O Destino que se Merece

Intervalo II

— Então vocês desistiram dos exames? — Naruto arregalou um pouco os seus olhos para seus dois companheiros, surpreso, mas de alguma forma ainda achando isso esperado.

— Obviamente. — Sakura revirou os olhos, se aconchegando um pouco mais nele. Sasuke bufou de onde estava sentado na cama, por entre as pernas de Naruto e Sakura — Qual o sentido de continuar sem você?

— Tem muito sentido, na verdade. — Brincou com um sorriso em seu rosto. Não que o sorriso tivesse chegado a deixar sua cara desde que ele acordou — Mas não é como se qualquer um de nós realmente precise do Chuunin Shiken para se nos tornamos chuunins, eu acho. Caso especial e tudo mais.

E eles realmente não. Afinal, Kakashi-sensei poderia somente fazer uma recomendação de promoção, conseguir assinatura de mais alguns jounins para apoio (o que não seria difícil em tudo), e pronto! Eles poderiam fazer uma espécie de exame privado para se provarem à bancada de avaliação e, caso considerados aptos, fariam uma rank-C de dificuldade superior como provação final para ganharem seus postos. Não um método muito utilizado, apenas em raras exceções, mas Naruto achava que ser atacado por um Sannin renegado deveria abrir uma exceção.

Não esquecendo que o Conselho amava "seu" Uchiha (seu, claro, claro) e facilmente permitiria que esse "exame privado" acontecesse.

— Maa, maa, a única coisa para que o Chuunin Shiken serviria era para nós mostrarmos para Konoha e o mundo do que somos feitos e esfregar na cara deles que somos melhores. Lembre-se que um dos objetivos dos exames é justamente comparar a força militar entre as nações. — Kakashi-sensei apareceu na janela e se intrometeu na conversa, duas sacolas plásticas em suas mãos — Aqui, takoyaki para Sasuke e dango para nós. — Kakashi-sensei rapidamente entregou uma caixinha com seis takoyakis para Sasuke enquanto entregou um espetinho com quatro dangos para ele e Sakura, pegando um para si mesmo.

Naruto lambeu os lábios em antecipação, rapidamente mordendo um dango e puxando do espeto para dentro de sua boca, saboreando o sabor adocicado do xarope que os cobria em quase êxtase. Ele estava com bastante fome desde que acordou, cerca de uma ou duas horas atrás. Hospital estúpido que só tinha comida com gosto francamente horríveis.

Depois de uma sessão de abraços com uma Sakura fungando e um Sasuke grogue de sono (logo depois com um Kakashi-sensei preocupado, mas aliviado), Naruto fez um check-up e estava livre para receber alta, mas foi recomendado descanso e pedido para que ele aguardasse o Mestre de Selos de Konoha vir dar uma olhada no Shiki Fuujin por precaução e, provavelmente, para apertá-lo novamente. (não que Naruto vai deixar, é claro. Kurama ronronou nas bordas de sua mente em acordo)

Isso foi mais de uma hora atrás, e o tal Mestre de Selos que Naruto apostava ser Jiraiya não havia chegado. Só que Naruto sentia o chakra de Jiraiya na aldeia, sentia-o especificamente numa área que Naruto sabia estar a Konoha Onsen, que era a principal e mais famosa fonte termal e casa de banho da aldeia. Era bastante óbvio o que o Gama Sennin estava fazendo, dada sua fama.

Naruto, de certa forma, não dava a mínima para Jiraiya preferir estar na Konoha Onsen, assim ele teve tempo de conversar com sua família sobre o que aconteceu nesses cinco dias em que ele estava fora, bem como o que houve na sua luta contra Orochimaru, desde que ele tinha apenas uma vaga lembrança de quando alcançou as segunda e terceira caudas, e então nada quando chegou na quarta. Esse tempo também foi bom para finalmente acalmar os ânimos e a preocupação de sua família, mostrando que ele estava bem. Muito bem, mesmo que cansado.

Kurama também comentou um pouco sobre quando ele estava sobre influência de seu chakra, mas a raposa se manteve principalmente em silêncio desde que Naruto acordou. Os dois acabaram de ter uma conversa que exigiu muito emocional e mentalmente deles, e demoraria um pouco para Kurama enfim se acostumar e ser efetivamente confortável em agir amigável com Naruto, afinal a raposa odiou (e ainda odeia) humanos por décadas e séculos, tendo um ódio especialmente à mais pelos seus Jinchuurikis.