Prólogo 🌕

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- Vão sentir nossa falta! - sussurrei ofegante.

- Que se dane! - Benjamin resmungou enquanto beijava ardente meu pescoço.

Sorri satisfeita. Por mais que eu me preocupasse com o mundo lá fora, tudo o que me importava de verdade era o mundo aqui dentro.

Benjamin e eu sempre fomos apaixonados um pelo o outro, mas, de certa forma, a vida nunca quis que nos juntassemos de vez. Apesar das paqueras, beijos vez e outra e muita conversa, não passávamos disso. Até aquela noite. Era a festa de despedida de Ben, no dia seguinte ele estaria embarcando para Londres, para assim iniciar seus estudos. E como demonstração de que ao menos uma vez na vida eu deveria ter coragem, resolvi me entregar a ele. Era a minha primeira vez e foi incrível e única. Ben demonstrou com ações que sentia algo a mais por mim, não era apenas uma paixão ou coisa do momento. Ele  fez eu me sentir única, especial. Com carícias, carinhos, toques suaves e intensos, beijos ardentes, e uma penetração gentil e vagarosa, me senti nas nuvens...

Claro que após o ato o clima de despedida pairou sob o ambiente. Apesar de não termos nada assumido, eu e Ben tínhamos um elo, algo que não havia cobranças nem comprometimento, mas que estava ali, entre nós, não deixando que um esquecesse do outro.

- Lua! - ele disse baixinho ao depositar um beijo suave em meu ombro, bem em cima do desenho tatuado de uma lua cheia, uma lua pequena e discreta, uma tatuagem feita num desses raros momentos de coragem que tive na vida.

- Luna... - falei ao olhá-lo.

Ben sorriu.

- Do italiano. Gosto como é pronunciado! - completo.

- Nunca tinha visto esta tatuagem. - Ben falou sussurrando bem perto do meu ouvido direito, e em seguida ele o beijou intensamente.

Me arrepiei com seu toque.

- Fiz num dos raros momentos de coragem que já tomei na vida! - falei o olhando.

- Foram tão raros assim?!

- Sim! Na verdade, só dois até agora. O segundo foi hoje, estar aqui com você, me entregar a você! - dizer isso em voz alto foi libertador.

- Obrigado, Lavínia! Por me deixar ser o primeiro. - senti dor em suas palavras.

- O primeiro e o único! - respondi.

Ele me olhou atentamente, como se tentasse assimilar minha frase.

- Vai esperar por mim? - sua pergunta tinha um misto de sentimentos, surpresa, alívio, carinho.

- Sim! - falei ao sorrir.
- Vou esperar por você, Benjamin. Vou esperar você voltar para mim, e aí, vamos assumir de vez para todos o que já sentimos há anos! - senti meu coração se aquecer ao dizer tais palavras.

Ben sorriu ainda mais.

Ao vê-lo sorrir, passeei meus dedos por seu rosto, na tentativa de guardar aquela imagem em minhas lembranças. Ben sorrindo e alegre como sempre foi.

- Eu vou voltar, para você! - ele disse.

- Sei que vai! - falei convicta.

E assim Ben me beijou novamente, e mais uma vez fui sua. Mais uma vez me entreguei ao único homem que amei na vida.

Enquanto eu me vestia, notei um Ben pensativo e distante me olhar. Eu sabia, ele assim como eu sofria por nossa situação.

- No que está pensando?! - perguntei ao fechar o zíper lateral do meu vestido.

- Estou pensando que eu deveria levar você comigo. Seria nós contra o mundo! - ele me encara.

- Sabe que não podemos! - digo ao calçar os sapatos.

- Por que não?!

- Você vai estudar, serão 5 anos longos. Não pode ter distrações! Precisa focar em tudo o que seu pai quer que você seja, Não pode levar a filha da empregada junto! Não pode ir contra sua família, não pode me levar.

- Sabe que para mim você é muito mais que isso! - ele diz ao se levantar da cama e vir ao meu encontro.

- Para você, mas não para a sua família. Dou minha palavra, Ben, vou lhe esperar... Quando você voltar, poderemos viver todo o tempo perdido, e você será um excelente advogado!

- E você, uma excelente chefe de cozinha! - ele disse.

- Nos encontraremos em outro momento, e vamos ser sim muito felizes! - digo convicta.

- Vamos sim! - e ao dizer isso Ben me beijou novamente.

Não houve um "até mais" nem um "adeus". Apenas olhei atentamente em seus lindos olhos azuis, Ben me segurou com uma mão e eu não queria ir. Aos poucos fui me afastando, até que nossas mãos se soltaram.
E assim nos despedimos. Nunca vou esquecer, tentei me manter forte, firme, mas por dentro eu estava desabando. Deixei Ben para trás naquele quarto com a certeza que mesmo depois de 5 anos nada mudaria entre nós. No entanto, ao sair dali, ao me ver sozinha caminhando pelo o corredor da casa, me permiti desabar, e chorei. Chorei igual criança, chorei pela a dor de ver Ben partir, chorei por mais uma vez não poder viver o amor que sentíamos por anos, chorei por sentir e temer que talvez quando Ben voltasse nada seria como antes. Insegurança, medo, pavor. Me atromentaram por meses.

Lavinia

Lavinia

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Luna

Benjamin

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Benjamin

Benjamin

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