Capítulo 9

22 2 0
                                    

Andrei Santore

Conta para minha família um pouco do meu passado, foi como tirar um peso das minhas costas que a muito tempo carregava, mas não sentia que pesava tanto até me livrar dele.

Ver meu irmão abatido por estar longe da nossa mulher só faz meu medo pela rejeição aumentar gradualmente, ele disse que houve algo urgente na filiar dos Estados Unidos com um dos sócios de lá, mas para mim parece que está fugindo de nós.

Nem posso dizer isso em voz alta, pois todas as noites quando ele chega em casa já vem com o rosto banhado por lágrimas que fizeram de descer sem autorização, isso estar me matando ao pouco, minha família e tudo para mim, mas meu irmão e como o meu mundo.

Decidido a ir atrás dela para explicar tudo, estou disposto a me humilhar se for preciso, mas não volto sem minha mulher ao meu lado. Tenho meu orgulho e irei renunciar a ele e de tudo por ela e pelo meu irmão.

Nunca pensei que o grande coração de gelo como sou conhecido, estaria disposto a ficar de joelhos por uma mulher nessa vida, mas certo e aquele ditado: "Nunca diga dessa água não beberei", sou a prova viva disso literalmente.

Estou disposto a tudo por uma donna, e pela felicidade do meu irmão, mesmo ele não sabendo o que estou indo fazer nessa ocasião, minha desculpa e que surgiu algo na máfia e preciso resolver, de certa forma e meio verdade.

Surgiu algo urgente na máfia que precisa da minha total atenção e terei que viajar, mas isso posso resolver daqui ou de onde estiver, a não ser que seja meus capangas não consigam resolver, confio inteiramente no meu braço direito Afonso que voltou para a Rússia.

Um metro e noventa de altura de puro musculo e gostosura, e assim que me defino, principalmente que estou usando esse terno sobe medida de três peças preto, que marca bem o meu corpo, em especial minha bunda, até parece ser grande do que sou.

Entro dentro do jatinho que tem minhas iniciais na lateral, e informo o destino que minha morena estar nesse exato momento, ao me sentar em uma das poltronas, minha ansiedade bate com força em meu peito, quase me deixando surdo para o mundo e forcando somente em uma pessoa.

Me aguarde minha morena, estou chegando. — Penso enquanto tomo uma taça de champanhe que a aeromoça me serviu, se fosse tempos atrás estaria nesse momento fodendo essa ragazza em um dos quarto que tem no fundo, mas quem imaginaria que só quero uma mulher.

Em minha cabeça rodam mil e um pensamentos bons e ruins, e nada do que faço ou penso faz parar de suar frio, só mais um pouco e terei que revelar tudo da minha vida. Será que vai aceitar um mafioso sem coração?

Perdido em pensamentos nem vejo quando Stéfano se senta ao meu lado, sem dizer nada olho para ele como se pedisse desculpas nos comunicando através do olhar.

Não sei se por ser o caçula ou pela nossa conexão sanguínea conseguimos nos comunicar apenas com olhares, desde que me conheço por gente somos assim, claro que as brigas nem sempre são as mais amistosas, mas ainda e meu irmão mais velho.

— Estava pensando em ir vê-la sem mim? — Me encara com um olhar acusatório.

— Jamais, Stéfano. — Na verdade estava sim, apesar de eu ser o mais sensível e ele quem mais sente o que os outros estão sentindo.

— Sei, finge que acredito. — Rimos do que acabou de falar e começamos uma pequena discursão sobre o filme de ação que estava passando no cinema.

Foi a viagem mais curta da minha vida, para mim foi longa demais, falar com meu irmão me acalmou um pouco até a hora que descemos do jatinho, e agora minhas mãos estão suando frio, estou me sentindo meio tonto e febril, mas a pior parte e a sede que mesmo bebendo bastante água não acaba.

— Calma irmãozinho. — Tenta me acalmar, o que não dar muito certo.

— Como se fosse fácil, se não conseguir convencer ela, você também perde. — O peso das minhas palavras nos faz tremer na base, conhecendo a Kyara sabemos que corremos o risco de receber um não, mas o que custa tentar.

Já tinha um carro preparado nos esperando para levar até o hotel, minha vontade e ir direto para a empresa encontrar nossa mulher, só que chegamos umas oito da noite em Nova York, e segundo Stéfano está tudo fechado.

— De amanhã você não passa. — Penso enquanto olho as ruas movimentadas por pessoas saindo dos seus empregos ou apenas passeando com seus namorados e amigos.

Fico imaginando se seria assim com a Kyara, e ao mesmo tempo tenho medo, pois nesses últimos anos arrumei tantos inimigos que penso que não sou digno dela, talvez seja melhor para ela ficar apenas com Stéfano, mas me recurso a desistir assim sem lutar com tudo que tenho.

Não tinha previsto que meu mano ia vir comigo, então vamos ter que dormir na mesma cama, se bem que isso nem é novidade alguma, fazíamos quase tudo juntos e as vezes até achavam que éramos gêmeos, mas tem algumas coisas que não fizermos juntos, como dividir a mesma mulher, isso deixamos para fazer apenas com uma única que é nossa Dona, e também nunca houve incerto afinal não curtimos isso.

Acho que o máximo que chegamos foi de chupar o pau um do outro em um momento de embriaguez, não lembro nem como formos tão longe assim, nossa primeira vez fazendo um incerto foi um selinho que trocamos sem querer quando tinha dez anos, e depois nos sentimos culpados e paramos de falar um com o outro, nossa mãe até disse que ia nos fazer beijar na boca para fazermos as pazes, claro que não queríamos nos beijar de novo.

Após esse selinho por acidente, tivermos nosso primeiro beijo de verdade dois anos depois, não foi algo bonito de se ver, nem foi um conto de fada, foi nojento babado e nem sabíamos como fazer direito.

Nunca mais fizermos isso e prometemos que se fossemos nos beijar que seria com a nossa mulher, achava que iria demorar anos para encontrá-la e pelo visto estou mais que errado de novo.

O medo dela não me aceitar e gritante em minha cabeça, me causando até uma falta de sono, olho para o lado e Stéfano dorme com um anjo, enquanto eu tremo na base como nunca aconteceu comigo, nem mesmo quando matei o meu primeiro inimigo fiquei assim.

O que uma mulher não faz com a gente? Não uma mulher qualquer, mas a única que o destino preparou para nós, as horas passam tão de vagar que me fazem perguntar se e minha ansiedade ou o tempo parou nesse momento apenas para me fazer sofrer.

O que será de nós? Poderíamos um dia sair de mãos dadas sem ter olhares preconceituosos? E pedir muito que ela aceite nosso pedido de namoro? Quem sabe no futuro aceitar o pedido de casamento?

DESCOBRINDO O VERDADEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora