My Fucking Love History

Quando você chega perto, eu me desconcerto

* MARAISA *

Que lugar fantástico!!!

Cada detalhe, desde a cor das paredes, o modelo das cadeiras, a disposição das mesas, a escolha dos quadros, a localização do palco, a música ambiente, enfim, tudo parecia ornar na mais perfeita harmonia!

Eu estava deslumbrada, parecia uma criança conhecendo a Disney. Por um momento me peguei pensando como deve ter sido para ele acompanhar todo o processo até a concretização desse sonho; Danilo tinha que estar, no mínimo, muito orgulhoso de sua conquista.

Tive sorte por ter me antecipado, havia poucas pessoas no local e me adiantei em escolher uma mesa em posição estratégica: bem em frente ao palco onde teria uma vista privilegiada da apresentação e, consequentemente, dele!

Mal cabia em mim tamanha era minha ansiedade...em poucos instantes eu estaria frente a frente com DANILO GENTILI! Agradeci em pensamento por ele não ser do tipo que costuma interagir com a plateia, caso contrário eu estaria em apuros!

A casa lotou depressa. Eu me mantinha atenta a tudo que acontecia ao redor. Logo a iluminação foi reduzida, causando uma aceleração imediata das batidas do meu coração. Minhas mãos suavam. Parecia que era eu quem subiria naquele palco em poucos minutos...respirei fundo e lembrei que isso tinha grandes chances de acontecer sim, talvez até mais breve do que imaginava. Afastei esses pensamentos da minha cabeça; queria curtir cada segundo daquele momento!

Assim que ele apareceu, um sorriso de encantamento surgiu espontaneamente em meus lábios. Ele era ainda mais alto do que eu pensava! Danilo vestia calça jeans básica, camiseta preta lisa e all star da mesma cor, além de boné do comedy club. Mesmo usando as roupas da minha irmã, sorri ao notar que eu e ele tínhamos gostos semelhantes; a principal diferença consistia na cor da camiseta, a minha era branca.

A expressão "rir até a barriga doer" nunca fez tanto sentido. Realmente ele era o melhor no que fazia! Eu estava diante de um gigante, e não devido a sua altura, mas ao seu talento nato.

Além de todo o contexto mágico daquele momento, algo chamou a minha atenção no decorrer de sua apresentação. Não sabia se era loucura da minha cabeça, mas tive a sensação de que ele me encarava com frequência. Desde o 1º momento que nossos olhares se cruzaram, ele voltava sua atenção em minha direção sempre que podia. Por mais que se movimentasse no palco e desviasse os olhos pelo ambiente, não demorava muito e acabava buscando a minha presença. Isso gerou uma sensação diferente em mim, não sabia descrever, era como se estivéssemos apenas nós dois naquele lugar.

Assim que a apresentação terminou, Danilo deixou o palco debaixo de aplausos calorosos e gritos entusiasmados de uma plateia que se colocou toda em pé em reverência ao seu talento. Me apressei em procurar por Guilherme, conforme orientação de Maiara, e ele me acompanhou até uma área mais reservada onde, finalmente, eu encontraria Danilo.

- É ali naquela porta ao final do corredor, ele está te esperando. Fique à vontade e boa sorte! - Guilherme apontou em direção ao local para onde eu deveria seguir.

- Muito obrigada! - sorri timidamente, caminhando pelo restante do corredor.

- Ahh antes que eu me esqueça, fala pra sua irmã que não me esqueci do churrasco que ela prometeu pra galera aqui do bar - falou em um tom bem descontraído.

Eu ri, concordando com a cabeça. Era bem a cara dela esse tipo de coisa. Eu já nem me surpreendia mais com a capacidade de Maiara fazer amizades com tanta facilidade. O bar tinha sido inaugurado não havia muito tempo e ela já era amiga de todo mundo, talvez até mais que o próprio Danilo, me atrevi a pensar.

Após sua autorização para que eu abrisse a porta, me apresentei e, quando Danilo me viu, percebi uma certa surpresa em seu olhar. Parece que ele precisou se recompor até ter a iniciativa de responder ao meu cumprimento. Tentei disfarçar minha timidez principalmente ao sentir seu toque quando sua mão enorme envolveu a minha. Senti um arrepio percorrer meu corpo e minhas pernas ameaçaram falhar. Por sorte ele não notou.