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Naruto se aconchega no armário do quarto, ouvindo a voz de sua mãe bater contra as tábuas do piso, ribombando embaixo dele, transbordando com a força de uma deusa raivosa que deve ser obedecida.

— O que as perversões de dois primos incestuosos têm a ver com a virgindade do meu filho?!

A voz de resposta do homem, embora mais calma e quase reconfortante, tem tanto poder quanto a dela. É uma voz inofensiva, até jovial, que promete uma vontade formidável se você errar o homem que fala.

— Quatro primos. Deidara e Kiba também estão pedindo por ele agora. Devo preparar os jogos para um namoro adequado. Ele é lindo demais, dizem, e seus primos estão começando a treinar entre si.

— Meu filho não vai escolher um desses animais de celeiro infestados de piolhos!

— Kushina. O descontentamento dos deuses causa o caos na vida dos mortais. E você é a zeladora de muitas dessas vidas. Esta perturbação é dirigida diretamente a você e meu filho. É por isso que estou tão preocupado. É melhor-

— Você não pode fazer o papel de pai agora!

Algo trava. Naruto imagina que é um dos grandes vasos no chão da entrada.

Não é uma coisa adequada para levantar e jogar, mas uma deusa de dois metros e meio precisa de um objeto considerável para atirar em seu ex-amante.

Kushina cresce à medida que fica mais irritada.

Minato responde com uma pitada de impaciência suspirando: — Você não me deixou conhecer o menino. Essa não foi minha escolha–

O rugido de sua mãe, tão alto que os suportes da casa devem chacoalhar, assusta Kurama, o coelho laranja nos braços de Naruto.

— Você não é dele! E você não é meu! E você não tem nada a ver com essa família! Eu deixei isso claro.

— Shhh, Kurama. — Naruto sussurra, acariciando a cabeça do coelho e descendo por suas longas orelhas, pelas costas. O coelho se contorce uma vez, com medo, mas depois se acalma com confiança. Seu pequeno coração martela contra o braço de Naruto, que o embala sob seu corpo, contra o peito de Naruto.

E seu pai responde com o mesmo tom calmo, a mais leve frustração perceptível dandolhe aquele profundo poder misterioso.

— Eu sou o pai do menino, Kushina. Não importa a distância de onde eu estive, ou o fato de que você me excluiu, eu sou o pai dele, e eu me importo com vocês dois...

— Você é um canalha! Um mentiroso! Um ator de teatro e um cachorro sujo! Você não poderia ser o pai de nada, mesmo que sua semente seja fértil! Você não tem coração. Você nem sabe o que é! - Naruto prende a respiração, temendo por sua mãe.

Ela já teve esse desabafo muitas vezes. Basta uma ou duas perguntas curiosas dele, ditas quando era muito jovem, pois Naruto soube há muito tempo que não tem pai. E ele nunca vai. É um fato inegável, absolutamente irrefutável.
Ou seja, de acordo com a deusa que acabou de chamar Minato de cachorro.

— Ele é meu, Kushina! — Finalmente, essa raiva aparece. Mas mesmo nisso, é tranquilo. Quando o Deus das Tempestades realmente se enfurecer, você saberá. Este é apenas um céu escuro no que deveria ser um dia claro. O sinal de um aviso.- E eu sou o Rei dos Deuses, ou você se esqueceu?

— Você é o Rei do Monte Olimpo. — Corrige sua mãe.- E é aí que você pertence, ao lado de sua esposa ciumenta, Hera. Ou você esqueceu?

— Sou eu que cuido de todos vocês–

Ele começa a responder. Mas sua mãe não terminou.

— E você é um tipo especial de idiota para estar aqui falando na minha cara sobre 'caos entre mortais ', seu vira-lata de rua sujo. Quanto tempo você passa no Monte Olimpo, Minato, hm? Quanto tempo por ano você passa supervisionando aquele reino que você afirma governar?

Hades & Seph | NarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora