo e Biuld. Entramos no restaurante e logo o maître nos levou a uma sala reservada onde nos acomodamos. Ouço o toque de notificação do celular do meu pai e o vejo olhar a tela rapidamente.

- Sammy disse que chegará em 5 minutos, e que já podemos fazer o pedido. - papai fala ao guardar seu celular.

Papai chama o garçom e pede o menu, olho para o menu procurando algo de que goste, estou tão concentrado que não noto que Samantha havia chegado com seu filho.

- Olá Barcode, obrigada por ter vindo. Esse é meu filho mais novo. Diga oi para ele filho.

Quando vejo a figura parada ao lado de Samantha congelo e arregalo os olhos a hora. Isso só pode ser um pesadelo. Por que de todas as pessoas que existem no universo tinha que ser justo ele. Ele da um sorriso de lado e fala:

- Olá Barcode, prazer em conhecê-lo.- fala com a maior cara de pau do mundo.

Isso só pode ser brincadeira, o mundo não dá voltas ele capota. De todos os seres humanos que vivem nesse mundo justamente Job , o jogador principal do time de futebol do colégio.

*****

Oi gente, estava tão inspirada que postei dos capítulos hoje, espero que gostem. Beijinhos de luz

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