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FILIPE
Eu estava numa agonia do caralho. Já são quase meia noite, eu já fiz tudo o que tinha agendado pra hoje, já tinha fumado, bebido e minha mente não parava de rodar. Era um ciclo sem fim. Começava a pensar nos últimos momentos que tive com minha ex e logo minha mente parecia sofrer um apagão e voltar a luz com aquele tom vermelho, a música ecoando e a dançarina em cima do palco.

Mas especificamente era parte da dança que ela ficou de costas para onde eu estava, o quadril bem posicionado e os olhos pareciam ter achado o meu olhar que estava completamente por cima dela.

Porquê eu aceitei ir na casa de stripper com esses caras, caralho?

Mas se eu fosse lá agora, sozinho, não daria em nada. Ninguém nem iria ficar sabendo.

E nessa decisão que eu saí de casa e agora tô tentando não chamar atenção enquanto estaciono a X6. Eu entrei pelo menos lugar de antes e tive que ignorar algumas meninas que vieram na minha direção. Naquele dia foi mais ou menos por esse horário em que ela apareceu no palco. Me sentei em uma das banquetas do bar e pedi por uma dose dupla de whisky.

Já tinha duas minas dançando no palco, já passava de uma hora que eu estava aqui sentado e pelo menos três copos de whisky bebidos. Tava ficando cansado e puto.

— Irmão, a Lolla não dança hoje?

— Não, hoje é folga dela aqui nessa boate. — o barman me respondeu e eu assenti, paguei minhas bebidas e sai de lá.

Porra, como você é idiota, Filipe.

Dia seguinte, pela manhã.
LOLLA.

— Vamos lá Rafael, me paga logo. Tenho muita coisa pra fazer até vir de novo, mais tarde. — eu reclamei com o grandalhão que ficava nessa parte do financeiro e ele riu.

— Vai encontrar com o cantor?

— Caio tá fazendo show hoje e eu não devo satisfação pra você não, cara. Se manca porra. — eu cutuquei ele e ele riu de novo. — Dormiu com o Bozo?

— Preferia ter dormido com você!

— Não repito figurinha, bebê. Sinto muito. — me fiz de sonsa e acabei rindo. Eu repetiria sim e muito.

— Não repete é? Eu me lembro de ter te fodido umas três vezes.

— Quatro vezes é o erro.

— Seria um erro muito gostoso. — ele me olhou com uma das sobrancelhas erguidas e deu um sorrisinho de molhar qualquer calcinha.

Porquê eu tenho que me sentir tão atraída por homens canalhas, grandes e completamente gostosos? Isso é castigo. Karma!

— Não estava falando do seu amigo, mas do outro. — ele me entregou o envelope com o valor da minha quinzena, mas me segurou pelo pulso que eu pegasse o envelope, me puxou, me abraçando com um dos braços no meu quadril e eu parei as mãos atrás de seu pescoço.

— Não tenho outro amigo que seja cantor. — respondi enquanto fazia um triângulo com o olhar e o filho da puta lambeu a boca, atraído mais ainda a minha atenção. — De que você está falando?

— Só preciso te dizer que ele veio aqui ontem a noite, ficou pelo bar esperando e quando não viu seu show... Perguntou por você. — ele fala devagar e a outra mão para minha cintura, firmando ali e girando, me levantou um pouco e me colocou sentada na mesa.

— Me diz quem é ele. — pedi e ele negou. O tal de sigilo dos clientes da casa. Que inferno!

— Tá muito cheirosa. — escutei sua voz e seu rosto estava na curvatura do meu pescoço inalando meu perfume, eu me aconcheguei mais nele cruzando minhas pernas por trás. Meu vestido era justo e desde que ele me botou aqui sentada, o pano já tinha subido um pouco, com essa minha movimentação, terminou de embolar mais ainda e subir.

Já estava com minha bunda toda sentada na mesa, sem a presença do pano. Rafaela parou os beijos que já estava descendo nos meus seios e olhou para o meio de minhas pernas, admirando a calcinha de renda, num tom de vermelho sangue.

— Desce! — ordenei e descruzei minhas pernas. Me ajeitei mais na mesa e apoiei meus braços nela. — Desce, Rafael!

— Seu desejo é uma ordem, gostosa. — ele riu e mordeu meu lábio inferior. Eu o segurei pela nuca, só pra prender o seu lábio numa mordida minha. Quando ele cogitou a idéia finalmente conseguir me beijar eu empurrei sua cabeça para baixo, ele caiu de joelhos no chão, botou a renda da calcinha de lado e começou a pagar um oral que me fazia rebolar na sua cara. 

Rafael era lindo, eu não poderia negar que ela era um preto que chamava atenção de qualquer uma. O cabelo estava sempre num corte bem baixo, algumas tatuagens, as costas largas, braços fortes e bem mais alto do que eu. Aos mãos grandes estava segurando minhas coxas por baixo, me puxando ainda mais pra ele.

Ver toda essa estrutura no meio das minhas pernas, me fez pensar no cara que eu vi aqui há alguns dias. Aquele era o meu número ideal de homem.

Alto, os braços bem definidos mas não a barriga, as coxas, o corte de cabelo, as tatuagens... Principalmente a do pescoço. Os olhos numa cor que eu não consigo decifrar se fica entre um verde um pouco acinzentado e em algumas horas eu parecia ver outra cor. Depois que o vi me assistindo eu não tava conseguindo prestar atenção em mais nada. Só queria dançar e fazer ele continuar com aquele olhar preso em mim.

Aquilo ali me deixaria cometer todos os pecados do mundo e eu não ficaria nem um pouco arrependida e pensando nisso eu gozei tão gostoso que meu corpo relaxou na mesa do Rafael.

Eita, Lola.
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