E pra mim é difícil dizer não pra esse vício

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* DANILO *

Renata dormia profundamente ao meu lado depois da nossa performance mais cedo. A loira não sabia, mas tinha sido responsável por aliviar minha tensão e meu estresse, sobretudo no que se referia aos recentes incômodos relacionados à Maraisa.

Terminei de me vestir, calcei os sapatos e peguei meu celular que estava sobre uma mesinha no canto do quarto. Ao desbloquear a tela para ver as horas, haviam várias notificações, mas uma em particular chamou a minha atenção: Maraisa tinha me enviado uma mensagem escrita fazia umas 2 horas. Hesitei em visualizar, num primeiro momento, mas a curiosidade foi maior e, antes mesmo de sair daquele quarto onde outra mulher repousava sobre a cama, eu abri a mensagem daquela que estava causando algumas reações estranhas em mim desde que a conheci.

Do momento em que sai daquele local até chegar em casa, após tomar um bom banho e me preparar para dormir, eu já tinha lido aquela mensagem pelo menos umas 10 vezes!

Eu ria sozinho cada vez que lia, imaginando em qual contexto ela estava para chegar ao ponto de me mandar uma mensagem daquela. Lembrei de Melissa dizendo que ela estava de vela no meio dos casais. Provavelmente ela havia bebido além da conta e o resultado foi aquela frase que eu encarava novamente. Eu queria respondê-la, mas o cansaço estava me derrubando e achei melhor pensar em alguma coisa somente após estar com a mente em ordem.

Quando acordei no dia seguinte, após organizar as ideias e definir o que responderia para Maraisa, fui surpreendido quando vi que ela tinha apagado a mensagem.

Eu vi o que você apagou, Maraisa!

Ainda bem que, por precaução, eu tinha dado um print na tela naquela madrugada. Não sabia se um dia iria precisar daquele conteúdo.

O final de semana finalizou sem grandes novidades. Camila reapareceu através de uma mensagem de voz que eu preferi deixar de lado naquele momento, já imaginando que deveria ser uma tentativa de reaproximação. Eu não estava com cabeça, na verdade só pensava no que poderia fazer para que Maraisa soubesse que eu tinha lido sim sua mensagem antes que fosse apagada.

A semana começava com mais uma sequência de gravações e entre elas estava Matheus e Kauan; eu sempre gostei de sertanejo. Os meninos eram bons, o papo teve alguns momentos engraçados, a entrevista fluiu bem, eles cantaram várias músicas, umas novas e alguns grandes sucessos. Durante uma das antigas, enquanto eles cantavam, eu me prendi num trecho específico que falava algo sobre alguém que chega e muda os planos da gente e faz a nossa vida caminhar pra frente, depois ia para uma parte que dizia que ninguém leva nada dessa vida e que no fundo todo mundo espera um amor para somar e completar.

Eles estavam ali cantando e eu pensando na minha vida, em tudo que conquistei até aqui, nos planos que tinha quando era um garoto que inventava personagens e minhas próprias histórias em quadrinhos. Refleti pensando nas coisas que ainda faltava conquistar.

Fiz mais algumas perguntas e finalizamos. Eles iniciaram a apresentação final e imaginei que haviam escolhido novamente um dos grandes sucessos, levando em conta que a plateia cantava em peso. Eu estava acompanhando tudo sentado na minha mesa e continuei o momento de reflexão das letras. Dessa vez era basicamente a descrição de várias reações que uma pessoa causa em você e que te levam a crer que você está apaixonado, que é amor. A música falava sobre alguém que te faz bem mesmo estando em silêncio ao seu lado, que, ao fechar os olhos, somente o rosto dessa pessoa vem em seu pensamento e que num dia triste só bastaria o sorriso dela para te deixar feliz.

A cada frase cantada, o mesmo nome vinha na minha cabeça. Aquele rosto, aquele sorriso, aquele perfume...aquela morena!

Voltei do meu transe e gravei mais outras duas entrevistas. Assim ocorreu também no dia seguinte: mais gravações e muito trabalho.

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