Thamyres Brunnet é caloura do curso de Arquitetura, e cada dia parece ser ainda mais maravilhoso que o anterior toda vez que pisa no terreno da universidade. No entanto, ela logo começa a chamar a atenção de um rapaz de sua sala, que insiste em irri...
A Tua cruz me deu uma nova chance Hoje já não sou o que eu era antes Contigo eu posso sonhar, pois sei que não irás falhar No Teu sangue tenho a liberdade Agora eu digo que sou feliz de verdade Nada vai me separar Pra sempre do Seu lado eu vou estar — Nova Chance, Thaiane Seguetto.
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Sábado finalmente havia chegado.
Não me permiti falar mais com Thamyres naquela semana além dos cumprimentos que sempre lhe dirigi. Foi difícil, mas eu não estava disposto a me permitir me apaixonar antes de saber se teria alguma chance da parte dela disso também acontecer.
É estranho pensar nisso agora, mas eu simplesmente tinha a certeza de que ela era a mulher por quem eu orava havia tantos anos. Não conhecia seus hobbies, seus defeitos, seu propósito, sua família, mas sabia que era ela. No entanto, mesmo assim, eu ainda tomaria cuidado. Ainda havia a possibilidade de eu ter entendido tudo errado, mesmo que longínqua. Não tinha como ela ser a mulher da minha vida se ela não quisesse sê-lo.
Saí da minha cidade às sete horas da noite. Aproveitei o tempo de meia hora de estrada para conversar com Deus a respeito do que eu estava prestes a fazer.
— Senhor, vai à minha frente — pedi, atento à pista. — Que a resposta dos pais dela sejam condizentes à Sua. Se eles me disserem sim, sendo eu um estranho indo pedir para conhecer, não é nem namorar, a Thamyres, acreditarei que também tenho o Seu sim de forma ainda mais explícita. Se eles me disserem não, me esforçarei para esquecer esse assunto e continuar a esperar com paciência por minha esposa. Guarde-me de cortejar qualquer outra moça que não seja ela.
Doeu-me de uma forma estranha pensar que Thamyres poderia não ser a minha futura esposa. Todos os meus sentimentos e percepções acerca daquele assunto estavam estranhos. Eu sempre me guardei de dar passos perigosos, e agora estava fazendo-o com uma certeza que me preocupava. E se fosse tudo coisa da minha cabeça?
Não. O Senhor via que eu estava totalmente entregue a Ele, e atento às Suas palavras. Eu tinha a certeza de que Ele não deixaria que eu quebrasse a cara simplesmente por fazê-lo; Ele me guardaria, se eu O deixasse fazer isso.
Assim que cheguei na rua indicada pela mensagem de Thamyres — de quem eu nem havia salvado o contato para não cair na tentação de mandar outra mensagem —, esperei mais vinte minutos até que faltasse exatamente dois minutos para as oito. Oito da noite em ponto, toquei a campainha da casa número 116.
Thamyres não demorou a me atender. Ela estava usando um vestido vermelho com flores brancas, até quase os tornozelos, e seus cabelos estavam soltos sobre os ombros e omoplatas.
— Oito horas em ponto, literalmente — ela disse.
— Eu sou bem pontual — respondi, juntando as mãos atrás das costas. — Boa noite.
