Capítulo 14. O cara por trás da máscara

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Capítulo 14 - O cara por trás da máscara 

Cinco minutos se passaram. Dez minutos se transformaram em vinte. Lutei para ignorar a sensação aterrorizante de estar sendo vigiado. Observei a escuridão que envolvia a escola… Por que Park estava demorando para voltar? 

Procurei desenvolver algumas teorias, sentindo-me mais inquieto a cada momento. E se Park não conseguisse encontrar Hoseok? O que aconteceria quando encontrasse Baekyul? Eu não acreditava que ele pudesse vencer Park em uma briga, mas havia sempre uma possibilidade - se Beakyul tivesse a seu favor o elemento surpresa.

O telefone tocou dentro do meu bolso e eu dei um pulo.

— Estou vendo você. — disse Baekyul quando atendi. — Está sentado no carro.

— Onde você está?

— Estou vendo você de uma das janelas do segundo andar. Estamos brincando aqui dentro.

— Não quero brincar. 

Ele desligou. 

Com o coração na garganta, saltei do carro. Olhei para as janelas escuras da escola. Não achava que Baekyul soubesse que Park estava lá dentro. A voz dele parecia impaciente, ele não estava zangado ou irritado. Minha única esperança era que Park tivesse um plano e não deixasse que nada acontecesse comigo ou com Hoseok. 

Uma nuvem escondeu a lua. Sob a sombra do medo, caminhei para a porta da ala leste. Mergulhei na semiescuridão. Meus olhos levaram vários segundos para distinguir uma faixa de luz vinda da rua, que atravessava o vidro na metade superior da porta. A cerâmica refletia um brilho fosco. Os armários estavam alinhados nos dois lados do corredor como se fossem sonolentos soldados robôs. Em vez de uma sensação de paz e tranquilidade, os corredores irradiavam ameaças ocultas. 

As luzes externas iluminavam alguns metros da passagem, mas depois disso eu não conseguia ver mais nada. Perto da porta, havia uma série de interruptores. Liguei todos, mas nada aconteceu.

Como havia energia do lado de fora, eu sabia que alguém desligara a eletricidade. Fiquei imaginando se isso era parte do plano de Baekyul. Eu não podia vê-lo. Não podia ver ninguém. Precisaria tatear de sala em sala pela escola, em um lento jogo de eliminação até encontrar Park. E juntos encontraríamos Hoseok. Com sorte, sem esbarrar em Beakyul.

Guiei-me pela parede e me arrastei para frente. Em qualquer dia de aula eu atravessava aquele trecho do corredor diversas vezes, mas na escuridão subitamente parecia desconhecido. E mais comprido. Muito mais comprido.

Meu pé esbarrou em algo, e antes que eu pudesse reagir, caí de cara no chão. Quando a lua saiu detrás das nuvens, uma luz cinzenta e fraca atravessou uma claraboia que ficava bem acima, iluminando os traços de… um corpo. Foi no que tropeçara. Kwan estava deitado de barriga para cima com a expressão congelada e um olhar vazio. 

Apoiei-me nos joelhos e tapei a boca, resfolegante. Minhas pernas tremiam com tanta adrenalina. Muito lentamente, pousei a palma da mão sobre o peito de Kwan. Ele não respirava. Estava morto.

Dei um salto e abafei um grito. Queria chamar por Park, mas Baekyul ficaria sabendo onde eu estava - isso se já não soubesse. Talvez estivesse me observando à distância enquanto seu jogo perturbador se desenrolava.

Olhei freneticamente ao redor quando a luz diminuiu, a biblioteca ficava à minha esquerda, depois de alguns degraus. As salas de aulas começavam à direita. Levei uma fração de segundo para decidir que iria para a biblioteca, e tateei na escuridão para me afastar do corpo de Kwan.

Por que ele estava morto? Quem o matara? Se Kwan estava morto, Hoseok também?

As portas da biblioteca estavam destrancadas. Depois das prateleiras, do outro lado, ficavam três pequenas salas de reunião. Eram à prova de som. Se Baekyul quisesse isolar Hoseok, aquele era o lugar ideal.

Anjo {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora