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Capítulo 17

Uma vez eu li esta frase no livro do Pequeno Príncipe:

"É preciso proteger as lâmpadas com cuidado: um sopro as pode apagar."

Refleti sobre o significado dela por minutos, nunca imaginando que passaria por essa situação um dia.

Uma situação em que se eu mover um dedo, eu estragaria tudo.

E cá estamos.

Estava tensa, enquanto andava atrás de Wheezie para fora da barraca dos policiais.

A cara dela não estava nem um pouco amigável.

Eu olhava para meus pés, enquanto andava, em um sentimento de vergonha, com medo de que ela tenha descoberto o que eu fiz.

Quando chegamos a uma distância considerável das barracas, ela se virou e olhou em meus olhos, com um semblante de decepção.

— Bom, eu... — Ela tentou dizer, mas eu a cortei.

— Desculpe por ter saído daquele jeito da sua casa, e não ter mandado mensagem depois, aconteceu muita coisa e... Bom, acho que você já sabe como está a situação dos pogues...

— Sei! — Ela não suavizou sua expressão nem por um segundo, cruzando os braços — Não é sobre isso que eu vim falar.

Dei um suspiro de alívio, pelo menos não é sobre o que aconteceu na casa dela.

— Vou pra Itália. Amanhã. Vou passar uma semana lá! — Ela disse séria.

Minha boca se abriu em choque. Então era só isso?

— Ah... legal? — dei um sorriso falso.

— Sim... — Ela desviou o olhar.

Ficamos em silêncio por um tempo, sem saber o que dizer.

Pra mim é normal Wheezie viajar e passar um tempo fora, só não entendi o motivo dela vir pessoalmente me avisar.

— Você... — Pigarreei — Quer um beijo de despedi-

— Rose viu você saindo de casa! — Ela me interrompeu.

E neste momento, tudo ficou quieto, minha cabeça girou e minha garganta secou.

— Ela veio me dar uma bronca, e me deixou de castigo — Ela continuou — Mas depois ela ficou paranoica, achou que você tinha pegado alguma coisa, então ela foi olhar nas câmeras.

Antes que ela pudesse continuar, um trovão soou altamente no céu, logo começando a chover.

Não liguei da chuva estar me encharcando, tudo que importava era o que Wheezie ia dizer.

— Eu te defendi. Te defendi pra caralho! — Ela aumentou seu tom, já que o barulho da tempestade era alto demais — Agora, imagine a minha surpresa quando ela me mostrou as imagens de uma certa garota loira pegando 2 mil dólares do cofre do meu pai!

Eu não tinha palavras para responde-la, tudo que sentia era vergonha e decepção de mim mesma.

— Wheezie... — Minha voz falhou.

A chuva permanecia molhando nós duas, que já estávamos começando a ficar com frio.

A água que caía do céu escondia as lágrimas que desceram no meu rosto.

— Por que fez isso, Tina?

— Wheezie, me deixa explicar...

— Era tudo mentira, não era? — Ela se aproximou — Todo aquele discurso; todas aquelas palavras; todos os beijos, foi mentira?