Capítulo 4

322 16 131
                                    

PEDRI GONZÁLEZ


Sabe quando você sente que o universo está conspirando contra você?

É exatamente o que eu estou sentindo. Eu sinto que Deus está testando a minha paciência. Eu sinto que Deus quer me fazer pagar por algum pecado do passado. Francesca não pode fazer parte do meu círculo de amigos, nunca. Ela não pode ser amiga da Aurora. Ela não pode ser amiga do Gavi. Ela não pode ser amiga da Luna. Eles são os meus amigos, e, não quero compartilhar nenhum deles com essa destruidora de celulares.

Estou sentado novamente em cima do balcão de mármore. A cozinha está insuportavelmente lotada de pessoas, alteradas, devido à grande quantidade de álcool que estão ingerindo. Tomo mais um gole da cerveja gelada, enquanto Aurora e Caterina brigam pelo último pedaço de pizza da caixa ao meu lado.

— Pedri, você pode tentar ser educado com ela? — Caterina me pede. — Cesca é uma ótima pessoa, eu garanto que vocês dois futuramente podem se tornar grandes amigos.

Reviro os meus olhos ao cogitar na ideia de me tornar amigo da Francesca. Fixo meus olhos na Italiana ao meu lado e suspiro irritado por não conseguir ser grosseiro com ela. Caterina sempre foi uma pessoa maravilhosa comigo, na verdade, com todos nós. Mesmo sendo uma torcedora fanática e fiel ao Real Madrid, ela nunca tratou nenhum de nós, jogadores do Barcelona, com hostilidade. Sempre foi atenciosa e educada.

Nos conhecemos no clássico Barcelona x Real Madrid no ano passado. Ela estava no início da amizade com Aurora, que a convidou para assistir ao jogo no Camp Nou, no camarote aonde ficam os familiares e amigos. Caterina recusou o convite, ela não queria se juntar à energia dos Culés, então, as duas assistiram ao jogo na torcida mista.

No final da partida, Aurora levou Caterina para o apartamento do irmão, onde a conhecemos e, ao longo do ano, nos tornamos amigos bem próximos. Cat é como uma irmã, que nunca hesitou em nos apoiar e não se interessou pela nossa fama.

— Cat, me responda uma coisa. — ela me olha com atenção. — Você sabia que era o meu celular? Nós dois somos amigos há um ano, você estava comigo quando eu comprei a capa estampada com a banana. Por que você não contou à ela a verdade?

Caterina sorri. Ela sabia, com toda certeza.

— Ai, Pedri. Se eu contasse à ela quem era você, que nós somos amigos, a Francesca me colocaria para te encontrar no café e realizar a troca dos celulares.

— E por qual motivo você não fez isso?

— Porque eu achei que vocês dois poderiam se acertar naquela tarde. — ela desvia o olhar. — Mas, por favor, me prometa que vai ser educado com ela.

— Não prometo nada.

Neste momento, Gavi entra na cozinha, acompanhado pela Francesca, os dois estão rindo de algo que ele disse. O meu amigo se aproxima de mim, pegando a long neck das minhas mão e vira a garrafa na boca, fazendo uma careta ao ingerir o líquido.

— Eca, está quente.

— Você demorou no banheiro. — sussurro, próximo ao seu ouvido.

— Agora eu tenho um limite de tempo para ir ao banheiro? — Gavi sussurra de volta, me olhando com uma expressão divertida. — Francesca estava na porta do banheiro... — ele deixa a frase no ar.

NOW OR NEVEROnde histórias criam vida. Descubra agora