Capítulo 4 - Fase de testes

476 73 34
                                    

Boa noite minhas luas,vamos para mais um capítulo? Boa leitura meus amores

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

JULIETTE POV

:- EU TE AVISEI JULIETTE, EU FALEI QUE ERA PRA GENTE TER IDO EMBORA ONTEM A NOITE - já fazia uns 15 minutos que Sarah estava gritando e jogando a culpa em cima de mim. Depois da notícia das testagens, ela simplesmente surtou. Por conta dos gritos dela, tivemos que vir para a parte de fora da casa, não queríamos acordar as crianças - SE FOMOS PEGOS A CULPA É SUA - eu estava quieta até o momento, pensando no que poderíamos fazer, mas o grito de Sarah me tirou dos meus devaneios. A encarei de fora firme e notei seu rosto vermelho, parecia que ia explodir e me agredir a qualquer momento. Duvido muito que essa não era a vontade dela

:- CHEGA SARAH, CHEGA - ela parou e me encarou, se calando por alguns segundos - Ficar gritando desse jeito não vai adiantar NADA agora. Vocês terem ido embora ontem ou não, não muda o fato de que estavam correndo perigo do mesmo jeito - a veia saltada no seu pescoço dizia o quão puta ela estava. E antes de me rebater ela olhou pra porta quando foi chamada

:- Tia Salah - a voz chorosa do loirinho indicou que ele tinha acabado de acordar e estava querendo atenção da morena

:- Oi meu amor - sua voz automaticamente soou mais carinhosa e calma, andando até o pequeno e o confortando em seu colo. Ela saiu e foi até aonde as crianças estavam, dando nossa conversa por encerrada. Mas eu sabia que aquilo não acabaria assim. Suspirei e pensei na gravidade do problema. Se eles realmente começassem a fazer testes diários em todos, seria difícil conseguir esconder as crianças por muito tempo. Fora que mesmo se eles tentassem fugir, eu apostaria que estaria cheio de policiais em todas as entradas e saídas da cidade. Literalmente estávamos fodidas. Sim, nós duas. Eu pela minha bondade de ter acolhido eles, seria vista como cúmplice.

Levantei e decidi ir direto pro meu quarto. Eu precisava de um banho, eu precisava ficar longe do olhar acusatório de Sarah. De certa forma eu entendia toda a sua raiva. Ela colocava aquelas crianças acima de si mesmo e daria a sua própria vida pelos pequenos. Assim como eu daria por Luna. Mas ela não estava mais aqui, o que de certa forma agora não adiantava nada. Tirei o moletom e resolvi que lavaria o cabelo. Eu gostava do silêncio da minha própria companhia, mas bem lá no fundo, era confortante saber que não estava sozinha naquela casa enorme. Eu me sentia sozinha na maioria das vezes. Apesar de ser verdade e de mim mesma procurar por aquilo, tinha dias que eu só queria alguém pra me abraçar. A gente sempre acha que sozinhos tudo vai parecer mais fácil. A sua dor não vai incomodar outra pessoa e você pode sofrer no seu próprio silêncio.

Mas a verdade é que você deseja alguém pra te dar apoio, pra te consolar e pra ser o seu suporte quando você não aguentasse mais. Eu tinha minha família, eles eram meu suporte. Minha mãe era meu suporte. Mas eu tinha escolhido ir pra longe deles, já fazia 1 ano. E desde então eu me sufoco na minha própria dor. Ter Sarah e as crianças ali, no meio do caos todo que estava se formando do lado de fora, trouxe um quentinho pro meu coração. Acho que era assim que eu poderia definir, mesmo não sabendo o porque.

Eu saí do banho e vesti outro moletom quente, o tempo ainda estava em negativo, mas deixei o cabelo secar de forma natural. Encontrei Cuscuz no esconderijo dele e troquei sua água e comida, descendo logo em seguida. O barulho de conversas chegou até os meus ouvidos e olhei pro sofá, aonde todos já estavam acordados. Sarah me olhou e logo desviou seu olhar. Ainda estava chateada comigo. Mas pude vê algo a mais nos seus olhos. Estavam vermelhos como se tivesse chorado. Suspirei.

:- Eu vou fazer o café - avisei e como imaginei não recebi nenhuma resposta. Sarah estava sendo infantil. Nós precisávamos pensar juntas e não acusar uma a outra. Fui pra cozinha e dessa vez tinha feito uma coisa rápida e fácil. Pães, ovos e cuscuz. Além de café, suco e a mamadeira dos menores - Vocês já podem vir comer - fui até a porta da sala e falei baixo, mas alto o suficiente pra ela ouvir. Por mais que eu tivesse certeza que ela não queria ter contato comigo, ela levantou e mandou todo mundo sentar pra comer.

Our Destiny Onde histórias criam vida. Descubra agora