𝗔𝗹𝗹 𝗙𝗼𝗿 𝗨𝘀 - 𝗝𝗼𝗲𝗹 𝗠𝗶𝗹𝗹𝗲𝗿

Capítulo seis: Uma verdade que dói

Notas da autora: Olá, Sobreviventes. Passando para avisar que esse capítulo contém cenas de abuso sexual, violência extrema e sexo, podendo causar gatilhos. Por favor, quem não se sentir confortável não leia!

O capítulo ficou grande, mas foi necessário. Peço desculpas para quem não gosta de ler capítulos grandes.

Também irei atualizei os avisos (nada demais, fiquem tranquilos), já que acabei seguindo mais o rumo da série do que do jogo (isso que dá não se planejar antes hehehe pelo menos tenho o final decidido desde o princípio)

Boa leitura.

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Em algum lugar.

2018.

Emma sussurrava para a criança de dez anos que tudo ficaria bem, mas era mentira. Tinha certeza que algo muito ruim aconteceria com ela assim que chegassem na moradia do seu sequestrador.

A Pascal resolveu ir embora de uma das zonas de quarentena que se infiltrou quando quase descobriram sobre Petra. Ela fugiu junto com outras duas mulheres que não suportavam mais a ditadura militar atual.

No meio do caminho esbarraram com David, um lobo em pele de cordeiro. O homem grisalho e de olhos claros caçava na floresta - ou fingia caçar - quando as mulheres deram de cara com ele. Emma logo apontou sua arma, mas David nada fez.

Ele convenceu as outras duas que era apenas um sobrevivente e garantiu que podia ajudar com moradia e comida. Mesmo desconfiadas todas aceitaram na hora.

Todas, exceto Emma.

Porque ela sabia que aquilo era uma armadilha. Já ouviu histórias sobre homens como aquele cara. Provavelmente era um saqueador, estuprador, psicopata ou tudo junto. Para ela não importava. O importante era manter Petra a salvo.

Ao dar meia volta ouviu os sons dos tiros, o homem havia matado as duas fugitivas. Antes que Emma pudesse se defender, foi jogada no chão com um soco. Petra gritou e tentou acertar o homem usando um canivete. Sem sucesso.

- Filho da puta, eu vou te matar! - Emma berrou vendo a filha tomar um soco também e cair desmaiada bem ao seu lado. Petra era pequena, mal parecia ter dez anos. Sem contar que estava cansada e com fome, não teve chance.

- Não se tem mulheres bonitas como você por aí, façamos uma troca, sim?! - O homem pressionava o corpo de Emma no chão.

- Vamos para minha casa, dou comida e água para vocês e você me dá o seu corpo de bom grado. Sem gritar ou tentar fugir.

- Vai se foder seu -

A Pascal perdeu a voz quando David apontou uma arma para Petra. Seus olhos se encheram d'água e nunca se sentiu tão inútil em toda a sua vida.

- Ela não, por favor. Eu faço o que você quiser.

- Pode começar me dizendo seu nome.

- Emma. Aponta pra mim, eu te imploro.

- Que nome lindo, bonequinha. Me chamo David, a propósito.

Andaram por alguns quilômetros até chegarem numa fazenda isolada e bem protegida por cercas. A residência era grande e velha, mas muito bem abastecida. David deixou os pertences de Emma no chão da sala, incluindo suas armas.

Ainda apontando uma espingarda para elas, desamarrou as mãos de Emma, que fez o mesmo com a filha. A mais velha abraçou Petra, que chorava em silêncio.