NARNIANOS

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Acordo sentindo minha cabeça latejar, percebo que estou em um pequeno quarto rústico deitada sobre uma cama na qual havia um lençol grosso amarronzado.

Logo Caspian coloca sua mão esquerda em minha boca e com sua mão direita gesticula um movimento de silêncio.

Escuto alguém conversando e Caspian me ajuda a levantar, nós nos aproximamos para escutar melhor a conversa. Eu fico ao lado de meu irmão e conseguimos perceber que estava havendo uma pequena discussão.

— Eles são só dois adolescentes –
alguém diz.

— ELES SÃO TELMARINOS, NÃO UM
CÃO PERDIDO, VOCÊ DISSE QUE
IRIA SE LIVRAR DELES. – escuto
uma voz familiar na qual me faz
ficar com raiva.

— Não, eu disse que cuidaria deles,
nós não podemos matá-los – escuto alguém dizer e eu e Caspian nos olhamos apreensivos. — Eu enfaixei a cabeça deles, seria como matar um hóspede. – novamente alguém diz.

Só agora que percebi que minha cabeça estava enfaixada,coloco a mão em minha cabeça a retirando-a e deixando em cima da cama vejo uma outra faixa que provavelmente era a de Caspian e logo volto a minha atenção na conversa quando escuto alguém falar.

— E como você acha que os amigos
deles tratam os hóspedes ? – pergunta a voz familiar de forma
grosseira.

— Claro que eles sabiam o que
estavam fazendo, não é culpa
deles. – diz alguém.

E em um movimento rápido Caspian segura a minha mão me puxando junto com ele em direção a alguma saída, mas o mesmo anão com a vestimenta preta puxa sua espada em direção a Caspian que pega um objeto de mexer o fogo da lareira para se defender e barulhos de metal começaram a ser ouvidos.

— PAREM! SE ACALMEM! PAREM
AGORA! – grita um animal que eu
notei ser um texugo.

Por sorte minha espada ainda estava comigo e tiro a mesma de minha cintura e coloco próxima ao pescoço do anão, me virando ao lado dele analisando-o.

— Nem um movimento ou eu corto.
– digo com a voz firme ao anão.

— Eu disse a você que deveríamos
ter matado eles enquanto tínhamos chance. – responde o anão ao texugo de forma ríspida e grosseira.

— Você sabe porque não podemos – diz o texugo com o tom de voz
firme.

— Se não nos matar, voltamos com
ele – diz Caspian me deixando confusa.

— Ele não pode fugir, eles viram a
gente! – diz o anão indo pra cima
de Caspian mas em um movimento rápido eu consigo ficar ao lado de meu irmão impedindo que o anão se
aproxime mais.

— De uma vez por todas Nikabrik,
ou tenho que sentar na sua cabeça outra vez ? – diz o texugo e Nikabrik faz cara de desgosto.

— E você, olha só o que você fez –
diz o texugo apontando para Caspian, eu e meu irmão olhamos para ele um pouco assustados, pois nunca tínhamos visto narnianos. — Eu perdi a metade da manhã fazendo essa sopa. – diz o texugo indo em direção a algum lugar.

— O... o quê é você ? – pergunta
Caspian assustado.

— Rhum, engraçado você
perguntar, era de se esperar que
mais pessoas reconhecessem um
texugo quando visse um. – responde o texugo.

— Não, ele quis dizer, que é porque
vocês são narnianos. – digo
explicando.

— Exato, Vocês deveriam estar
extintos. – responde Caspian confuso.

As crônicas de Nárnia: IRMÃOS DA REALEZA Onde histórias criam vida. Descubra agora