41 - NOVA PESSOA

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Capítulo 12
P.O.V[ S/N]


    

Assim que me levantei da cama, meus olhos foram imediatamente atraídos por Elisa, que se remexia inquieta.

Olhei para minha menina e percebi que ela suava, mesmo com o ar-condicionado ligado a 16 graus. Levei a mão à sua testa e pescoço, sentindo que Elisa ardia em febre.

— Merda — murmurei, livrando-me do cobertor e indo até minha mala.

Encontrei a bolsinha de remédios, mas me irritei ao perceber que havia esquecido o antitérmico e o termômetro.

A saúde de Elisa sempre foi estável. O máximo que ela sentia, vez ou outra, eram algumas dores abdominais.

Febre? Essa era apenas a terceira vez na vida. Duas quando ainda era pequena, e agora.

Saí do quarto na esperança de Vitória ter o que eu precisava. Bati na porta onde ela, Adam e as crianças estavam hospedados.

— Vitória, abre logo essa porta — reclamei, ainda batendo com força. Tinha certeza de que ela já devia estar revirando os olhos.

Parecia que levava um ano para abrir.

— Que foi, puta? — perguntou ao abrir. Estava de pijama de cetim rosa claro, com o cabelo em um coque bagunçado e pantufas brancas.

— Elisa amanheceu com febre. Você tem termômetro e remédio? — perguntei, aflita. Vi sua expressão de "por que caralhos você me acordou?" se transformar em preocupação.

— Só tenho o termômetro. Nunca lembro de trazer remédio — respondeu, agora também nervosa.

— Tudo bem — menti —. Me empresta o termômetro?

— Claro, entra aí — disse, me dando passagem.

— Bom dia, praga — Adam murmurou ainda deitado, com os cabelos todos bagunçados.

— Bom dia, peste — respondi, ainda focada em Vitória, que procurava o termômetro no banheiro.

— Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou, saindo da cama com cuidado para não acordar as crianças.

— Elisa acordou com febre — informei.

— Vai precisar de ajuda com alguma coisa? — perguntou. Neguei com a cabeça.

— O termômetro já ajuda. Depois vou tentar comprar um remédio — disse, pegando o aparelho das mãos de Vitória.

— Eu peço para o Vincent ir — Adam sugeriu, e novamente neguei.

— Não quero incomodá-lo com isso.

— Quer um murro pra ficar esperta? — Vitória resmungou.

Revirei os olhos.

— Ele é o pai, S/n — Adam insistiu.

— Mas não sabe disso.

— Isso não muda nada. Acha mesmo que ninguém notou vocês dois disputando pra ver quem ficava com Elisa no colo? Aquele embuste nem sabe que é o pai da minha baby, mas a paternidade grita. Ele ama a Elisa, amiga — Vitória argumentou.

Passei as mãos pelo rosto, completamente confusa e preocupada.

— Tá, mas se ele não quiser, não precisa insistir — disse.

— Pede você mesma. Aproveita e vocês conversam mais — Vitória sugeriu com um sorriso malicioso.

— Vitória, ele tem compromisso, e eu também — respondi, repreendendo-a.

𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋||  ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ᴴ.Onde histórias criam vida. Descubra agora