VII. Você está gostando de mim?

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Segui o caminho até a mesa onde ele estava sentado sem me importar com a garota que havia acabado de sentar em sua mesa.

— Olá Yuta! — anunciei minha chegada aos dois já que ambos pareciam estar entretidos com sua conversa.

— Olá Nabi, sente-se! — Yuta fez sinal para que eu me sentasse — Deixe-me apresentar Jinsoul a você! — disse se referindo a garota ao seu lado.

— É um prazer te conhecer Nabi! — ela sorriu, Jinsoul era muito bonita, tão bonita que me fez sentir um pouco de ciúmes.

— São amigos? — perguntei.

— Sim, grandes amigos de infância. Coincidentemente nos reencontramos aqui após tanto tempo, você não se importa de ela ficar conosco não é? — Yuta perguntou colocando seu braço ao redor ombro da garota a puxando para mais perto.

— Claro que não! — respondi sorrindo brevemente, não queria deixar transparecer que eu estava incomodada com o fato de que novamente alguém estaria atrapalhando nosso date.

— Que bom! — sorriu — Aliás, qual sua idade? Quero saber se devo te chamar de unnie ou não.

— Eu tenho vinte e dois, mas acredito que você seja mais velha! — comentei.

— Realmente, eu tenho vinte e quatro. Sou mais velha que Yuta por um ano! — riu ao falar sobre isso.

— Enfim, querem beber hoje? — Yuta perguntou e tanto eu como Jinsoul respondemos que sim, sem delongas o rapaz chamou o garçom e pediu logo três garrafas de soju para todos, o qual não demorou muito para trazer.

———

Eu já estava na minha segunda garrafa de soju, mas não estava me sentindo bêbada. Jinsoul contava alegremente sobre coisas engraçadas que ela e Yuta já fizeram juntos em sua adolescência eu não estava interessada em saber daquilo pelo contrário a história que ela contava estava me deixando entediada e irritada. Yuta a admirava e sempre que a garota, bêbada, quase esbarrava em alguém ele a segurava como se sua vida dependesse dela. Me pergunto se ele lembra que em nosso primeiro encontro ele quase me beijou depois que saímos do restaurante.

— Nabi-ah, beba mais um pouquinho! — Jinsoul me ofereceu mais um copo com cerveja e soju misturado.

— Muito obrigada unnie, eu já estou no meu limite! — recusei.

— Ah qual é, vamos lá! Beba por favor! — implorou.

— Desculpe Jinsoul, mas terei que recusar, se eu beber mais uma irei vomitar na mesa! — inventei a pior desculpa de todas, eu consigo beber mais uma garrafa e voltar para casa numa boa, mas eu realmente não estava mais aguentando.

— Tudo bem então, azar o seu! — quando Jinsoul foi virar o copo alguém da mesa ao lado se levantou bruscamente esbarrando na garota a fazendo levar um banho de cerveja eu ia me levantar para ajudá-la a se limpar, mas Yuta imediatamente se levantou com esse intuito. Ele perguntava repetidamente se ela estava bem ou se estava machucada, aquilo me incomodou de uma maneira inexplicável. Me sentei novamente na mesa e me servi mais um pouco de cerveja com soju.

— Ya, porquê está bebendo agora sendo que eu te ofereci antes? — a loira gritou e sem pensar duas vezes despejou a garrafa inteira de soju que estava na mesa em minha roupa. Eu ia respondê-la mas alguém apareceu gritando meu nome no bar.

— Ya Kim Nabi, tinha que ser você para se meter em encrenca! — olhei para trás e vi Donghyuck se aproximando de onde todos nós estávamos, não entendia o motivo de ele ter vindo até onde eu estava. Ele estalava a língua enquanto vinha até mim quando finalmente chegou até mim não pensou duas vezes antes de tirar seu moletom e colocá-lo em mim para evitar olhos desnecessários em lugares desnecessários — Onde você estava com a cabeça em ficar até tarde em um bar a beira-mar desse jeito? — reclamou me puxando cuidadosamente para sair da mesa onde estava. Eu o olhava com uma expressão confusa, eu realmente não entendia o que deu nele para fazer algo assim.

— Nabi, eu vou ter que levar a Jinsoul para minha casa, até mais! A conta já está paga! — Yuta se despediu sem ao menos pedir desculpas pelo que havia acontecido, bufei irritada após vê-los de costas para Haechan e eu.

— Vamos? — Donghyuck perguntou.

— Para onde? — perguntei irritada, mas ele parecia estar se divertindo com a situação como sempre.

— Para casa Nabi, já se passa das onze e meia da noite! — arregalei os olhos após ouvir estar extremamente tarde, eu havia realmente perdido a noção do tempo. Seguimos para o lado de fora onde havia um ponto de táxi tivemos a sorte de ter um taxista desocupado fumando no ponto ao lado do carro. Donghyuck pediu pelo serviço do homem e não hesitou em abrir a porta do táxi para eu poder entrar, ele estava realmente estranho ele nunca faria uma coisa dessas por mim. Assim que ele entrou e passou o endereço para o taxista não pude deixar de perguntar o que estava acontecendo.

— Você está bem? — o olhei franzindo a testa.

— Eu quem deveria estar te perguntando uma coisa dessas! — sorriu rindo.

— Eu estou falando sério! Você bebeu? —  perguntei fungando tentando sentir algum cheiro de álcool vindo dele.

— Não, a única pessoa que bebeu aqui foi você! — retrucou.

— Então porquê fez tudo isso? Por que deu seu moletom para mim? Por quê...— eu ia jogar mais uma avalanche de perguntas nele se ele não tivesse me interrompido.

— Ei! Isso virou um interrogatório? — riu do tanto que eu o questionava.

— Então me responda! — o induzi a falar.

— Todos estavam preocupados com você e então me pediram para vir te buscar e acabei vendo aquilo tudo que aconteceu! — respondeu.

— Você está gostando de mim? — sorri de lado.

— O quê? É claro que não, ficou louca? — riu cinicamente.

— Então você está doente, tenho certeza! Deixe-me sentir sua temperatura! — coloquei uma de minhas mãos em minha testa e a outra na testa de Donghyuck, quando eu ia tirá-las ele colocou uma de suas mãos na minha que estava em sua testa. Ele me olhava profundamente o que me deixou envergonhada pelo ato repentino dele imediatamente tirei minhas mãos de onde estavam e passei a olhar para a estrada na janela.

Um tempinho depois finalmente chegamos em casa, já era pouco mais de meia-noite quando entramos, portanto, todos já estavam dormindo profundamente. Eu não iria conseguir dormir mesmo se quisesse, o álcool me mantinha acordada, mas mesmo assim eu precisava ao menos tentar, no caminho para o quarto parei de andar quando ouvi Donghyuck me chamando.

— Já vai dormir? — perguntou se escorando em uma das cadeiras da mesa de vidro.

— Vou tentar! — sorri brevemente.

— Quer beber makgeolli? — foi até a geladeira pegando duas garrafas do licor de arroz que estavam guardadas.

— Vamos lá! — sorri. Ele pegou dois copos e os colocou na mesa com as duas garrafas, enquanto isso peguei a forminha de gelo e coloquei algumas pedrinhas dentro de cada copo. Nos sentamos e começamos a beber.

— Aguenta mais algumas doses de álcool? Não se force a beber! — ele comentou.

— Qual é, eu aguento essas garrafas aí! — debochei — Mas escuta... Você está preocupadinho demais comigo, tem certeza que não está doente? — zoei.

— Estou completamente bem Nabi!

— Entendi...— ri não acreditando no que ele falava.

Após bebermos metade da primeira garrafa eu já estava me sentindo zonza devido ao álcool, eu tinha certeza que estava bêbada, mas não ia admitir tão facilmente assim.

— Posso te contar uma coisa? — as palavras saíam da minha boca de forma embaralhada inclusive eu não conseguia entender o que eu mesma estava querendo dizer, mas algo eu sentia que precisava contar a ele.

— Vá em frente!

Vitamin Sea ﹫ HaechanOnde histórias criam vida. Descubra agora