Parte Dois: V

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Uma ou duas horas provavelmente se passaram. Da história de Seungmin, eles pularam para outro assunto. O assunto levou a outra história e a outra história levou a outro assunto. Todos eles fluíam tão perfeitamente. Isso fez Minho se perguntar se era assim que todas as amizades deveriam ser ou se isso era apenas coisa deles. Bem, mesmo que todas tivessem isso, Minho ainda poderia considerar coisa deles. Ele não tinha isso com mais ninguém no mundo, de qualquer maneira.

A certa altura, perdendo-se na voz de Changbin, que falava apaixonadamente sobre uma música que havia arranjado no outro dia, Minho se viu olhando pela janela. No céu, o sol voltava a pôr-se, quase a despedir-se de mais um dia, o dia do Minho. Seu corpo parecia tão leve, sua mente tão livre. Como poderia ser possível?

— Ei, pessoal — Chan chamou, levantando-se de seu lugar no tapete — Vamos cortar o bolo?

Minho engoliu em seco, olhando para o namorado. Seus olhos falaram um com o outro quando todos começaram a concordar.

Quando os homens ao redor de Minho começaram a se levantar, Chan falou novamente: — Quer ir pegar tudo comigo, Min?

Ele assentiu, levantando-se preguiçosamente de seu lugar. Um pouco nervoso, Minho seguiu Chan até a cozinha, mantendo-o perto o suficiente. Lá, Chan foi direto para a geladeira, tirando o bolo de lá. Minho não perdeu tempo, pegando pratinhos e colheres, concentrando-se em sua tarefa.

— Min — Chan chamou suavemente. Minho se virou, vendo o homem encostado no balcão. — Os meninos podem ficar aqui mais tempo depois que cantarmos parabéns, se você quiser.

— Eu sei, mas tudo bem pra mim passar o resto do dia sozinho com você. Acho que já comemoramos o suficiente.

Chan assentiu. — Certo. Se está tudo bem para você, então está tudo bem para mim.

Agarrando uma faca, Chan colocou-a ao lado de Minho, para que a levasse consigo enquanto o mais velho carregava o bolo. Olhar para Chan segurando o bolo fez algo com Minho. O fez sorrir tão grande, seu coração se sentindo tão cheio. Chan era o tipo de pessoa que dava tudo de si em tudo o que fazia, mas ia ainda mais longe quando se tratava do Minho. Encheu o coração de Minho ver como Chan estava investido. Isso fez Minho sentir que talvez essa festa realmente valesse a pena.

Chan estava prestes a sair da cozinha quando Minho falou, sincero e baixinho: — Channie, eu te amo muito.

O sorriso no rosto do homem mais velho quando ele olhou para Minho era tão brilhante, iluminando cada canto da alma ferida de Minho.

— Eu te amo ainda mais — disse Chan de volta, seu sorriso ficando cada vez maior — Vamos lá?

Um pouco mais atento ao seu batimento cardíaco, Minho assentiu, pegando os pratos e colheres descartáveis, junto com a faca. Dessa forma, eles voltaram para a mesa do almoço, onde os outros homens esperaram pacientemente por eles.

Colocando todos os itens ali, atingiu Minho. Esta seria a primeira vez que ele realmente ouviria as pessoas cantarem parabéns para ele. Depois de tanto tempo com algo assim nem mesmo em seus sonhos, Minho finalmente estava vivendo isso. Esta era realmente sua festa de aniversário e tudo ia ficar bem. Já estava tudo bem.

Minho estava de um lado da mesa, o bolo bem na frente dele e tudo aquilo parecia irreal. Coisas assim levariam um tempo para se acostumar, mas olhando para seus amigos animados, ele percebeu que poderia se acostumar em breve. Ele queria se acostumar a ser celebrado. Era o que ele merecia, pois respirava e existia e isso já era extraordinário. Por simplesmente ser um ser humano vivo e que respira, Minho merecia absolutamente todo o amor do mundo, principalmente no seu dia.

Chan sibilou, notando algo na mesa. — Esqueci as velas, espera um segundo.

Vendo Chan voltar para a cozinha, Minho ficou lá olhando cada detalhe do bolo, cada detalhe da mesa, cada detalhe dos amigos. O Minho queria gravar essa memória, tinha que gravar. Era extraordinário, nada parecido com qualquer coisa que ele já viveu.

Complex - minchanOnde histórias criam vida. Descubra agora