Já se passaram alguns dias desde os últimos acontecimentos. Hiroshi está em sua casa perdido em seus pensamentos e um pouco traumatizado com um choque de realidade: a sua mãe e o seu irmão mais velho estavam mortos. De repente, o celular dele vibra com uma mensagem, é da Misaki no grupo que eles criaram para a equipe deles, ela pergunta se o Hiroshi e a Fumiko estão a fim de se encontrarem para tomar um ar.
Os três então se encontram no ponto que tem visão periférica da cidade, a visão proporcionada por ele não é mais tão bonita já que o governo parou de cuidar da aparência pela situação de calamidade do mundo.
- Eu nem sei por que fiz essa sugestão. - A Misaki fala. - Talvez eu realmente precisasse disso.
- Acho que todos nós precisamos. - A Fumiko fala.
- Eu achei que você não viria, Izakura.
- Você não está errada. - O Hiroshi fala. - Mas percebi que precisava fazer algo, não importava o que fosse... E esse costumava ser o nosso lugar favorito...
- Por "nosso" você está falando do... - A Misaki começa a perguntar.
- Sim... do Haiji... Ele me colocava nos ombros e eu fingia que era o rei do mundo. - O Hiroshi acaba desabafando com uma voz trêmula. - Quando eu finalmente encontro ele depois de anos, isso acontece...
O Hiroshi então vira o rosto, pois ele não queria mostrar que tinha começado a chorar. Ele vinha se segurando de chorar desde a morte da mãe dele, mas um fator se juntou com o outro e agora ele só havia desabado de vez.
- Você está chorando..? - A Fumiko pergunta por mais que ela já soubesse a resposta.
- É só que... o fato dele ter me salvado foi o que... matou ele... - O Hiroshi fala. - Se eu tivesse morrido... o Leon estaria mais fraco...
- Está dizendo que preferiria ter morrido naquele momento? - A Misaki pergunta sem parecer tão fria ou séria.
- Não é isso... Sou grato ao Haiji e à tudo que ele fez por mim, incluindo ter me salvado... mas isso custou a vida dele... - O Hiroshi então suspira. - Por que as pessoas morrem para me manter vivo?
- É porque você é importante para eles. - A Fumiko tenta confortar ele colocando a mão no ombro dele.
- Eu sei disso... Mas quando as pessoas morrem para me manter vivo, é como se... a culpa da morte deles fosse minha...
Escutando isso, a Misaki se aproxima do Hiroshi e o abraça, que é uma ação que contradiz o seu jeito mais sério de ser.
- Não é a sua culpa. - A Misaki tenta confortar. - Se pessoas que eram importantes para você deram as próprias vidas para te salvar, significa que você era importante para eles também.
O Hiroshi aceita o abraço, ele não fala nada, mas é perceptível que ele precisava escutar essas palavras. Alguns segundos depois, a Misaki desfaz o abraço e o Hiroshi enxuga as lágrimas restantes.
Então os três começam a conversarem e se conhecerem melhor, eles percebem que são completamente diferentes uns dos outros, mas isso não impediria eles de se tornarem amigos.
- O que acham que eles fizeram com o Leon? - Pergunta o Hiroshi.
- O objetivo da Austeridade é matar os sobrenaturais. - Responde a Fumiko. - Eles não teriam motivo para mantê-lo vivo, teriam?
- Nós só sabemos que o Kurosawa estava questionando ele. - A Misaki lembra. - A única chance dele ter saído vivo seria se o Kurosawa considerasse que ele é um humano. E você Izakura?
- Ao mesmo tempo que sei do objetivo da Austeridade de exterminação, eu vi o Kurosawa guardando a espada... - O Hiroshi fala. - Então eu não sei, e não acho que vamos descobrir tão cedo.
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Sobrenatural, O Prédio Subterrâneo
ParanormalO sobrenatural parece ter tomado conta do Japão. Nenhum lugar é seguro... Mas é aí que os irmãos Kurosawa criaram uma equipe de cinco pessoas para investigar um prédio subterrâneo que foi invadido pelo sobrenatural. Este é o primeiro livro de Sobren...