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𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐂𝐢𝐧𝐜𝐨: 𝐎 𝐑𝐞𝐢 𝐃𝐚𝐬 𝐅𝐚𝐝𝐚𝐬.

𝑺𝒐𝒐𝒌𝒊𝒆

𝑺𝒐𝒐𝒌𝒊𝒆 𝒓𝒆𝒄𝒐𝒃𝒓𝒐𝒖 𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒄𝒊𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒑𝒐𝒓 volta de uma hora depois de ser jogada numa cela escura e fria no calabouço do Castelo de Areia.

A garota se levantou com dificuldade, inspecionando o corpo em busca de sinais de agressão ou qualquer tipo de mudança que pudesse lhe dar uma pista significativa. Respirou aliviada ao não encontrar sequer um arranhão.

Estava descalça, vestindo uma calça de couro gasto e uma blusa no mesmo material recortada de maneira irregular. Seus ombros e barriga estavam a mostra, e ela tinha a sensação de que as costas também, já que sentia apenas filetes de tecido encostarem em sua pele.

Ela se aproximou das grades da cela, que eram apertadas o suficiente para afugentar qualquer esperança de uma fuga. A cela era uma câmara minúscula, com capacidade para no máximo cinco presos. Suja e úmida, havia feno espalhado pelo chão e um balde de madeira com o fundo manchado num canto isolado. O lugar fedia e era possível escutar murmúrios não muito longe dali. A cela da frente estava vazia; tochas estavam penduradas nas colunas de pedra intercaladas entre as demais câmaras.

Sookie começou a elaborar um plano para escapar, analisando todos seus recursos, que não eram muitos. Ela vasculhou o chão em busca de un pedaço de osso antigo, ou qualquer objeto mais rígido que a palha. Encontrou um pequeno pedaço de metal do que provavelmente fora um grafo ou uma faca no passado.

Observou o metal na luz e viu que era pequeno demais para tentar o truque com a fechadura.

A garota sentou e afundou a cabeça nos joelhos numa tentativa de clarear a mente.

Não muito tempo depois, ouviu passos ecoar pelo corredor, passos pesados de botas contra o chão rochoso; o tilintar de armaduras batendo com o movimento de possíveis soldados vindo do lado esquerdo.

Ela pôs-se de pé num piscar de olhos, preparada para o que quer que viesse a seguir.

Um homem robusto, com armadura de metal polido refletindo a luz da tocha pegou o molho de chaves para destrancar sua cela. Dois homens entraram na câmara, cada um segurando um braço da garota.

Ela não sabia como reagir, então apenas cooperou com os guardas e não tentou uma fuga estúpida.

Um terceiro homem surgiu, com vestes douradas e aparência limpa. Ele portava uma coroa brilhante entre seus fios caramelados na cabeça e um manto violeta sobre sua túnica.

O rei das fadas, percebeu ela.

A garota limitou-se a fazer uma referência com a cabeça devido a sua situação.

—  A senhorita é Sookie Ayamon? — Indagou o rei, com uma voz profunda, contrapondo suas feições leves macias.

— Sim, vossa Majestade.

Ele avança e seus guardas caminham um passo afrente em conjunto.

O rei inspeciona meu rosto. Seus olhos são de um dourado queimado, como faíscas de fósforo antes de ascender. Sua pele é cintilante, bronzeada.

O rosto do rei é quase místico, diferente de tudo que a garota já tivesse visto. Ele se parecia mais com uma gravura de um ser fantástico do que uma simples fada como as demais.

— E afirma ter atravessado a barreira?

— Sim, Majestade.

Ele solta um suspiro exasperado.

— Como conseguiu isso, garota?

Pisco lentamente.

— Eu não sei, vossa Majestade. Eu apenas atravessei, sem querer. Nunca tinha atravessado antes, eu juro.

Ele franziu a testa.

— Não me convenceu o suficiente, assim como não convencerá o restante do júri. Em misericórdia, por sua honestidade até então, concedo que terá seu julgamento público. Deixarei que os cidadãos decidam se é ou não uma ameaça a eles. Terá o direito de aguardar um dia e uma noite nessa cela privativa, e receberá uma refeição e um cantil de água enquanto espera ser levada.

Os olhos da garota se enchem de lágrimas.

— Obrigada, vossa Majestade — murmura Sookie, conformada com a decisão do rei. Ela sabia que isso era o melhor no momento, e que se o rei realmente a visse como uma ameaça teria a executado ali mesmo. Portanto, apenas assentiu e agradeceu por tal misericórdia.

— Nos vemos no tribunal — finalizou ele, dando as costas e marchando em retirada com seus guardas.

O último homem trancou a cela novamente e atirou um cantil de água preso em sua cintura para a garota.

Ela, que estava com sede, deu um curto gole, sabendo que teria que poupar aquele bocado para aguentar até amanhã.

𝐀 𝐄𝐬𝐩𝐢ã 𝐃𝐨 𝐒𝐨𝐧𝐡𝐚𝐝𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora