Stupid Wife | Catradora

Better than a princess, more than a queen.

— Está com fome, filho?

Pergunto para Finn, que está sentado no sofá, jogando videogame. Um jogo de basquete, ele parece bem concentrado. O observo e vejo o quanto ele parece com Catra. Embora ele lembre um pouco de mim, chega a ser assustador o quanto ele parece com Catra, até mesmo seu nariz parece o dela, e os olhos claros também. É como se ele fosse uma mistura exata minha e de Catra. Isso é no mínimo estranho considerando que, em hipótese alguma, podemos ter um filho juntas sem a ajuda de um homem. E preciso dizer, isso é uma droga.

Catra e eu provavelmente faríamos bebês lindos.

— Não, mommy. — Ele me olha brevemente e sorri. Vou até ele e sento ao seu lado. Acaricio seus cabelos, os olhos, agora num tom azul claro, parecem vidrados na televisão. — Mamãe estava te procurando.

— Cadê ela?

Ele não diz nada, apenas aponta na direção do corredor. Já até sei onde ela está. Beijo sua cabeça e me levanto para ir até ela. Chego em frente a porta do seu escritório e bato duas vezes. Ninguém responde.

— Cat-- Deus!

Exclamo assim que me deparo com Catra curvada sobre uma mesa, repleta de fotos em cima. Ela está com outra blusa social, dessa vez uma da cor rosa clara. Veste uma cueca boxer feminina preta, sua bunda parece maior. Eu posso ver porque sua blusa está um pouco acima da linha de sua bunda. E tenho que dizer... Que bunda.

Por Zeus! Aqui está calor ou eu estou louca?

— Ah, oi, amor. – Ela me olha por cima do ombro e sorri. Engulo seco e fecho a porta do seu escritório. — Eu estou vendo nossas fotos antigas. Sei que não estamos em Miami, mas tenho uma ideia para recriar nosso primeiro encontro.

— O que... O que fizemos no nosso primeiro encontro?

Pergunto me aproximando dela, devagar. Não quero ficar olhando para seu corpo, mas não consigo evitar, meus olhos são atraídos para suas curvas. E sua presença me deixa nervosa.

E excitada. Terrivelmente excitada.

— Nós fomos andar de pedalinho em um lago perto da minha casa, e fizemos um piquenique nele mesmo.

— Sério? Deve ter sido muito legal.

— E foi. – Desvia a atenção das fotos e sorri para mim. — Mas foi mais engraçado ainda quando começamos a nos beijar e caímos na água.

Algo no fundo da minha mente reflete imagens. É como ter um pequeno cinema dentro da cabeça. Minha própria mente recria um cenário com o que Catra acabou de me contar. Sorrio ao imaginar a cena.

Catra segura meu rosto com suas duas mãos. Eu fico de joelhos sobre o banco e me inclino mais para frente. Largo o bolinho em minha mão e seguro nos ombros dela, quando tento subir em seu colo, nos desequilibramos.

— Deixa eu adivinhar... Eu fui a culpada pelo tombo?

— Na verdade, daquela vez foi eu. – Estou surpresa. Lembro que sempre fui desengonçada na adolescência. — Mas nem ligamos para o tombo na água. Era nosso primeiro encontro e estávamos muito felizes.

Os olhos dela brilham ao falar isso. Sorrio por reflexo e sinto algo dentro de mim acender, como uma pequena vela de alegria. Não existe sensação melhor do que ver Catra relaxada e sorrindo outra vez, seus olhos alegres ao invés de tristes.

— Você vai recriar nosso primeiro encontro?

— Mais ou menos. – Ela se afasta da mesa e coça a cabeça. — Não tem como andar de pedalinho com esse tempo.

— Os lagos estão congelados.

— Exatamente. – Se afasta de mim e vai em direção a um canto do escritório. Aproveito para olhar em volta, é a primeira vez que venho aqui e tenho a chance de olhar tudo. Tem um tipo de quarto com as paredes de vidro, é quase como uma caixa dentro do escritório dela. É possível ver diversas fotos penduradas ali. Deve ser o local onde ela revela as fotos. — Daí eu pensei em algo legal para fazermos no inverno e... Olha só o que achei.