4. Brontofobia

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Acordei com uma voz murmurando alguma coisa sobre apagar a luz, sentei na cama assustado, quando lembrei de tudo, olhei para o lado, Magnus parecia reclamar por causa da claridade da janela que estava a sua frente, olhei para aquela imensidão azul, o sol encadeando o quarto, levantei e fechei as cortinas, contudo, não ousei voltar para cama, observei–o por alguns segundos, me imaginei deitando por cima do seu corpo, passando minhas mãos por suas coxas grossas, subindo e apertando o seu quadril estreito, roçando meu pau naquela bunda empinada. Cobri o rosto com a mão, mas que droga era essa! Inferno!

Entrei no banheiro, tomei um banho frio, que diabos de pensamentos eram aqueles? Me senti um adolescente fantasiando com o professor, que inferno! Esse garoto estava bagunçando minha cabeça, porém, eu não iria deixar isso acontecer, nada que um treino pesado não resolvesse e a noite iria tentar encontrar o James, uma noite de sexo para aliviar e aplacar esses desejos loucos.

Saí apressado da suíte, passei num restaurante que não lembro o nome, tomei uma vitamina energética e fui até a academia, era grande o espaço, tinha os equipamentos necessários para meu treino, logo fiz meus alongamentos comecei na esteira, uma corrida para limpar a mente, depois fui seguindo com minha série de exercícios de costume, coloquei mais uns pesos extras e consegui fazer minha série completa, no final, após 1h30 estava muito suado e cansado.

Voltei ao quarto, Magnus ainda dormia, tentei fazer o mínimo de barulho, abri o guarda-roupa para pegar uma roupa, então escutei: — Céus! Por que você já está acordado? Ainda é madrugada — sua voz rouca e melodiosa, bastou isso para meu treino ir de água abaixo e eu imaginar loucuras que poderia fazer com ele. Olhei por cima do ombro e respondi:

— Na verdade, já passa das 08h30.

— Madrugada — rolou na cama se espreguiçando, sua blusa levantou exibindo seu abdômen.

— Mimado — resmunguei e escutei sua risada.

Quando saí do banheiro, Magnus ficou me encarando, seu olhar parecia me despir, arquei uma sobrancelha, queria muito saber o que se passava em sua mente e o porquê daquele olhar — Você vai sair? — perguntou-me. Pensei alguns segundos, o mais sensato seria sair, ficar com ele não era bom para meu autocontrole, por fim neguei com a cabeça.

— Ótimo, vou pedir nosso café da manhã no quarto.

Fiquei sentado na poltrona reclinável com vista para o mar, comecei a separar uns arquivos no meu tablet, mesmo assim, era inevitável não sentir o cheiro de seus perfumes no quarto, era tão estranho, eu estava acostumado com o cheiro amadeirado, contudo, aquele aroma um pouco adocicado tomando conta de tudo me despertava desejos, desejos esses que eu não deveria estar sentindo por um jovem, na realidade, a idade dele não importava, apesar que nunca tinha ficado com alguém com menos de 30 anos, após o divórcio, o problema era as implicações disso, ele era irmão do meu melhor amigo, Ragnor o protegia como um filho, ele jamais aceitaria que eu me envolvesse de forma casual com Magnus, outro ponto era, seria de forma casual? Seria só desejo?

Quando ele finalmente saiu do banho, o serviço de quarto chegou, ele foi atender, trouxe as bandejas para dentro, montou a mesa e me chamou. Ficamos de frente um para o outro, ele me serviu café.

— Sem açúcar, por favor — falei e ele sorriu balançando a cabeça.

— Então, você é super fitness, corpo sarado, academia de madrugada, alimentos diet — de tudo que ele falou eu só escutei "corpo sarado" ele estava me observando?!

— Não, apenas o café, gosto do sabor puro.

— Sabor puro — ele repetiu, e juro por Deus que precisei desviar o olhar, aquele garoto estava me provocando?

Amor a BordoOnde histórias criam vida. Descubra agora