Onde Austin precisa de ajuda.

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Foi em uma madrugada de terça-feira que as coisas ficaram um tanto difíceis para duas pessoas. Olívia dormia em seu quarto enrolada em seu cobertor até o pescoço quando a campainha tocou. Não foi só uma vez, mas sim duas, três e até quatro vezes. Ela não costumava ter pessoas a sua porta em plena quatro horas da manhã, o que a fez acordar pensando se deveria ou não descer a escada e observar pelo olho mágico quem era.

Quando tocou mais três vezes seguidas, ela resolveu levantar-se e ir até lá. Estava sonolenta e bocejando. Colocou o olho no local que conseguia ver quem estava do lado de fora fazendo barulho na madrugada e surpreendeu-se ao ver uma pessoa que ela já não via há algum tempo de tão perto.

Não pensou duas vezes antes de destrancar a porta e abrir, sua boca se abriu pronta para perguntar o que ele estava fazendo ali sozinho, mas tudo que Austin fez foi encostar seu queixo sobre o ombro da garota em completo silêncio. Ele não parecia nada bem.

— Você está se sentindo mal? — perguntou ela, segurando seus ombros conforme ele amolecia seu corpo jogando seu peso todo para cima dela. Se não o segurasse firme, os dois cairiam no chão.

Ele não respondeu, mas não estava completamente desacordado. Ele voltou a ficar de pé e olhou para ela, os olhos vermelhos e um pouco fundos.

— Vamos entrar, vou pegar um pouco de água para você — passou seu braço ao redor do ombro, dando-lhe estabilidade para praticamente ajudá-lo a se arrastar até a cozinha.

Austin se sentou em uma das cadeiras ao redor da mesa e Olívia pegou-lhe um copo com água, entregando para ele beber. Podia ver que sua mão estava trêmula quando alcançou o copo e que provavelmente estava tendo uma crise de ansiedade, sabia disso porque ela se sentia assim muitas vezes. Quem via de fora podia achar que tinha usado drogas ou algo do tipo, mas era só o seu cérebro se auto sabotando.

Se antes ela estava com sono, agora já havia perdido completamente. Tratou de rapidamente molhar sua mão na torneira e levá-la a testa dele, tentando resfriar sua temperatura corporal de alguma forma. Enquanto isso, ele estava vivendo em modo avião, sem se importar com o que estava acontecendo. Se Olívia fosse uma maluca simplesmente poderia matá-lo ali que ele não tentaria nem mesmo se defender.

— Já volto, vou pegar uma coisa que pode te ajudar — ela disse.

Mas Austin segurou o pulso dela, impedindo-a de continuar andando. Seus dedos apertavam com um pouco de força a pele dela. Olívia deu alguns passos para trás retornando na frente dele, que a surpreendeu puxando para um abraço apertado. Ela ficou paralisada olhando para a parede atrás dele, onde havia quadros com pinturas feitas por um artista desconhecido. Seu rosto encostou na barriga dela e ele podia sentir que o coração dela estava se acelerando.

— Nada vai me ajudar mais do que isso — sussurrou ele se referindo ao abraço.

Ela sentiu liberdade o suficiente para afagar seus cabelos tingidos de preto, penteados para trás. Eles sentiam como se estivessem derretendo um no outro, com um calor inexplicável fluindo por seus corpos. Eles permaneceram abraçados por um longo tempo, aproveitando cada momento de silêncio e conforto.

O mundo parecia ter parado e tudo o que importava era a sensação de estar nos braços um do outro. Olívia não sabia muito bem o que aquela euforia que crescia em seu peito significava, mas sentia-se bem com a presença dele ali.

— Me desculpa por ter sido arrogante com você — sussurrou ela depois de algum tempo. — Só achei estranho você querer puxar assunto comigo sempre.

Ele balançou a cabeça assentindo.

— Eu estava sendo simpático quando falei do barbecue, mas depois realmente me interessei em você.

Love Me Tender | Austin ButlerOnde histórias criam vida. Descubra agora