A Ajuda está a caminho

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Pov Gavi

Encaro um deles que tenta me dar um soco, mas abaixo e o menino se desequilibra dando soco no ar. Pelo menos por enquanto eu estou indo bem. Até tentei enfrentar, mas lutar contra três não é tão fácil assim e um deles me dá uma rasteira me derrubando, eles começam a me chutar e só param quando eu sinto gosto de sangue na minha boca. Tentei me proteger o máximo levando os braços para as partes mais frágeis do meu corpo como rosto, costela e pênis, mas em alguns momentos fui atingido.

Eu tinha alguma noção de luta, pois quando criança meu pai me levava em aulas de autodefesa, se não fosse por isso eu poderia estar com vários ossos quebrados.


Pov Pedri

Entro na viatura para ir pra casa, estou ansioso para meu encontro com Gavi hoje, Pego o celular para ver se ele me mandou alguma mensagem, mas paraliso quando vejo que Vitor acaba de postar um status e parece briga na frente da escola, serio que ainda fazem isso hoje em dia?

Meu coração congela quando leio a legenda:

'' É assim que tratamos os gays!''

Meu próprio irmão preconceituoso? Merda! E eu que deixei a casa dos meus pais por meu pai ser um miserável preconceituoso! O trouxe para viver comigo e é assim que ele age? Que vergonha!

Volto a olhar para o vídeo e quando percebo que é Gavi levando os chutes jogo o celular no banco e acelero sem se quer por o cinto. Eu ainda estou na viatura, estava indo pra casa trocar de roupa para me encontra com ele, pois sempre tomo banho no trabalho mesmo antes de vir embora, só ia trocar de roupa e de carro para encontrar com Gavi, mas agora só consigo pisar no acelerador e chegar naquela escola o mais rápido possível!

Ligo as sirenes e os carros me deixam passar. O que normalmente levam dez a quinze minutos faço em cinco.

Desço da viatura já mandando todos se encostar ao muro e ficar de costas, todos sem exceção!

Abaixo-me perto de Gavi que está com o rostinho machucado e o lábio cortado. O pego no colo mesmo sabendo que é errado mexer em seu corpo, pode ter fratura, mas não me importo, só quero tira-lo daquele asfalto. O coloco no banco da viatura e peço que me espere só um pouco.

Aproximo-me dos garotos ainda no muro, alguns correram enquanto eu cuidava de Gavi, mas outros ficaram e eu dou o recado bem dado, aviso que se alguém tocar nele de novo eu vou levar preso e como estou com o uniforme da policia espero ter sido bem convincente.

Ao voltar para a viatura Gavi está com o rosto entre os joelhos e chora muito. Já vi coisas desse tipo lá na academia de policia e eu tinha bem claro na minha mente que jamais poderia me assumir ali, até que um dia tudo mudou e eu pude me assumir e lidar com tudo de ruim que vem depois.

''Onde doí?'' pergunto preocupado, mas ouço a voz de uma mulher e ela se identifica como a diretora.

Explico que isso não pode voltar a acontecer, mas ela diz que infelizmente fora da escola ela não tem como cuidar disso. A encaro e digo que partir de hoje vou mandar uma viatura ficar na porta da escola.

Gavi fica calado, dirijo até um hospital.

Ele não me deixa pega-lo no colo e caminha sozinho em direção à enfermaria. O levam para fazer raio x, mas ele está bem por sorte não quebrou nada.

''Quer que eu avise seus pais?'' pergunto quando terminam de dar remédio para dor a ele e eu fico sozinho no quarto com ele.

''Não precisa, não quero que saibam''

''Como você quiser''

Ele me dá um leve sorriso e isso já significa tanto pra mim.

''Posso?'' aponto para a cama ele faz um movimento positivo de cabeça, sento-me ao seu lado de vagar e o puxo para meu peito acariciando seus cabelos.

Meu PolicialOnde histórias criam vida. Descubra agora