Um mês

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Em uma manhã aleatória, Dominic descuidou receber suas merecidas férias e planejar viajar com Zoe, que parecia cada dia mais deprimida trancada dentro de casa.

O primeiro destino já havia sido definido por ele, planejando o melhor mês da sua vida.

O homem encostou seu Ecosport próximo a cabana mais próxima, observando a mulher o encarar atônito.

— O que foi?— Zoe perguntou curiosa.— Porque tanto me olha?— a morena suspirou.

— Eu não posso deixar olhar, porque vejo a verdade em algum lugar nos seus olhos, a verdade que me assusta! Você nasceu livre, minha Zoe!— Dominic soou poético, observando os olhos negros diante de si.

A morena sorriu largamente.
Nunca havia pensado na situação.
Estava tão acostumada a lutar por tudo, que nem mesmo ela lhe dava o crédito.
No entanto, Dominic estava ali, para fazê-la perceber.

Após organizarem seus pertences na cabana e jantarem, o casal seguiu para praia.
De mãos unidas, ambos encaravam a lua alta, brilhante.

— É linda não é? Grande, redonda...— Zoe murmurou, sentindo a brisa envolver seu corpo.

— Está falando da lua ou da minha careca?— Dominic balbuciou, ouvindo a alta gargalhada de Zoe.

— Você não tem limites, não é?— a mulher suspirou, sentindo o corpo ser envolto pelos grandes braços.

— Eu amo ouvir sua risada! É como uma dose de insulina em unhas veias!— o médico murmurou.

— Está muito romântico. O que está aprontando? — Zoe perguntou desconfiada, afastando-se de Dominic.

O homem respirou profundamente, pendendo os olhos a mulher a sua frente.
A dias estava planejando e não estava disposto a perder mais tempo.

— Você gostaria de se casar comigo?— Dominic pediu, observando os olhos da mulher encher-se de lágrimas.

— Claro que sim!— Zoe murmurou, encarando o homem, que logo tomou sua mão, puxando-a para a capela, próxima ao mar.

— Vamos nós casar agora!— o médico soou confiante, adentrando o lugar sagrado, onde um pastor terminava de organizar a finalização de seu culto noturno.

O homem de cabelos grisalhos e óculos encarou o médico, sorrindo largamente.

— A quanto tempo não o vejo, doutor! Como tem estado?— o pasor cumprimentou Dominic, que se aproximava com velocidade.

— Pastor Pedro, é sempre um prazer revê-lo. Como está Ana?— Dominic perguntou por curiosidade.

— Está melhor. Se tivesse chegado minutos mais cedo, a veria cantando!— o pastor sorriu largamente.

Zoe encarava o homem curiosa.
Não conseguia imaginar um momento em que Dominic poderia conhecer um homem de fé, e estaria mentindo se não estivesse curiosa em saber da tal mulher.

Percebendo a confusão crescente nos olhos de Zoe, Dominic sorriu.

— Ana é a filha caçula do pastor. A um ano atrás, antes de você ter o diagnóstico, Ana recebeu alta do hospital, após quase três anos com câncer na garganta. — Dominic explicou, observando a mulher assentir.

— Minha Ana fez um propósito. Se fosse da vontade de Deus que ele a curasse, ela usaria sua voz somente para adora-lo.— o pastor suspirou, lembrando-se da luta que teve com sua filha.

Seu testemunho vivo.
A vitória de sua filha contra o câncer fortaleceu ainda mais sua fé.
Em meio as tribulações teve que aprender a confiar em seu Deus.

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