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Levante-se
Não vou preencher seu vazio
Se você me quer, mude a si mesmo.
-YAD, by ERIKA LUNDMOEN.
Kyara Gonzáles
𝙴𝚂𝙿𝙰𝙽𝙷𝙰
Ele me beijou.
Talvez tenha sido algo errado, não sei. Mas naquele momento eu não pude pensar direito, seu beijo era totalmente diferente de qualquer um já provado por mim. Era uma sensação única, seus lábios eles eram doces, sua mão em minha cintura fazendo com que ficássemos colados um ao outro, como se fossemos um só.
Poderia facilmente admitir que esse fora o melhor beijo da minha vida.
Depois de um pequeno diálogo e alguns beijos a mais, voltamos para perto de nossos amigos, Gavi se afastou um pouco de mim, talvez seja para não criar dúvidas dos nossos companheiros de casa.
Eu estava exausta então decidi voltar caminhando, além de que eram só uns cinco minutos da praia. Cheguei em meu quarto, tomei uma ducha e tirei minha maquiagem.
Me deitei na cama e a porta se abre. Era o Pepi.
-Vou dormir com você hoje priminha. – se jogou na cama.
-Só se tomar banho. – ele bufa mas logo sai do quarto para ir tomar seu banho.
Achei estranho, era Gavi quem deveria dormir comigo. O que será que aconteceu?
Sem tempo para pensar escuto sua voz, e logo vou achar a resposta para minha pergunta.
-Gavi, tá tudo bem? Não vai dormir comigo hoje? – ele se vira.
-Não, vou ficar com os meninos hoje. – sorri forçado.
-Hum, tudo bem.
A madrugada se fez presente, Pepi estava dormindo tranquilamente o que era um caso contrário ao meu. Sem ao menos resistir eu me pego pesando em nosso beijo. Parecia que tinha significado muito para ele, assim como para mim. Tenho que admitir que senti algo meio diferente por ele, mas tentei esconder. E creio que continuarei escondendo, além do mais foi uma bobagem isso.
Amanheceu e todos estávamos em nossos carros para volta a nossas respectivas casas. Gavi não trocou uma se quer palavra comigo, mas com os outros dois garotos que estavam ali presentes ele falava normalmente.
Fiquei quieta na minha o caminho inteiro, mal conheço o Gavira e ele já está estranho comigo. Tudo por causa daquele maldito beijo. Nossa relação ficou estranha por conta disso.
Já se passaram mais ou menos três semanas desde o nosso beijo, nunca mais falei com Gavira. Já minha relação com Balde havia aumentado, estávamos muito próximos, o considerava como meu melhor amigo.
Mesmo assim não fui a nenhum treino desde então, e também evito ao máximo os convites de Pepi para sair. Eu sinto falta do garoto que estava sempre comigo em momentos assim, mas parece que ele não sentia tanta falta assim.
Após pensar muito decido que iria conversar com o garoto, hoje eu iria no treino.
Após a escola me arrumei e fui até o CT, cumprimentei todos, estava com saudades deles também. Mas meu objetivo era Gavi, tal qual saiu do local assim que eu entrei.
-Já volto gente! Vou ao banheiro. – minto.
-Gavira, preciso falar com você. – agarro o braço do menino.
-Não temos nada que conversar, está tudo bem entre a gente. – solta seu braço.
-Temos sim, você parou de falar comigo depois do nosso beijo. – me encara.
-Ah é sobre isso que você quer falar. – sorri. – Me desculpa foi um erro, eu não queria ter te beijado mas a carência e o vazio que habitava em mim falou mais alto. Desculpe.
-Ai homens, tipíco. Pensei que você tinha sentido algo no beijo.
-É, mas não senti. Finja que isso nunca aconteceu entre nós e ficará tudo bem. – ele sai.
Nesse momento sinto lágrimas em meu rosto, ele não faria isso. Ele não me usaria. Tem algo de errado, ou talvez não. Que merda,, eu tenho que parar de gostar das pessoas em tão pouco tempo as conhecendo.
Corro para o banheiro e me tranco na primeira cabine que vejo. Começo a chorar, choro muito e logo escuto uma voz conhecida.
-Amiga, Ferran me disse que estaria aqui. Está tudo bem? – fala gentilmente.
-Eu to bem. – falo chorosa.
-Não está. Quer conversar?
-Não, valeu. -Sira apenas se distancia.
Depois de uns minutos saio do banheiro. Talvez tenha demorado muito. Os meninos saíram do treino já.
Meus olhos vermelhos e inchados, sentiram necessidade de chorar mais uma vez quando vejo Pedri e ele. Gavira percebeu que eu havia chorado e na hora um semblante de preocupação e tristeza tomou seu corpo, seu olhar parecia querer me dizer desculpa.
-Prima, está tudo bem? – me abraça.
-Está tudo bem, só foi uma crise alérgica. – sorrio para ele.
-Pequena, que saudades! O que aconteceu? – Balde me abraça.
-Me tira daqui. Por favor. – sussurro.
Sem demora Balde me leva para casa. Ele ficou comigo a tarde toda para me distrair, ele não tocou no assunto de mais cedo. Eu já havia contado a ele o que aconteceu entre eu e o Gavira.
-Logo vocês se acertam. – Balde me consola.
-Não sei se quero isso, eu vim para cá para focar nos meus estudos. E é isso que eu vou fazer. – o encaro.
-Olha minha pequena, você veio atrás do seu futuro. Mas nem sempre as coisas são como planejamos, e você sabe. Seu caminho e o dele se cruzaram, mas talvez não seja a hora de realmente acontecer. Entende? – sorri e me aproxima de seus ombros.
-Eu entendo, mas eu fui bem idiota de me apegar e gostar dele tão rápido. Na real esse foi o principal problema. Devia ter escutado minha melhor amiga.
-O meu amor, você apenas se entregou ao que achou que era certo. Isso acontece é natural.
Começo a chorar mais uma vez em seu colo, e adormeço. Acordo com uma gritaria em minha porta então vou ver o que era.
-Gavi?! – o garoto estava em minha porta.
-Eu te mandei muitas mensagens e você não viu. Eu queria resolver o que aconteceu mais cedo. Quero conversar direito.
-Mas eu não estou bem para conversar, eu não sei se eu quero. – lágrimas escorrem meu rosto mais uma vez.
-Tudo bem, só te peço perdão. Se envolver comigo é bem mais complicado do que você pensa. – haviam lágrimas em seu rosto.
-Eu não quero ser usada para preencher seu vazio mias uma vez. – sorrio de lado com os olhos marejados e subo para meu quarto.
-Oi, eu tenho que ir tá bom? Mas se precisar de mim é só ligar. – Balde beija minha cabeça.
Mais uma vez eu estava sozinha, meu pai estava sempre tentando me animar ou coisa assim. Eu realmente não sei o que se passa na minha cabeça por sofrer por um garoto que eu beijei uma vez, e vi uma vez só. Parece que tínhamos uma conexão a muito tempo. Mas talvez ter vindo para Espanha não tenha sido a melhor escolha.
