Capítulo VI - O Fim de um Dia

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     Então o Hiroshi responde:

     — Sim, eu sei. O Akumi é uma criatura Racional, Física e Mágica, normalmente ele possui a aparência de um humano, só que com a pele cinzenta e quatro braços. Ele é uma criatura problemática por ser muito inteligente. Eles conseguem transformar humanos em Akumis, esse deve ser o caso do 46.

     E, de repente, a Fumiko lembra de algo.

     — Ah, quase ia me esquecendo... Enquanto o Leon investigava o computador, eu fui investigar o corpo dos zumbis e encontrei um tipo de crachá.

     — Mas o que te fez ir até o depósito para investigar aqueles corpos? — Pergunta o Haiji.

     — Eu não sei. — Responde a Fumiko. — Deve ter sido a minha intuição ou falta do que fazer. Agora sabemos que o nome da recepcionista era Tanaka Chisa.

     — Por agora, vamos para a próxima sala. — Fala a Misaki incomodada porque, talvez, quase perdeu uma pista.

     E então eles seguem até a sala mais próxima. Lá dentro, cinco zumbis começam a avançar, mas eles são diferentes daqueles do depósito, eles são mais rápidos.

     — Por que eles são mais rápidos? — Pergunta o Haiji.

     — Existem zumbis mais lentos e mais rápidos, são variações. — Responde o Hiroshi. — Mas a fraqueza ainda é a mesma, a cabeça.

     E o combate já começa com a queda de um primeiro zumbi pelo tiro certeiro da Misaki. Fumiko tenta atirar em outro zumbi, mas ela erra. O Leon acaba atirando no braço de um segundo zumbi. O Hiroshi arremessa uma faca bem no olho de um terceiro zumbi. Um quarto zumbi avança e ataca o Haiji, acertando-o no braço, e o Haiji revida com as soqueiras das facas. O terceiro zumbi avança na Misaki atacando-a, mas ela atira e mata ele. A Fumiko atira novamente, desta vez acertando na perna do segundo zumbi. O Leon aproveita a mobilidade afetada do segundo zumbi e o finaliza com um tiro. A batalha acaba com uma faca arremessável do Hiroshi acertando na cabeça do quarto zumbi.

     Esse foi um combate um pouco mais agressivo que os anteriores. Com isso, a Fumiko pega as suas coisas e ajuda nas feridas do Haiji e da Misaki. Enquanto isso, o Hiroshi pega as suas facas de volta e o Leon só olha para outra direção.

     — Não importa quantas vezes eu veja essa criaturas, eu nunca vou me acostumar... — Expressa o Leon.

     — No fim, ninguém nunca vai estar. — Fala o Haiji.— Mas estamos aqui para lutar contra isso, para que essa não seja a realidade de pessoas que não conseguem se defender.

     — Pronto, eu terminei os curativos. — Fala a Fumiko. — Estamos aqui há bastante tempo, que horas são agora?

     — Já são 16:07h. — Responde o Leon. — O sobrenatural fica pior durante a noite não é?

     — Nós ainda temos um tempo até ficar de noite. — Fala a Misaki. — De acordo com os Kurosawa, o bom é nunca perder tempo.

     Então todos começam a olhar ao redor da sala, ela parece ter alguns pontos de interesse.

     — Parece que uma carnificina aconteceu aqui... — Fala a Fumiko enquanto olha para o sangue seco espalhado pela sala.

     — O cheiro é horrível também... — Comenta o Leon.

     E como um tipo de instinto, todos começam a vasculhar a sala por bastante tempo, encontrando diversos papéis e documentos. A Fumiko parece um pouco perturbada depois de ler um documento.

     — Eles faziam isso por diversão... — Ela fala.

     — O que você encontrou? — O Hiroshi pergunta.

     — Mais arquivos confidenciais. Basicamente está escrito que eles colocavam as criaturas contra diversos animais diferentes... por diversão... Mas eles pararam quando perceberam que os sobrenaturais sempre ganhavam e que, de alguma maneira, eles ainda ficavam cada vez mais fortes.

