Parte um: IV

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Uh... Não durou muito. Assim que Minho chegou em casa, foi recebido com a lembrança de que seu aniversário era amanhã. Por mais que houvesse uma pitada de otimismo no ar, ele ainda não conseguia agarrar o sentimento. Ele tinha conseguido por alguns minutos, na verdade, mas escapou de seu alcance – como todas as coisas. Minho não tinha controle sobre nada em sua vida, mesmo sobre as coisas que deveriam ser gerenciáveis.

Chan estar ao seu lado naquele momento e a promessa de ver seus amigos amanhã aqueceu o coração de Minho. No entanto, como um sistema de segurança, seu peito ainda estava totalmente alarmado, palpitando e esperando a ameaça que estava por vir.

Minho poderia receber qualquer pessoa em sua casa amanhã, ir a qualquer lugar legal ou fazer o que quisesse, ainda não mudava o fato de que seu aniversário era um pesadelo. Era quase como se ele estivesse destinado a ser mais infeliz naquela data. Quase como se estivesse escrito na história de sua vida que todo aniversário seria terrível até que ele morresse. Minho nem sabia quantos aniversários ainda tinha para vivenciar.

A doce voz se aproximando atrás dele tirou Minho de seus devaneios.

— Você está bem, meu amor? — Chan perguntou, estendendo a mão pedindo permissão.

Minho concedeu rapidamente, puxando Chan pela mão. Seus braços envolveram a cintura do homem mais velho e ele logo estava aninhado, a cabeça descansando confortavelmente em um ponto entre o ombro e o peito de Chan.

— Sim — Minho mentiu. Chan não precisava saber. — Me sentindo melhor agora.

Chan também se aninhou em Minho, encaixando sua cabeça bem no topo da cabeça de seu namorado. — Estou feliz, então.

Minho poderia ficar lá para sempre. Na verdade, ele até pensou em cancelar toda a festa de aniversário e apenas pedir a Chan para ficar na cama com ele durante todo o aniversário. E mesmo que parecesse tentador, Minho lembrou que fez Chan gastar tanto dinheiro com tudo. Seria injusto nem comer a comida e eles certamente não poderiam comer tudo isso sozinhos.

— O que você acha de fazer o bolo agora? Podemos deixar pronto para amanhã — sugeriu Chan.

Minho realmente precisava de uma distração. Aquilo não o distrairia do aniversário, mas manteria seu corpo ocupado.

O jovem sorriu, movimentando a cabeça para poder encarar Chan. — Parece bom. Você só vai ter que me guiar.

Chan riu, segurando Minho com mais força. Minho adorava a sensação de Chan apertando-o com tanta força, enchendo-o de tanto amor. Provavelmente mais amor do que ele merecia.

— Vai ser fácil. Eu sou um mestre em bolos — o homem mais velho deu de ombros, gabando-se ironicamente.

— Vou ter que ver com meus próprios olhos.

— Você vai.

Quando o rosto de Chan se aproximou, Minho o encontrou no meio do caminho, seus lábios colidindo um com o outro. Em um segundo, todos os membros de Minho se derreteram e Chan o segurou com força, prendendo-o. Foi incrível como depois de todos esses anos, Chan ainda conseguiu fazer Minho derreter como na primeira vez que se beijaram.

Minho se viu sendo arrastado de volta para aqueles tempos mais simples, quando Chan não conhecia nem metade dos problemas de Minho, quando Minho encontrou em Chan uma chance de fingir que sua vida era perfeita. A fachada não demorou muito para ser destruída, mas foi boa enquanto durou. Até que se sentiu sem esperança. Mas Minho já havia lutado por isso antes, ele não estava prestes a cair naquele vazio sem sentido novamente. Minho e Chan conversaram sobre isso e Chan não tinha nenhum problema com Minho não se abrindo quando ainda não se sentia confortável em fazê-lo. Estava tudo bem, tinha que estar tudo bem. Chan não ia ficar bravo com ele.

Complex - minchanOnde histórias criam vida. Descubra agora