Realmente, eu era uma garota de sorte.
Digamos que eu não seja a mais popular, bonita ou interessante da escola. Pelo contrário, eu sou esquisita, quieta e podemos dizer que um pouco nerd misturado com otaku, e falando por experiência própria, essa é a poção para o desastre.
Não é como se eu escrevesse na testa bem grande "EU SOU OTAKU", mas confesso que uso as coisas de obras famosas como Naruto, Boku no Hiro e principalmente One Piece. Eu tinha algumas coisas de animes e não era exagerado, mas ao saberem disso foi motivo de zoação por um bom tempo, até que simplesmente ignorei e eles pararam.
Agora eu era a vítima dos meus exs- amigos e sendo sincera, é uma das piores coisas que tenho que passar.
—Vai, por favor, por favor, por favor!
Luffy insistia enquanto eu arrumava minhas coisas.
—TA BOM LUFFY! EU JA ENTENDI!
Já estava sem paciência.
—Conversa com os outros pra ver quem vai querer ir pra escola amanhã, vou tentar arrumar vaga pra vocês. Que saco! Depois não venha se arrepender!
Falo com raiva e olho para ele séria, se eles fossem para a escola iam ter que aguentar principalmente o Luffy, eu falei que "não",mas ele é bom em ser chato quando quer alguma coisa e ainda por cima logo de manhã cedo, assim não dá!
—Ok!
Falou dando seu sorriso de sempre. Mesmo sendo assim ninguém resiste a esse sorriso dele, nem mesmo eu.
Ele desceu as escadas super animado e eu o acompanhei, não ia tomar café da manhã dessa vez, então apenas peguei meu lanche e saí enquanto Luffy falava a novidade para o bando.
Fiz o caminho de sempre pra escola e lá estavam eles, que maravilha. Tudo que eu pude fazer foi tentar me juntar a multidão e sair ilesa, por incrível que pareça funcionou. O sinal bateu e fomos para sala, os "santinhos" entrarem e fui pra diretoria perguntar se ainda tinha vagas.
—Licença.
Bati a porta da sala do diretor e escutei um "entre" logo em seguida. Entrei e ele me olhou.
—Do que precisa?
—Queria saber se tem vagas na minha sala. Alguns dos meus amigos estão interessados pra entrar.
—Quantos alunos?
—5 ou 6, eles estão se decidindo ainda.
Ao ouvir a quantidade de novos alunos levantou as sobrancelhas surpreso, mas sequer me questionou, apenas pegou os papéis e me entregou.
—Caso eles queiram entrar, podem começar amanhã mesmo, basta assinar esses contratos e eles já podem vir. Eles podem vir sem o fardamento, mas nada que mostre muito. Vocês podem resolver essa questão até semana que vem.
Ele falou com um sorriso torto, claramente pensando que iria ganhar mais dinheiro. Tentei disfarçar minha cara de "só faz as coisas por dinheiro", mas nem precisei, já que ele estava tão distraído que não notou nada.
Peguei as pastas e fui direto pra sala, por sorte a aula ainda não tinha começado e não levei bronca. Assim a aula começou.
Fiquei na parte de trás encostada na janela, o meu lugar preferido. A aula passou como uma lesma, principalmente a de matemática e física. Na terceira aula foi a aula de filosofia, a professora não ligava muito pro que estava acontecendo e simplesmente ignorava os alunos usando celular, conversando ou qualquer outra coisa. Nisso acabaram jogando bolinhas de papel em mim, simples deixei passar e coloquei o fone de ouvido, até que uma das bolinha me acertou na cabeça e eu olhei com raiva para quem fez isso.
Sabrina deu uma risada e me olhou de canto, Cloe também não ficou para trás e também deu uma risada.
Voltei minha atenção para a janela e depois para o desenho que estava fazendo, era um desenho completamente aleatório, vários rabiscos na tentativa de sair algo descente.
E novamente jogaram outra bola de papel, já estava perdendo o pouco de paciência que me restava, mas eles continuaram e quando estava prestes a me levantar pra gritar pra professora mandar eles pararem ou dar um soco neles, um avião de papel pousou sobre a minha banca. Abri e li o que estava escrito.
Raiva, mágoa, culpa, tristeza, tudo. Todo sentimento ruim que vc conseguir imaginar eu senti quando li. Mordi os meus lábios inferiores, amassei o papel e enfiei dentro da bolsa, coloquei ela nas costas e saí as pressas sem antes escutar a professora me mandando voltar e algumas risadas e comentários baixos.
Voltei pra casa a pé mesmo, sequer peguei o ônibus. Andei tão as pressas, praticamente correndo, que cheguei lá mais rápido do que esperava. Destranquei a porta e abri, fechei ela com força e os que estavam dormindo na sala acordaram no susto. Tirei os sapatos e simplesmente joguei eles de lado.
—Lilian? O que aconteceu?
Usopp perguntou confuso e eu não respondi.
Subi as escadas, deixando os Mugiwaras confusos.Entrei no meu quarto e fechei a porta, também com força. Me joguei na cama e fiquei lá por uns dois minutos. Sento e me encolho no canto da cama, fiquei assim por alguns minutos, mas não durou muito tempo até o bando abrir a porta e entrar no quarto.
—Lilian, o que aconteceu?
Novamente Usopp me perguntou.
—Nada.
Respondo curta e grossa, vejo o mesmo se encolher atrás do Zoro.
—Tem certeza?
Foi a vez de Jinbei perguntar.
Fiquei calada por alguns segundos.
—Só quero ficar sozinha um pouco.
Falo com uma voz fraca. Eles trocam olhares entre si, aparentemente tinham concordado em me deixar sozinha, mas Luffy apareceu na minha frente e me encarou.
De repente ele começou a fazer várias caretas e a usou seu rosto de borracha para fazer nos e caretas engraçadas.
—Nhanhanhenhewna.
Falou algo sem pé nem cabeça, mas isso conseguiu me tirar um sorriso e ele continuou fazendo aquelas caretas e sons engraçados até que começei a rir.
—Shihihi você riu.
Comentou dando seu clássico e radiante sorriso, não pude deixar de retribuir. Realmente, sou uma garota de sorte.
Continua...
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A garota dos Chapéus de Palha
FanfictionEm uma tarde aparentemente normal, enquanto voltava da escola, Lilian percebe algo estranho dentro da sua casa. Ao investigar um pouco mais descobre que os tão famosos Chapéus de Palha estavam dentro da sua casa! Ninguém sabia o que aconteceu ou com...