🇧🇷 ; Capítulo 2 - Por favor, Annabeth

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Annabeth's pov
Fevereiro, 2022

      Eu caminhava atrás de Rachel enquanto escutava minha melhor amiga tagarelar sobre todas as suas ideias e sobre o quanto estava animada para aquela viagem. Era carnaval e, pela primeira vez em uma vida, nós duas estávamos viajando sem nossos pais colocarem um dedo nos nossos planos. 

      De início, a ideia parecia loucura para mim, mas Rachel conseguira me convencer depois de explicar que o intuito da viagem era tirar um tempo para descansar, não se meter em bagunça. Juntas, nós tínhamos escolhido uma boa pousada de frente para a praia de Copacabana, feito nossas malas e pegado o carro de Rachel para dirigir até o Rio de Janeiro. 

      Claro que eu não estava tão enérgica quanto ela, que parecia ter ingerido cafeína o bastante para matar um esquilo de infarto, mas eu entendia o entusiasmo, porque entendia como ela se sentia. Anos vivendo nas sombras dos pais faz uma simples viagem daquelas ser uma grande conquista.

      Em pouco tempo, estávamos na frente da pousada, e fiquei surpresa com a beleza do lugar. Era um lugarzinho simples de cinco andares, com sacadas nos quartos e um coqueiro muito bem cuidado na frente da porta de entrada. Rachel penetrou o local sem nem me dar tempo para pensar, e tive de me apressar se quisesse acompanhá-la. Por dentro, a beleza continuava. As paredes eram pintadas de azul marinho, com quadros de vários tipos espalhados por elas. No canto, um sofá branco com aparência super confortável estava posicionado na frente de uma mesa de centro de madeira, com um vaso de flores em cima. Por fim, uma garota (mais bonita do que qualquer decoração do local), estava atrás de um balcão, anotando alguma coisa que eu não fazia ideia do que era em um bloco de folhas da Hello Kitty. 

       Rachel parou em frente ao balcão e tocou a campainha, assustando um pouco a balconista. Ela abriu um sorriso contagiante para nós duas, e acabei sorrindo também. Ela era realmente bonita.

      — Bom dia. Como posso ajudar? — perguntou, com um sotaque carioca bem forte.

      — Bom dia! — Rachel cumprimentou, com um sorriso brilhante no rosto. Ela parecia tão feliz… — Meu nome é Rachel Elizabeth e essa é minha amiga Annabeth. Fizemos uma reserva.

      A garota abriu uma gaveta lotada de fichas organizadas com aquelas divisões de papelão e puxou um papel, lendo o que estava escrito nele.

      — Ah, claro. O quarto de vocês é o vinte e três e o vinte e quatro, no segundo andar — disse, nos entregando as chaves. Peguei a do meu quarto enquanto Rachel já começava a subir os degraus da escada. Como eu estava fazendo desde manhãzinha, a segui.

      Entrar no meu quarto me trouxe uma paz inexplicável. O lugar tinha paredes brancas, piso de madeira, uma cômoda com um vaso de Jacintos em cima, uma cama de casal com roupas de cama limpas, um guarda-roupa vazio e uma porta de vidro que dava na sacada, onde, presa por dois ganchos, tinha uma rede. Um cheiro agradável de mar se espalhava pelo ambiente e, quando me aproximei do móvel encostado na parede, vi que, preso no vaso de flores, tinha um bilhete. 

"Jacintos - Representa a delicadeza dos sentimentos
Flor criada pelo Deus do Sol, Apolo, para homenagear um dos seus maiores amores"

      Um sorriso surgiu no meu rosto. Tudo ali parecia ter sido pensado com todo o cuidado do mundo, e, mesmo sem nem conhecer aquele lugar, me senti em casa. No entanto, a paz não durou tanto tempo. Não tendo uma melhor amiga que devia consumir dez litros de café por hora.

      — Annabeth! — Rachel entrou no quarto, que eu tinha esquecido aberto, e se aproximou, dando pulinhos — A Piper disse que…

      Franzi o cenho.

🇧🇷 ; O que aconteceu no carnaval do ano passado? - PJOOnde histórias criam vida. Descubra agora