Epílogo | Senhorita Íris

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Fique sempre atrás
Deixe na frente Ele ir
Apenas observe o milagre acontecer
Entenda que seu Deus
Sempre está com você
— Descanse, Grupo Órion

Fique sempre atrásDeixe na frente Ele irApenas observe o milagre acontecerEntenda que seu DeusSempre está com você— Descanse, Grupo Órion

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Seis anos depois...

— E foi assim que nos conhecemos! — Martin finalizou a história.

— Uau! — disse uma das garotas que nos ouvia.

Estávamos numa reunião com os jovens do interior da Bahia. Era a nossa última noite em solo brasileiro, pois no dia seguinte seguiríamos em missões com a Living for the Sky à Angola, país africano. Conversávamos sobre relacionamentos, com enfoque a apresentar o cortejo, e por isso contamos nossa história de amor.

— Vocês foram literalmente feitos um para o outro! — disse um dos rapazes.

Martin e eu rimos.

— Não exatamente — respondi. — Fomos amadurecendo naquele ano de noivado e muitas coisas divergentes surgiram entre nós, mas nada que fosse maior do que o propósito que Deus havia colocado nos nossos corações. Sabíamos que em algum momento estaríamos exatamente como agora, sentados numa casinha simples, pregando o Evangelho; só não sabíamos que Deus desejaria usar nossa história de amor como testemunho. — Ri.

— Foi uma surpresa boa — concordou Martin.

Encarei meu marido, com quem eu estava casada havia cinco anos. Agora, uma barba de fios escuros rodeavam seu rosto, dando-lhe um ar mais sério e responsável, o que contrastava com sua personalidade. Era impossível usar coletes e camisas no calor da Bahia, mesmo à noite, por isso ele usava uma blusa simples na cor azul, sem estampas, e uma calça jeans.

Eu julgava que eu não havia mudado tanto. Meus cabelos estavam maiores que seis anos atrás e eu estava mais gordinha, mas eram as únicas coisas. Minhas roupas também haviam se convertido em tecidos mais leves desde que chegamos àquele estado há quase um ano, mas elas aguardavam ansiosamente o momento de serem usadas novamente.

— Posso perguntar uma coisa, Thamy? — A moça que havia falado antes se pronunciou. Eu assenti. — Não foi chato namorar sem o beijo? Eu entendi que o propósito da corte é a santidade, mas não fica algo sem graça? Porque a gente precisa ter atração pela pessoa, né?

Havia verdadeira curiosidade em suas palavras. Me senti imensamente feliz em enxergar tamanha abertura naqueles jovens corações para falar sobre o assunto.

— A atração física é resultado de duas coisas, Dani — comecei. — Primeiro, o olhar. É através dele que temos a atenção capturada por algum homem moreno de sorriso fácil por aí.

— Ui! — Martin disse, rindo.

— Mas o olhar não é suficiente — ignorei-o, sorrindo. — E às vezes a pessoa pode nem nos chamar a atenção, mesmo. Só que a segunda coisa, a alma da pessoa, torna tudo mais bonito. Você pode acabar se sentindo irresistivelmente atraída por alguém que antes achava feio, simplesmente pelo fato de conhecer e ver que a alma dele é linda. Você não precisa beijar alguém para saber que deseja isso. O propósito da corte é, além da santidade a Deus, tirar o foco do relacionando físico, que pode acabar te cegando para outras coisas, e colocar esse foco nas almas das pessoas envolvidas. No espírito delas — continuei. — Um relacionamento verdadeiramente sólido é construído em Deus, através de muita conversa e respeito. A corte possibilita isso de forma mais clara.

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