'•'•✍︎☕︎Toda uma vida☕︎✍︎•'•'

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Talvez tenha cometido alguns erros na vida, mas não pensou que teria que ter passado por tanto desastre e solidão por esses erros. A pior parte foi ter continuado com uma gravidez indesejada quando estava literalmente sozinho no mundo, sem ter com ninguém para contar, sendo um ômega masculino em um lugar repleto de preconceitos. 

Se um dia fosse para o inferno, poderia ter certeza que não se compararia com o que passou nessa fase de sua jornada.

Poderia começar a citar e considerar a partir de que momento de sua vida que tudo começou a dar errado?... Hum… Era difícil dizer… Mas talvez ter se envolvido com aquele homem tenha sido o início de sua ruína. 

Vindo de uma família de alfas de elite e repleto de luxos, com uma carreira grandiosa para a frente com seu trabalho, não era de se admirar que tenha sido abandonado em um estalar de dedos quando deu a notícia de que estava grávido e que o filho era dele… 

"Aborte, simples. Não quero lidar com algo tão problemático, aborte isso e estará tudo bem."... "Isso"? Como poderia dizer algo desse tipo quando carregava o seu filho no ventre? 

Por que Deidara não se deu conta antes de que esse seria o tipo de pessoa que aquele homem era? Deveria ter desconfiado ou se tocado antes… Mas pelo visto era ainda bastante inocente com quem acabou se envolvendo assim… Talvez tivesse estado um tanto apaixonado demais por aquele homem na época por nem ter se dado conta que aquela era sua natureza verdadeira. Se arrependia amarguradamente e com todas as forças que possuía de ter se envolvido com essa pessoa. 

Tinha apenas 17 anos na época, era inexperiente e ingênuo demais para amores, o mundo e alfas… Nunca deveria ter acreditado em tamanha falácia desprezível de que aquilo poderia ter sido amor ou algo semelhante.

Amor entre os dois? De onde? O "isso" não contava? Não estava inserido? Que tipo de pessoa ignoraria esse fato e apenas diria algo como "aborte isso"? Era seu filho, seu próprio filho que se desenvolvia de seu ventre, como aquele homem ousou dizer tal asneira para a criança que carregava consigo? Jamais se permitiria olhar nem na cara daquele traste para qualquer coisa que sucedesse daqui para a frente. Jurou que daria as costas e nunca olharia para trás em sua vida. 

Estava decidido de que iria dar conta, mesmo que fosse sozinho, mesmo que passasse pelo inferno em vida, mas daria todo o seu esforço e sangue para que aquele bebê viesse bem para o mundo. Ele não tinha culpa de ter um pai estúpido que acreditou que poderia ter sido diferente, não tinha culpa alguma… Talvez nem si próprio, mas era óbvio que tinha culpa também. Se não fosse estúpido e sonhador demais na época, nada disso teria acontecido, seu sofrimento teria sido menor, o seu desamparo e expectativa quebrada teriam sido menores. 

Precisou dar diversos meios para que ninguém além da necessidade soubesse de sua gravidez, teve que dar um jeito de apressar seus estudos o quanto antes de acabar dando a luz, quase se matou de tanto estudar para conseguir passar nos exames antecipados que lutou para conseguir na escola secundária. Não esqueceria jamais dos constantes enjoos e desmaios que teve enquanto estudava em um pequeno apartamento que precisou alugar com as economias que tinha. 

Ao menos isso ele poderia agradecer de seus pais: as economias, até que bem altas que daria muito bem para se sustentar por um largo tempo. Mas aos poucos tudo iria se complicar quando passasse nos vestibulares, e estava contando muito com isso porque ao menos sairia daquela cidade odiosa que ainda teve que estar até o fim dos estudos. 

Precisou sair o quanto antes de lá para fazer os vestibulares e entrar em uma universidade, depois procurar um emprego para quando der a luz. Não iria viver apenas de economias para sempre. 

E foi quando estava ainda na metade da gravidez, com a barriga ainda mal sendo notada, ainda bem, que conseguiu passar no vestibular e se mudar de cidade. Escolheu uma outra com universidade boa que fosse mais tranquilo e flexível para quando já estivesse com a gravidez avançada e com o bebê. O lugar era tranquilo, totalmente desconhecido, não conhecia ninguém, mas seus vizinhos eram bons – aquela cidade do interior era boa. Jamais esqueceria da senhora vizinha do apartamento e de seu marido que sempre estiveram lá quando precisou. Seus maiores perrengues com uma barriga meio grande foram felizmente diminuídos por conta deles dois. Eram tão bons vizinhos que Deidara poderia os considerar como a mãe e pai que nunca teve. 

Coleção Jacinto | Razão para Viver: dias dourados (ABO) - OBIDEI 》curta《 HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora