Rank-C I

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— Você está bem, Sakura-chan? — Kakashi ouviu Naruto perguntar, desviando a sua atenção dos dois genins que já estavam presentes para o terceiro membro da equipe que havia acabado de chegar. Sakura estava ofegante, mãos apoiadas no joelho e olheiras escuras sob os olhos.

Então ela ficou boa parte da noite lendo, em vez de descansar. Isso não era muito bom, Sakura não deveria ter feito isso. Descanso era importante, se não Kakashi já teria implementado mais coisas para seus genins ontem mesmo, ao invés de deixá-los se recuperar pelo menos um pouco do período durante o Labirinto.

Ele sabia que ela foi para a biblioteca e ficou lá até perto do horário de fechar. Ela ainda foi correndo para casa pegar sua bandana e voltou para biblioteca, comprovando assim que era uma kunoichi e recebendo permissão para poder levar livros do acervo para casa. Ela até entrou pela janela de seu quarto para fazer isso, seus pais já em casa. Kakashi não foi longe a ponto de bisbilhotar qual assunto ela tanto estava se dedicando, mas tinha uma boa ideia.

Houveram segundas intenções dele citando Kushina para Sakura, depois de tudo.

— E-Estou bem, Naruto. — Sakura respondeu, olhando estranhamente para seu companheiro loiro. Naruto franziu o cenho, não acreditando nela e provavelmente se perguntando se ele fez algo para ela olhá-lo assim.

Sakura também parecia um pouco abatida. E não poderia ser por causa do que ela pesquisou, Kakashi sabia. Então ela deve ter tido o tão temido confronto com seus pais. Kakashi odiava civis, seriamente. Os pais da garota foram bater na Torre Hokage, indignados que ele, o sensei, pegou sua "preciosidade" e exigiram que ela fosse levada de volta para a segurança de sua casa.

Tolos, todos eles. A partir do momento em que Sakura se tornou uma genin, ela não só foi vista como adulta perante Konoha e tirada de qualquer responsabilidade que seus genitores tinham para com ela, como ao fazer parte integralmente das forças militares da aldeia ela tinha que dar razão somente aos seus superiores; os chuunins, os jounins, especialmente ao seu jounin-sensei e, claro, ao Hokage. Ninguém mais.

ANBU entrava nesse meio também de certa forma, mas como uma organização a parte da força militar principal de Konoha, havia apenas certas situações em que sua autoridade seria válida. Normalmente quando estavam agindo direto sob ordens do Hokage, em nome dele.

— Maa, maa, meus kawaiis genins! Espero que tenham tido uma boa noite de sono. — Fez um shunshin de onde estava escondido entre as árvores até a frente de seus alunos, cumprimentando-os — Hoje nós estaremos indo em nossa primeira missão! Algum de vocês pode me dizer o que sabe sobre as missões rank-D?

— Elas são as missões de classificação mais baixa, que menos representam perigo ao cliente e aos shinobis contratados. — Sakura respondeu automaticamente, demonstrando seu conhecimento enciclopédico como uma traça de livros dando a definição direta.

— Isso está correto, porém é principalmente uma meia verdade que a Academia conta para vocês. As ranks-D não são missões genuínas, mas pedidos vindo dos moradores de Konoha, civis ou não, que servem para três únicos propósitos: trazer uma visão mais positiva dos shinobis para a população geral, incentivar o trabalho em equipe com situações sem nenhum ou quase nenhum risco de vida para os envolvidos, e por fim como uma forma de gerar circulação de economia extra dentro de Konoha sem depender de fatores externos.

Falou, conseguindo total atenção dos três.

— As ranks-D são obrigatórias para todas as equipes genins. Isso não está realmente escrito em algum lugar como um decreto ou algo similar, mas, por exemplo, se vocês quiserem fazer os Exames Chuunins, dificilmente os deixarão fazê-lo se não tiverem pelo menos algumas missões rank-D no currículo. Então, sim, é essencialmente um requisito. — Seu tom estava sério — As missões são chatas. Tediosas e repetitivas. Vão desde pintar uma cerca e limpar um quintal a passear com cães ou encontrar um gato perdido. Mas vocês têm que as fazerem, está bem?

O Destino que se MereceOnde histórias criam vida. Descubra agora