Capítulo 8

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Stéfano Santore

Durante toda a festa não conseguimos ficar longe da nossa mulher, e quando os homens da família começaram a comer ela com os olhos, ficamos possessos de ciúmes, o que só levantou mais suspeitas para os nossos pais. E quando nos perguntaram o motivo de andamos como cães de guarda atrás da Kyara, não pude mentir, contei sobre a promessa.

A situação ficou pior após isso, eles passaram a apresentar como nossa namorada, com esses cinco meses de convivência aprendi a ler suas feições e sabia que assim que a festa acabasse, iriamos ser questionados.

Dito e feito, contamos quase tudo para la nostra vita e pela reação dela sabia que queria fugir, então deixamos que ela fosse embora sem se despedir de nós, me levantei e olhei para meu irmão que também olhou-me se perguntando a mesma coisa.

— Será que ela vai nos aceitar? — Ele perguntou primeiro.

— Só nos resta, esperar pelo seu tempo. Mas conhecendo ela como conheci nesse últimos cinco meses, prepare-se para ser investigado. — Falei olhando para ele, que só levantou a sobrancelha, mas logo entendeu o que estava me referindo.

Porca miséria! Ela vai acabar descobrindo muita coisa, cazzo. — Passa as mão nervoso pelos cabelos ficando branco como papel, e antes de fazer alguma coisa ou falar algo, nossa mãe bate na cabeça dele.

— Que palavras feias são essa mio figlio? — Cruzando os braços acima dos seios, olhando de mim para o Andrei, só levantei as mãos em sinal de rendimento.

— Ah, mãe, o que devo fazer? — Fala ele se sentando e colocando as duas mãos sobre a cabeça.

— Sobre o que filho? — Olha para mim.

— Simples mãe, falamos que queremos a Kyara como nossa mulher, e agora o Drei está com medo, do que ela vai descobrir sobre o passado dele.

— Se não fez nada do que se arrepender, por que esse escândalo todo? — Ele a olha como se estivesse três cabeças, e já olho para a cara dele sabendo que aí vem merda.

— Desembucha, o que você aprontou que quer esconder? — Falo me sentando em frente para ele, que começa a negar com a cabeça até nosso pai entrar no escritório também.

— Também quero saber. — Falou se sentando ao lado em um sofá próximo a minha mãe e a puxa para se sentar também.

— Como vocês sabem já faz quatro anos que sou chefe da máfia, pois bem a dois anos apareceu uma mulher com quem fiquei dizendo que estava grávida, claro que primeiro não acreditei, mas depois tratei de dar todo o apoio. — Vejo que lá vem merda, conheço ele tão bem e está nervoso.

— Ela queria que nos casássemos, não quis isso, lhe falei que iria assumir se o bebê fosse meu. — Vejo lágrimas escorrendo pelos seus olhos e ele respira fundo antes de continuar e abaixa a cabeça. — Porém não aceito o que tinha a oferta, e sem pensar duas vezes matou mio figlio que só tinha quatro meses.

— Oh, meu filho. — Minha mãe levanta e o abraça apertado, chorando igual criança.

— O pior foi receber o corpo em um saco de plástico, que ela mandou para minha casa, e descobrir por exame de DNA que era meu filho. — Nessa hora não vejo mais meu irmão, as lágrimas que escorrem pelos meus olhos o escondem.

Jamais poderia imaginar que meu irmão tinha tido um filho, uma farabutto o matou sem se importar com as consequências de seus atos, espero que esteja queimando no inferno, para pagar pelos seus crimes e por tentando fazer meu irmão de bobo.

— Só tenho uma pergunta, irmão. — Ele levanta sua cabeça e me olha ainda com os olhos cheios de lágrimas não derramadas. — Essa mulherzinha está pagando por seus crimes no inferno né?

— Filho, que palavreado e esse? — Brigou minha mãe, mas só em olhar para a cara do Andrei confirmou a morte do jeito mais desumano possível para aquela farabutto.

Após sua confirmação me levantei, caminhei até a janela olhando a paisagem, enquanto penso se Kyara irá querer namorar dois homens ainda mais um deles sendo frio, possessivo e mafioso, para falar a verdade até sou possessivo com o que é meu, e nesse caso a quero para ser somente minha, corrigindo somente nossa.

Não prestei atenção em mais nada após aquilo, tudo o que estava rodando na minha cabeça era o que nossa mulher estaria pensando agora, medo era pouco para demostrar o que estava sentindo agora.

Sei que não e fácil perder um filho, ainda mais do jeito que aconteceu, meu medo maior não era de que descobrisse o passado do meu irmão, mas sim que não quisesse ficar com a gente por causa disso, e por ser que é.

Três dias depois...

Ansiedade, medo, raiva era pouco para demostrar o que estava sentindo nesse momento, faz exatos três dias que não sei se quer notícias da Kyara, mas você deve estar perguntando o porquê? Sendo que sou seu secretário.

Simples no outro dia que houve a "reunião" de família que na verdade se tornou uma festa para quase quinhentas pessoas, ela teve que viajar a trabalho, pois parece que um dos sócios teve um problemas com uma das filiares, que só ela poderia resolver.

E como ainda tinha muitas coisas para resolver aqui tive que ficar, nessa ocasião estou em uma reunião mega importante que estar em jogo alguns milhões, por isso ela participa por vídeo conferência para dar apoio e saber se estou fazendo o certo.

Mas minha vontade mesmo era tê-la por perto, sentir seu perfume e olhar em seus olhos, nem que apenas por alguns instantes do dia que fossem, sinto sua falta mais que o ar que respiro.

Meu pai me ligou dizendo que precisava dizer algo muito importante, tenho quase certeza que meu irmão estar pensando em ir atrás dela, para contar tudo até mesmo suas dores.

Ele sempre foi mais emotivo de nós dois, mais como posso dizer... mulherzinha dos dois, mas mesmo assim o amo apesar de as vezes fazer muita burrada na vida, e de ter se tornado um criminoso "sem coração".

Ao chegar em casa sou informado o que já desconfiava, meu maninho foi atrás da nossa mulher, sem pensar duas vezes pego meu carro e vou até ele, não vou deixar que faça uma burrada maior ainda. 

DESCOBRINDO O VERDADEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora