#𝟎𝟏 mondays╰☼╮𝐎𝐒𝐀𝐌𝐔 𝐃𝐀𝐙𝐀𝐈

chuuya, não seja dedo duro!

Capitu entrou no sítio do pai sorrindo, Bentinho viera logo atrás, nenhum dos dois sequer tinha noção do que aconteceria.

— Gabi! — Brandou a mais velha. — Tio Jorge.

— Quanto tempo, Capitu. — Foi Gabriela quem saudou, Amado estava ressentido demais para trocar quaisquer palavras com as de olhos de cigana.

Mais ao longe, Cora e Fyodor iam a cavalo até o local onde estava a pedra, Nikolai já estava lá e enviava a localização por um dos sistemas de Dostoevsky. A distância entre a vala onde estava a pedra e o sítio de Assis foi mais intensificada pela represália silenciosa de Fyodor, o clima estava assim desde que Dazai havia chegado mostrando a todos seu anel. Nem Chuuya estava do lado de Coralina agora.

— Eu não ligo. — Ele disse. Havia ficado menos racional desde então. — Mas você é uma burra mesmo.

— As pessoas merecem uma segunda chance.

— Você tem dado muitas segundas chances a ele.

Ela suspirou.

— O Dazai vai mudar. — Ela afirmou, esperançosa. — Ele disse que iria, por que não acreditar nele?

O russo revirou os olhos, Cora não iria dizer, mas estava achando até engraçado o quão expressivo ele estava sendo. Mas aquele não era um momento para piadas.

— Por que ele está mentindo e você sabe.

— Não, ele não está.

Pararam na beira da vala, Nikolai acenava energeticamente, Cora e Fyodor amarraram os cavalos numa cerca que havia ali e antes de descerem ele a parou e disse:

“ Não importa o que aconteça, você não vai embora com ele.”

— Fyodor eu estou bem. Chega disso.

— Você está cega, Coralina, são coisas totalmente diferentes.

Então eles desceram, a pedra estava presa num emaranhado de raízes, cercado por uma cachoeira, como se a natureza protegesse esse minério misterioso. Coralina usou seu poder para manipular as raízes e Gogol criou uma fenda que levou a pedra até o compartimento do Meursault, todo o processo foi silencioso, em alguns momentos sendo apenas agregado com a conversa de Nikolai, ele não sabia calar a boca, era algo dele.

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Cora não era a única que estava ouvindo um sermão. Chuuya, apesar de ter jurado a si mesmo que iria deixar essa situação para outra pessoa resolver, passou o dia inteiro gritando com Dazai e arremessando postes na direção dele.

— Eu não a forcei a se casar comigo, sabe? — Dazai perguntava olhando para a aliança, apreciando sua vitória.

— Eu vou matar você! Como teve coragem de enganar ela? O que você disse? O que você falou, Dazai?!

— Por que você nunca acredita em mim? — Perguntou numa caricata tristeza. — Eu disse a verdade, adoro a Cora, por que vou deixar ela ir pra Rússia com o Fyodor?

— Você precisa deixar ela ir.

—  Ela é minha esposa agora Chuuya, vai ficar comigo.

— Eu juro por Deus que se voltar com a Cora pro Japão eu vou fazer da sua vida um inferno.

— Você pode tentar, enquanto eu tiver minha bela esposa comigo nenhum nanico ruivo vai me tirar do sério. Minha mulher não vai embora com outro homem, meu casamento não acabou.

— Seu casamento é uma piada! É uma prisão pra Cora.

— Diga o que quiser, não vai mudar o fato de que estamos juntos e vamos continuar assim.

Chuuya se calou por um tempo, massageando o canto na testa, seu chapéu caiu para frente e então ele olhou para Dazai.

— Um dia, sua esposa vai ser a mãe da sua filha e quando isso acontecer Deus não vai ser misericordioso. Então eu preciso saber, você deixaria ela se casar com um homem como você?

Foi a vez de Dazai se calar, estava levando tudo isso como uma grande piada, mas, por um milésimo de segundo, sua máscara caiu. Fez o possível para voltar ao "normal".

— Chuuya. — Ele riu. — Não se preocupe, esse dia não vai demorar muito.

O Nakahara não fez questão de não fingir o choque.

— O que você fez com a Cora?

— Bom, quando dois adultos se gostam eles ficam pelados e aí...

— Porra não brinca comigo. — Puxou Dazai. — Diz pra mim que a Cora não tá grávida de você, porra, não fode.

Dazai levou o indicador até a boca, fazendo um "shh".

— Desde que chegamos ao Brasil, mas ela não percebeu ainda. Agora vê se fecha esse bico, Chuuya, como padrinho você não pode sair contando as coisas assim.