𝐀 𝐄𝐬𝐩𝐢ã 𝐃𝐨 𝐒𝐨𝐧𝐡𝐚𝐝𝐨𝐫

❥ 𝟕

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐒𝐞𝐭𝐞 : 𝐎 𝐀𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨

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𝑺𝒐𝒐𝒌𝒊𝒆

𝑶𝒔 𝒅𝒆𝒔𝒅𝒐𝒃𝒓𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒅𝒂 𝒓𝒆𝒗𝒆𝒍𝒂𝒄𝒂𝒐 𝒇𝒆𝒊𝒕𝒂 pelo homem idoso aconteceram em um piscar de olhos.

Em questão de minutos soldados da Patrulha Real escoltaram Sookie e a Serva para o Castelo de Areia.

A construção elaborada era como o coração da Cidadela, situada bem no meio, conectando as quatro direções por pontes de tijolos amarelo.

O castelo parecia dourado sob a luz do fim de tarde.

Em seguida, ainda algemada, Sookie foi conduzida pelo castelo adentro até a sala do trono, onde o rei a aguardava observando a Cidadela por uma janela hexagonal.

Os passos ecoam no piso polido, chamando a atenção do rei para a menina e sua escolta.

- Aremich tem sido atacada por monstros do outro lado da barreira e os Guiadores não conseguem mais conter esta praga - ele começa dizendo.

Sookie franze o cenho, formando uma carranca emburrada e cética.

Ela não acreditava nas lendas do povoado das fadas, muito menos nas escrituras do Livro Sagrado.

- Nossa última esperança é que você prove que as escrituras no Livro Sagrado são reais. Você precisa atravessar novamente e resgatar o Livro do Medo - ele completa, próximo a menina.

Ela engole em seco.

- E se eu morrer? Se eu não for essa fada da lenda?

O rei analisa Sookie e pondera suas palavras.

- Se decidir ficar em Aremich o julgamento público terá continuidade. Os cidadãos não ficarão do seu lado. Estão certos de que não pertence a esse lado da Membrana. Se for para Senmid e recuperar o livro terá o Perdão Real, bem como um bom dote de terras para você e sua família. Será mencionada nas cantigas como heroína do povo.

- Pode prometer que manterá minha família sã e salva se eu morrer? Pode prometer isso, majestade?

Fadas não mentem. Elas não podem. Sookie temia que seus pais sofressem as consequências de seus atos, que seriam humilhados pelo povoado. Mas, com a proteção da realeza ninguém ousaria lhes causar mal.

- Posso prometer que enquanto estiver na busca eles terão conforto e assistência. Se não retornar vamos encarar isso como um sinal de que estará morta e seus pais só terão direito a pequena quantia referente a indenização que as famílias de Guiadores recebem quando morrem em combate.

Sookie fita o chão. Partir seria uma escolha arriscada, desbravar um mundo assustador sozinha, alcançar um território desconhecido e roubar dos Descendentes do Primeiro Medo seu objeto sagrado. Isso tudo parecia loucura.

Em contra partida, ficar e enfrentar um julgamento público sabendo que jamais seria considerada inocente, punha em risco a integridade das pessoas que amava.

- Tudo bem. Eu aceito ir e recuperar o Livro do Medo - disse ela ao encarar os olhos cintilantes do Rei das Fadas. - Sob uma condição: quando eu voltar, além do Perdão Real e segurança dos meus pais, quero fazer parte dos Guiadores de Sonhos. Terei provado meu valor.

Ele assente.

- Temos um acordo, então.

- Sim. E agora, por onde começo? - Sookie perguntou, inflando o peito ao inspirar profundamente e reunir o pouco de coragem que ainda lhe restava.

O rei esboçou um sorriso discreto de satisfação, com a postura ereta e os braços para trás.