Mônica.
Quando o dia finalmente chegou ao fim eu fui me trocar para encontrar Rafael que me esperaria no elevador, conseguir uma carona era sempre maravilhoso para mim.
Além de me poupar o cansaço do transporte público, eu ainda poderia aproveitar a companhia de Rafael um pouco mais.
- Você já jantou? - Rafael perguntou enquanto entrávamos no elevador e neguei. - O que acha de passarmos no drive thru do Subway? - ofereceu e sorri animada.
- Seria perfeito. - concordei enquanto as portas se abriam no estacionamento e saltitei ao lado de Rafael até o seu carro.
- Rafa? - uma voz chorosa soou atrás de nós e me virei segurando a porta do passageiro.
Doutora Amanda se aproximava com sua aparência abatida e a olhei ansiosa pelo que viria a seguir.- Rafael, podemos conversar? - pediu e olhei para ele.
- Eu tenho um compromisso agora. - avisou ríspido.
- Por favor, eu sei que não deveria, mas eu só tenho você a quem recorrer. - implorou e me remexi inquieta voltando a fechar a porta do carro.
Doutora Amanda sabia, sabia que Rafael ainda mantinha sentimentos por ela e assim como antes ela continuava usando isso.
Seu senso de responsabilidade emocional era nulo toda vez que ela vinha implorar por ele dessa forma, sempre que ela se aproximava quando precisava e se afastava quando tudo estava bem com Nate novamente.
E Rafael, ele sem ao menos perceber, sedia todas as vezes e se magoava em todas elas. Parece que realmente ninguém era imune afinal, ele era o meu ponto fraco e ela era o ponto fraco dele.
- Entra Mônica. - pediu apontando para o carro e assenti abrindo novamente a porta do passageiro e incomodamente me ajeitei no banco batendo a porta.
Amanda continuava falando e gesticulando enquanto Rafael se mantinha afastado dela e quis descer um pouco o vidro e bufei quando vi que estavam travados.
Me surpreendi quando ele finalmente a convenceu a ir embora em seu próprio carro e desviei o olhar quando o vi se aproximar novamente.
- Está tudo bem? - perguntei curiosa enquanto ele entrava e colocava seu cinto.
- Eu me sinto um idiota. - afirmou suspirando apoiando as mãos no volante.
- Você não é um idiota. - contrapus. - Vocês passaram muito tempo juntos, é muito para se ignorar.
- Sinto que desperdicei seis anos da minha vida com alguém que claramente não me amava. Ao menos, não na intensidade que eu a amava. - suspirou.
- Ás vezes, as pessoas não sabem dar valor aqueles que tem em sua vida. - murmurei colocando o cinto e Rafael ligou o carro.
- Talvez eu não seja suficiente. - afirmou após alguns minutos em silêncio e o olhei chocada. - Foi preciso apenas um ano para que Nate a fizesse se sentir do jeito que eu não fiz em seis.
- Eu não admito que fale assim Rafael. - bufei zangada cruzando os braços. - Você é um cara incrível, atencioso, romântico, ela que não soube te dar valor. Você apenas encontrou a pessoa errada para você e demorou um pouco para perceber isso.
- Eu nunca mais vou me envolver com ninguém. - decidiu saindo com o carro do estacionamento e suspirei me afundando no banco.
O caminho foi feito em silêncio e passamos direto pelo Subway fazendo-me bufar baixinho pelos planos frustrados.
- Acho que esse é o caminho errado. - murmurei quando notei que nos aproximávamos do seu condomínio e não da minha casa.
- Eu ainda te devo o jantar. - afirmou sorrindo levemente. - Pensei em comermos uma pizza, mas se não quiser, posso te levar para casa. - ofereceu parando com o carro em frente a entrada da garagem de seu condomínio e assenti.
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Desejo
ChickLit(+18) Rafael sabia, ele tinha uma vida perfeita. Ele tinha o emprego dos sonhos, amigos leais e a mulher perfeita ao seu lado, mas quando dois desses pilares importantes se quebraram ele entendeu que uma vida perfeita, não existia. Mas, quando um no...