     — Isso só prova que essa empresa não tinha nada de inocente. — Fala a Misaki. — Encontrei uma folha de algum caderno que está escrito basicamente o que a Takahashi já falou.

     — Nós ficamos muito tempo investigando aqui. — E o Haiji pergunta. — Que horas são agora?

     — Já são 18:42h. — Fala o Leon. — Acho que já é hora de voltarmos para a base, continuamos a explorar amanhã.

     E todos voltam por onde vieram, como eles limparam o caminho até aqui, não havia nenhuma criatura no caminho. Eles entram no carro e se dirigem sem problemas até a base. Chegando na base, eles sabem exatamente o que fazer, o investigador da equipe, nesse caso a Misaki, precisa passar um relatório diário de missão para um dos gêmeos. Cada um deles seguem seu caminho, mas Haiji segue na direção do Hiroshi e o chama.

     — Hiroshi.

     — O que foi agora?

     — Você superou aquele problema com armas de fogo?

     — Não exatamente... O som alto e esplosivo de um tiro ainda é um tipo de gatilho...

     — Eu entendo. Eu... acabei escutando a sua conversa com a Harukawa... — E o Haiji suspira. — Me desculpa.

     O Hiroshi não fala mais nada depois disso. Como aquela conversa parece que não vai continuar, cada um deles seguem os seus próprios caminhos para os seus dormitórios.

     Chegando no seu dormitório, o Hiroshi faz o que as pessoas fazem antes de dormir, todos haveriam que acordar cedo para dar continuidade à missão. Ele não conseguiria dormir tão cedo assim, ainda eram 19:36h, então ele matou tempo no celular e no livro que todo pesquisador recebe (que contém todas as informações descobertas sobre todas as criaturas). Ele conseguiu encontrar o sono somente às 22:00h da noite, um horário onde os outros já deveriam estar dormindo, mas quando ele se prepara para dormir o seu celular toca, é a sua mãe.

     — Por que ela está me ligando essa hora? — O Hiroshi pensa e atende o telefone logo em seguida. — Alô?

     — Hiro! Um sobrenatural invadiu a nossa casa! Ele está atrás de mim e eu tenho certeza de que ele vai me encontrar... — E algum tipo de barulho de porta abrindo pode ser ouvido. — Ah... AAAAA!

     — Mãe! — Mas assim que o Hiroshi verifica o celular, a ligação foi encerrada. — Eu preciso... ir até lá!

     Então Hiroshi sai às pressas, ele sabia que algo aconteceu com a sua mãe, mas não queria pensar no pior. Saindo do seu dormitório, ele encontra o Takechi mais à frente.

     — Izakura? — O Takechi fala e percebe a tensão do Hiroshi. — Você parece nervoso... Aconteceu alguma coisa?

     — É a minha mãe... Uma criatura invadiu a nossa casa!

     Quando o Takechi percebe que tem relação como o sobrenatural, ele toma outra postura:

     — Você dirige?

     — Não...

     — Eu posso te levar até lá? Não existe nenhum táxi essas horas.

     — Sim, pode.

     Então os dois seguem até a garagem menor, onde ficam os carros dos gêmeos e de integrantes que vêm de carro. Eles entram no carro do Takechi e, enquanto ele dirige, o Hiroshi dá as direções. Chegando lá, o Hiroshi verifica se a porta está aberta, ela não está apenas aberta, provavelmente ela foi arrombada.

     Mesmo sentindo calafrios, nervosismo ou até saber o que esperar, o Hiroshi abre a porta de uma vez por todas e a cena que se encontra lá dentro nunca mais poderá ser esquecida. Eles encontram a Haruna Izakura, a mãe do Hiroshi, deitada no chão imóvel e cheia de ferimentos por garras, logo abaixo dela, uma poça de sangue e um número escrito com o sangue dela: "46". Ela estava morta.

Sobrenatural, O Prédio SubterrâneoOnde histórias criam vida. Descubra agora