Meu Policial

Com Você tudo fica mais fácil

Pov Pedri

Temo que Gavi esteja se precipitando um pouco, mas o que eu posso fazer? Tenho que deixa-lo agir como um adulto e que faça o que achar que tem que fazer. Abro a janela e o vejo correr em direção a sua casa. Não demorou muito para Vitor chegar, desço após me vestir e o encontro pegando a bola que costumava jogar todas as tardes.

''Vai jogar?'' digo um pouco ofegante após descer tão rápido.

Vitor olha meu corpo e estou usando apenas uma bermuda, quase sempre andei assim e ele nunca se incomodou, mas agora é como se estivesse com nojo em me ver.

''Coloca uma camiseta''

''Tô na minha casa e ando como eu quiser''

Passo por ele indo ate a cozinha pegar algo para beber, Gavi me deixou exausto. Quando volto para sala Vitor ainda está sentado no canto do chão com a bola entre os dedos todo cabisbaixo.

''Quer que eu jogue com você?''

''Claro que não!''

''To muito velho pra isso?''

''Eu não quero jogar''

Sento-me ao lado dele tentando me reaproximar.

''Sente falta dele né?'' me refiro a Gavi.

''Tanto faz.''

Desse jeito fica difícil de me aproximar, me levanto.

''Só não traz seu namoradinho aqui'' Vitor diz e eu ainda quase consigo sentir o cheiro de Gavi na casa.

Pov Gavi

Saio apressado da casa de Pedri e por sorte não trombei com seu irmão. Corro até em casa, quando entro meu pai está segurando um copo com uísque de pé perto do bar, minha mãe leva as mãos ao rosto, sentada no sofá e parece chorar. Meu deus isso tudo é minha culpa.

''Pai?'' minha voz sai embargada, não queria causar problemas no casamento deles.

''Quero que vá pro seu quarto e não saia de lá Gavi''

''Eu não vou! Vocês precisam entender que a vida é minha!''

''Filho! Por favor!'' ah pelo menos ele ainda me chama de filho.

Encaro-o e ele não parece nada bem.

Olho pra minha mãe e vê-la assim me desmonta inteiro, me aproximo dela e seguro seus ombros trazendo-a para um abraço, ela se rende e chora contra meu peito.

''Agora tem mais isso também!'' meu pai bufa nervoso e ao tacar o copo contra a parede faz meu corpo tremer. Em poucos segundos já o escuto bater a porta e ligar o carro.

''Mãe?'' ela ainda chora e eu me sinto um desgraçado por trazer tanta dor aos meus pais.

''Meu amor'' ela diz e se afasta um pouco após secar as lagrimas me olha toda triste.

''Mãe, eu não queria causar tudo isso''

''Não filho, a culpa não é sua.''

Ela se levanta e me deixa sozinho.

Encolho-me no sofá voltando a chorar, e é onde eu acabo dormindo.

Quando abro meus olhos novamente parece ser tarde da noite, ouço meu pai puxando minha mãe pelo pulso enquanto ela tenta arrastar uma mala.

''Vai embora dessa casa!'' ele diz tentando não soar alto, mas eu ouvi perfeitamente ele a expulsando.

Dou um pulo do sofá e corro até eles, entro no meio e encaro minha mãe tentando entender o que está acontecendo.