Capítulo Ⅰ

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Eu deveria estar feliz. Bom, estou casada, tenho minha esposa nua deitada ao meu lado e estou aproveitando minha lua de mel em um país fantástico. Tirando o fato de ter esquecido as persianas abertas, é incrível. O céu azul clarinho em contraste com o mar, como é bonito. Já não me arrependo de ter comprado as passagens, afinal, minha companhia é perfeitamente agradável. Hoje é o último dia, faltam apenas algumas horas para o check-out e eu deveria acordá-la para podermos nos organizar e voltar à realidade. Ela dorme tão bonito, tudo nela é belíssimo. Sinto que estou sorrindo feito uma boba, não deveria ser assim, ela não pode ter arrebentado minhas correntes em tão pouco tempo. Só faz duas semanas desde o fatídico dia. Que dia horroroso... Teria sido pior se não fosse essa morena comigo, embarcando nessa grande aventura. Quer dizer, a ideia veio da parte dela, mas não protestei ou algo do tipo. Se você visse uma deusa te chamando para se casar com ela, duvido que recusaria, eu não recusei. E não me arrependo. No primeiro dia, sim, já que ela era uma estranha e poderia acabar comigo em um piscar de olhos. Não dava para saber se era ou não uma assassina, ou uma caloteira.


- Pare de me encarar assim, está me deixando envergonhada - ela falou, e eu estava tão hipnotizada em sua imagem largada entre os lençóis brancos que se quer a vi abrir os olhos.

Oh... céus, esses belos olhos esmeralda. Suspirei, com um sorriso no rosto, e ela apertou meu nariz, me devolvendo o sorriso. Rao, que sorriso perfeito, que mulher extraordinariamente linda - Kah, eu sei que a noite foi fascinante, mas você está me olhando com cara de boba apaixonada.

- Talvez eu esteja - sorri, passando a mão em seus cachos - Essa sua voz rouca é apaixonante, sabia? Não só isso, tudo em você é alucinante.

Sua face pálida passou para uma tonalidade rosada, e eu senti meu coração aquecer. O que eu faria sem aquela mulher como minha esposa? Não sei se é certo, mas não queria deixá-la ir para longe nunca mais. Ora, desde o casamento só nos separamos para trabalho, algumas poucas horas durante o dia, e já não imagino passar mais tempo que isso longe dessa morena. Céus, só faz duas semanas, e ela ainda nem conheceu minha família adequadamente. Minha mãe com certeza vai me matar. Não que eu me importe, contanto que eu morra nos braços de minha esposa.

- Daria tudo para saber o que você está pensando... - me olhou, cerrando os olhos, não sei se pela dúvida ou pela claridade - Pode fechar as persianas, por gentileza?

Então, era a claridade que a incomodava - O que você quiser, senhora Zor-El.

Me pus de pé, alongando as costas doloridas e caminhando em direção a janela. Ouvi-a rir baixinho, e me virei para olhá-la, arqueei uma sobrancelha e ela continuou a rir. O que estaria passando na cabeça daquela mulher? Além do fato de eu estar completamente nua em sua frente.

- Loira, você tem uma bela bunda - mordeu os lábios, ainda me olhando - E fica ainda mais linda com essas marcas de unha.

Tão previsível, agora entendi - Então você faz do tipo possessiva, senhora minha esposa? Gosta de marcar território?

- Se o território for o seu corpo, não me importo nem um pouco em deixar minha marca. O que acha de voltar para a cama? Ainda temos tempo.

- Como você deseja, querida.

Há duas semanas - 2 dias para o casamento de Kara

- Você não parece animada, irmã - Alex me olhou com aquela típica cara de irmã mais velha. "Eu avisei" está estampado em sua face e isso me estressa absurdamente, pois sabia que ela via meu erro todas às vezes e mesmo assim eu cometia um deslize - Eu te disse que isso ia acontecer...

Long Awaited | SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora