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FILIPE
Quando que eu vou saber teu nome de verdade?

Perguntei depois que ficamos um tempo em silêncio. Ela estava com o olhar para o céu, olhando a lua e sacudia os pés devagar na água.

— Pra quê?

— Curiosidade. Você sabe o meu, tenho direito de saber também. Ou você se acham Lolla?

— Não, não me chamo assim. Qualquer dia eu te conto.  — ela bocejou e levou a mão a boca. — E também não tinha como não saber seu nome né, cantor?

— Vamos lá pro quarto, dançarina. — já estava de pé, oferecendo a mão pra ela que olhou meu gesto, mas não demorou muito para aceitar ajuda para que levantasse bem. Me entregou o copo que ela estava bebendo e passou a minha frente, como se já soubesse o caminho.

— Eu ainda não estou com sono, é só cansaço.

— Não falei que íamos dormir. — respondi e ela riu baixinho. Fomos para o andar de cima e eu a guiei até o meu quarto.

— Santo ego indomável. — comentou assim que se deparou com um quadro ainda maior em destaque. — Vai dizer que foi sua mãe também?

Se virou pra mim com as mãos no quadril, me olhando com as sobrancelhas erguidas.

— Essa eu quem escolhi, mas tô pensando em mudar...

— Ah, é? E qual vai ser?

— Uma dançarina. Num pole. Pelada.

Lolla abriu um sorriso de pura putaria e eu ri junto. Me aproximei mais dela, passando a mão por seus cabelos e os joguei para trás dos ombros.

— Gosta da idéia?

— Gosto, mas preciso ensaiar. Nunca dancei pelada, no mínimo apenas de calcinha.

— Se for uma branca de fio dental, vai ser ainda melhor. — eu comentei ainda passando a mão por seu rosto e ela suspirou, deixando um risinho escapar. — Eu tô fascinado.

— Apaixonado?

— Não me apaixono rápido. Você é como um fascino. Um desejo que eu tomei pra mim... Parece uma labareda só que nunca se apaga, só vai aumentando cada vez que eu chego mais próximo.

— Não tem medo de se queimar? — ela perguntou, as mãos paradas pouco abaixo do meu peitoral, ela era baixa.

— Não.

Vacilei o olhar entre sua boca e os olhos. Tentado a beijar ela, jogar nessa cama e matar toda a minha vontade.

— Me beija, cantor.

— Hoje é sem regras de toque?

— Sem regras. Única coisa que eu consigo pensar agora é que eu quero você todo em mim. Todo.

— Diaba.

Lembram do cão adestrado?
Obedeceu de novo.
Outra vez. Sem nem mesmo espernear antes, ou latir contra o comando. 

Passei minha mão por dentro da sua nuca e com a outra eu estava segurando no seu maxilar, fazendo ela ficar ainda mais com o rosto todo na minha direção. Me inclinei, mordi seu lábio inferior e o chupei, soltando devagar. Lolla estava com a respiração já pesada, os olhos fechados e eu não sabia se era só vontade ou se era a exaustão do corpo dela dando sinais.

Selei sua boca e esperei por um sinal que poderia continuar o beijo, ela apertou os dedos, pressionando as unhas nas minhas costelas.

— Me beija, cantor. — repetiu.

Já não tinha mais rastro nenhum de delicadeza, só pressionei a mão entre seus cabelos e puxei pra baixo, fazendo ela dar uma risadinha baixa e avançarmos o beijo. A minha língua parecia conhecer cada canto e cada vez mais ficava á vontade. Explorando. As mãos dela não paravam, estavam a todo tempo passeando no meu corpo.

Quando parei o beijo ela estava respirando com força, êxtase. E eu diria até tesão. Mas eu ainda estava enxergando todo o cansaço dela.

— Você precisa dormir.

— Eu preciso e preciso que você me foda.

— Pode ter certeza que eu quero tanto quanto você, mas você tá cansada e eu quero você bem. — os olhos estavam ali me encarando, mas estavam pesados. Talvez fosse da bebida e do Beck, mas o cansaço dela estava sendo incômodo pra mim. — Eu tô desejando você há dias, Lolla. Pode ter toda certeza, mas você tem que descansar nem que seja um pouco.

— Que coisa chata, cantor. — resmungou baixinho e escorou o corpo no meu. — Você não está errado.

Assenti. Fiz um carinho em suas costas e ela relaxou ainda mais. Eu a puxei para a cama e deitei ela lá. Liguei o ar, fechei as janelas e cortinas. A cobri e deitei do seu lado, sem usar o cobertor.
Não levou nem dez minutos para que ela estivesse completamente apagada.

LOLLA
Eu não sei em qual momento eu realmente dormi, só me dei conta quando acordei com a luz do sol que se passava pelas frestas da cortina. O cantor estava do meu lado, deitado de bruços, só com um shorts. Eu me sentei na cama, me espreguiçando e aos poucos fui lembrando da noite que tivemos. Foi gostosinha, mas poderia ter sido ainda mais... Só que de verdade? Ele estava completamente certo, eu mal estava me aguentando em pé.

Voltei a olhar suas costas nuas e pensei o quanto maior ele sempre parece ser ou eu quem sou pequena demais. As pintinhas só deixava ainda melhor e eu estava tentada a começar a contar todas elas.

Ele era tão bonito, não é nenhuma mentira quando dizem que o Filipe Ret é a personificação do pecado porquê era, eu diria até um pouco mais.

Ele tem aquela essência de gostoso, sabe? E o pior... Ele tem completa noção disso.

Me arrastei pela cama, me obrigando a levantar, entrei no banheiro do quarto e encarei meu reflexo no espelho, o cabelo completamente cheio e uns cachos bem desalinhados. Passei a mão pelo rosto e voltei a olhar para a cama. Que loucura. Nunca imaginaria ir tão longe e no fim de tudo só termos dormido juntos.

Lavei meu rosto e depois fucei o armário até achar uma escova de dente nova, usei a mesma, prendi meu cabelo num abacaxi perfeito. Me despi da unica peça que eu usava, meu casaco e entrei no box.

Sai de lá de toalha, larguei o casaco numa poltrona ali e fui em busca de uma blusa do Filipe, qual é? Tá calor pra caralho! Não vou ficar de casaco. Vesti uma branca, da Nike, que caiu perfeitamente em mim, chegando a bater no inicio das minhas coxas.

O cantor? Completamente apagado! Deixei ele por lá e fui atrás de algo pra comer, meu estômago estava roncando demais. Talvez só agora estava batendo a fome dos cigarros que fumei.

Se acalmem o hot vem!

Até de manhã | FILIPE RET Onde histórias criam vida. Descubra agora