Primeira dor do Amor

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Quando Pedri volta, eu consegui ao menos me livrar da camiseta e calça, seus olhos passam por meu corpo e só agora agradeço por estar malhando pelas tardes com meu pai.

Seu rosto parece sair de um transe e ele me entrega uma camiseta, a visto e tem um perfume delicioso que nunca senti antes é diferente dos que já senti amadeirado e com um delicado aroma de vinho.

''Desculpe mesmo por isso'' ele puxa assunto e eu já estava ficando nervoso demais com tanto silencio. A gente até então nunca tínhamos nos aproximado essa era a primeira vez e eu estava agindo como um menino assustado e sem graça.

''Na próxima eu molho você'' ameaço e ele me olha surpreso.

''Vou adorar!'' diz como se fosse o máximo tomar um jato de agua fria.

Passados mais alguns minutos enquanto o moreno me pergunta coisas aleatórias sobre a escola e o que eu gosto de fazer nas horas livres, quando conto sobre a academia que meu pai montou em casa seus olhos se desviam para os meus braços e eu sinto meu rosto corar. Ele não é muito mais velho do que eu, mas já é tão maduro e gostoso.

''Você tá ficando muito bonito Gavi''

''Valeu...'' serio Gavi é tudo que você consegue responder a um elogio? ''Você também''

Pedri sorri e é um sorriso diferente dos que eu já tinha visto na vida, um sorriso meigo, doce, fofo, tão verdadeiro.

''Me acha bonito?''

''Sim.'' por sorte não gaguejei.

Pedri se aproxima e eu sinto de novo o coração disparar levando adrenalina por todo meu corpo.

Sinto sua mão quente tocar minha bochecha e sua boca roçar a minha, eu já tinha beijado algumas meninas, mas foi tão sem graça, que não chega nem perto do que Pedri faz ao deslizar a língua sobre meus lábios pedindo passagem enquanto sua outra mão agarra meu quadril e o puxa colando-me contra seu corpo quente e firme. Ofego quando ele faz isso e levo a mão por seu braço sentindo sua musculatura forte, ele deve ter treinado muito para entrar na policia, eu estou apenas começando a treinar, o que o faz ser muito mais gostoso do que eu.

Fico inerte e a deriva no calor de sua boca na minha, sentindo sua barba rasa roçar meu rosto sensível e suas mãos quentes passeando em meu corpo, hora nos braços e agora uma delas esta na minha coxa fazendo uma pressão ardente tentando, me por em seu colo, me deixo levar e ele me pega no colo me prendendo contra a maquina de lavar, estou usando apenas uma camiseta larga dele e a cueca.

Pedri continua a me beijar, estou ficando sem ar, sem folego, afasto um pouco meus lábios e abro meus olhos vendo a coisa mais perfeita que já tinha visto até aqui, ele de olhos fechados e com os lábios entre abertos respirando por mim, ou melhor, perdendo o ar por mim. Quando ele abre os olhos e passa a língua pelos lábios sentindo ainda o gosto do nosso beijo é como se eu fosse morrer ali mesmo.

''Já fez isso antes Gavi?"

''Beijar?'' fico sem graça com minha própria pergunta. ''Ah sim, já... Varias vezes.''

Ele abre um leve sorriso, não está acreditando em mim.

''Já beijou um homem antes?''

Faço que não com a cabeça.

''O que achou?''

Não consigo dizer nada, apenas sorrir.

''Espero que guarde segredo''

Acho que ele esta se referindo a Vitor seu irmão e meu melhor amigo.

''Eu não pretendo contar''

''É melhor assim'' Pedri se afasta e eu volto a sentir frio.

Abrindo a secadora pega a roupa e a coloca ao meu lado ainda sentado na maquina.

''Vista-se e quando terminar pode ir'' Suas palavras soam tão frias e pela primeira vez eu senti na pele o que é sofrer por amor, por que ele esta me tratando assim agora? Frio e distante?

''Não vai me esperar?''

''Preciso terminar de lavar meu carro.'' É tudo o que ele diz e se afasta.

Levo algum tempo até começar a me vestir, mas quando me dou conta onde estou me apresso, não quero que Vitor me veja aqui. Pego minha mochila, mas antes de sair vejo a camiseta que Pedri me emprestou, decido trazê-la comigo para ficar com algo que eu possa sentir dele.

Passo por ele que ainda está limpando o carro, não digo nada, apenas sigo em frente, um pouco chateado, mas ferido demais para dizer alguma coisa.

Se eu já estava bobo com esse homem antes, agora então... Aquele beijo me fez pensar e desejar tantas coisas. Mas daquele homem só me restou à lembrança e sua camiseta que deixei em baixo do travesseiro para sentir seu perfume todas as noites, e no fundo acho que era bem melhor quando eu o amava só em pensamento.

Os dias foram passando e eu só voltei a vê-lo rapidamente entrando no carro quando Vitor e eu voltávamos da escola, Pedri se quer falou comigo o que me deixou chateado e me sentindo péssimo ao ignorar aquele beijo. Por que ele age assim?

Vitor corre para pegar a bola enquanto o espero para jogarmos na rua. Passamos horas jogando com alguns meninos, mas quando eu ouço o barulho do carro de Pedri meu corpo paralisa.

Ele buzina e Vitor segura a bola parando o jogo. Pedri estaciona e desce do carro. Estou olhando demais, disfarço e volto a correr, quando me dou conta Pedri está jogando ao meu lado me pedindo para passar a bola, o faço quando a tenho de novo em meus pés e ele acerta o gol improvisado por duas pedras no meio da rua.

Ele não está com o uniforme de policia, pelo tempo que saiu deve ter ido apenas resolver alguma coisa por perto.

Vitor diz que vai tomar banho e comer por que está faminto.

Os meninos fazem o mesmo, após me entregarem a bola. Pedri me olha e sorri.

''Quer ir pra algum lugar?''

Beijar você escondido? Quero sim.

''Não, eu vou pra casa'' mas é isso que minha boca diz.

Jogo a bola pra ele e caminho firme entendendo que ninguém vai brincar comigo como ele fez naquele dia.

(...)

Vitor olha pra uma loira da nossa sala, ela não tira os olhos de mim e só noto quando ele me diz.

''Tá olhando demais pra você Gavi, dá uns amasso nela.''

Encaro a loira, ela sorri e vira de frente.

''Eu pegava se sabe... só pra transar''

Desde quando Vítor fala dessas coisas?

''Você já transou?'' pergunto baixinho, mas meu olhar é de espanto, por que ele nunca me disse?

''Já''

''Serio?"

''Vai me dizer que você não?''

Dou de ombros.

''Não acredito! Gavi é muito bom, você precisa fazer, sério'' ele começa a me contar como foi transar com sua prima por varias vezes. E por fim diz que vai dar um jeito pra eu fazer também.

Em dois dias eu estava com a menina loira da sala no fundo da escola beijando ela tentando sentir a textura dos lábios de Pedri, mas não tem nada a ver. A afasto gentilmente e peço desculpas, mas não posso fazer isso.

Quando Vitor me pergunta como foi o beijo e se combinamos algo, tento mudar de assunto, não posso contar a ele que eu gosto de meninos, especificamente do seu irmão.

Meu PolicialOnde histórias criam vida. Descubra agora