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FILIPE
— Gata, não é nada com você... — eu tentei sorrir pra mulher que ainda estava me abraçando pelo quadril e escutei a gargalhada do Diogo estrondar e logo ele se aproximou puxando a morena pra cima dele.

— O problema é ele. — ele completou quase melancólico e eu fiquei uns segundos repensando porquê eu quis trazer essa cara pra minha empresa e PIOR me tornar amigo dele.

Eles continuaram andando e eu só fiz seguir, quando chegamos realmente na parte de dentro da boate, um copo com whisky e gelo foi colocado na minha mão, sendo entregue por uma loira que até era bem bonita.

Diogo sumiu do meu campo de visão, sentei num sofá que era maio redondo, sei lá, tinha uma mesa redonda e baixa numa distância bem pequena. Tico estava encostado em uma das pontas do sofá e parecia está mais focado em vigiar quem estava a nossa volta do que olhar a quantidade de mulheres semi-nuas que passavam a todo momento por ali, algumas paravam nas outras mesas, nos colos, outras serviam bebidas e quando não era em bandejas, era num bagulho que tacava no corpo e o cara tinha que lamber a pele. Tem uma brincadeira com esse nome, mas não lembro.

Bebi do whisky e enchi mais o copo, mas deixei ele sobre a mesa e peguei um Redbull. Tenho consciência que essa mistura não é lá muito recomendada, mas porra, eu já tô fudido, não custa nada descer mais no poço e nadar no fundo dele.

— Cara, eu adoro esse lugar. — Caio chegou se jogando do meu lado e eu olhei de relance, ele ajeitou a blusa que estava e eu já fiz uma careta. — Quê? a mina mama bem, quer levar um bolagato?

— Na moral, não enche o saco. Eu nem queria está aqui... — perdi a fala. o lugar ficou mais escuro do que já estava e no centro do palco começou a rolar uns relances de luz vermelha, de repente, eu só conseguia enxergar a silhueta de uma mulher, de lado, com as costas no pole dance, a coluna um pouco arqueada, uma das pernas que tinha um salto estava um pouco mais levantada, aquilo ali tava foda. — Que porra...

— Se prepara, o show da Lolla é de tirar a tristeza de qualquer um. — Caio bateu em um dos meus ombros e eu deixei de vez as bebidas de lado. Me focando na tal Lolla.

— Dá pra ficar de boa por enquanto, são uns caras bem mais velhos e dúvido que vão te reconhecer. — Escutei o Tico informando, mas só assenti.

Um refletor de luz vermelha iluminou bem em cima da dançarina. Uma música mais sensual começou a tocar e eu endireitei minha postura, me inclinando mais pra frente, firmando mais os pés no chão e cruzando minhas mãos com meus braços apoiados nas pernas. No mínimo, vai ser interessante de assistir.

A música mudou e encheu o ambiente, a dançarina ainda estava com o corpo coberto num tipo de casaco cheio de brilhos, que reluziam ainda mais conforme ela se movimentava. A dança em si começou com ela batucando a mão de leve no corpo, no ritmo da batida da música. Girou sem tira uma das mãos do pole e o braço livre movimentava com leveza, mas não deixava de ser sensual e prender a atenção de quem quer que fosse e estivesse minimamente com os olhos sobre ela. Foi questão de segundos para ela girar o corpo em torno da estrutura de ferro e logo deslizar para o chão, ainda num movimento rápido, a bunda ficou mais aparente e a lingerie pequena e preta dava um volume ainda maior.

Seu corpo já estava encostado no chão, mas o quadril e pernas para o alto, as pernas se abrindo e depois de dá um apoio no ferro, ela desgrudou, deixando as pernas encostar no chão e todo seu corpo de bruços.

Se ergueu, dando a impressão que ficaria de quatro, mas se sentou nos calcanhares. Dançando com as mãos passando pelo corpo e cabelo. Inclinou o corpo pra frente e lá estava ela numa posição que como se estivesse de quatro, esperando alguém chegar por trás e....

Me distrai esquecendo meus pensamentos fora de ordem e voltei a focar quando a vi tirar o casaco, ficar apenas com a lingerie que era incrível demais mesmo que fosse só para uma apresentação. Eu segui com o olhar em todos seus movimentos, o quadril que se levantou conforme suas pernas agiam para que ela ficasse de pé outra vez. O cabelo que jogou de lado e de repente parecia que o olhar dela tinha vindo diretamente para o meu rosto. Ela não desviou, continuou com os olhos na minha direção e eu cheguei a me inclinar ainda mais pra frente, como se estivesse sobre efeito de hipnose. Suas mãos com as unhas pintadas também num vermelho sangue, deslizavam sobre o corpo cheio de curvas, da pele negra que brilhava tanto como os brilhos do casaco que ela estava antes.

Ela deixou um sorrisinho ladino escapar e desfilou para se aproximar de outro pole, subindo nele como quem abre os olhos depois de dormir suavemente.

Essa porra não tem como ficar ainda melhor? Ou tem?

Como se escutasse minha pergunta, se lesse minha mente, ela começou a girar na estrutura, com as pernas em movimento, abertas, o corpo enroscado no ferro e logo uma perna se enrolou junto. E rodava. Rodava sem perder nada, a sensualidade, a leveza, o toque que não deixava transmitir nenhum esforço pra se sair tão bem nisso.

Deslizou o corpo tão devagar que eu mal consegui notar quando chegou ao fim da estrutura, começou a se mover no palco como se engatisse e parou de costas para quem estava na platéia, de repente estava sentada sobre os calcanhares e por dois segundos depois, estava quase de quatro, rebolando com o quadril tão solto, a bunda perfeitamente desenhada. E eu fui arrebatado quando seu cabelo foi jogado de lado e ela olhou para trás.

— Puta que pariu. — exclamei deixando meu corpo volta para o encosto do sofá, respirei fundo e senti meus pulmões serem gratos por isso, em algum momento eu fiquei sem ar e não tinha percebido.

— Segura, T-re! — Diogo jogou um guardanapo no meu colo. — Limpa essa baba aí.

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