tsar

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Dazai pov

Missões são cansativas, meu corpo parece imerso em minha fadiga. Uma luta árdua contra um inimigo formidavel fôra travada pouco antes e Chuuya o venceu sem dificuldades, isto não me envolveria certo? Bem isso de certa forma me envolveu já que eu estava como parceiro dele e cérebro da dupla. Aquele oponente procurou uma brecha em que o Nakahara vacilasse e me atacou de surpresa, eu já havia previsto isso mas mesmo que por mais que eu estivesse esperando tal ataque tendo em vista as posições que os dois estavam eu fui incapaz de desviar e o ataque me acertou em cheio me jogando contra uma árvore qualquer, por Deus isto doeu tanto.

Me lembro perfeitamente da expressão assutada de Chuuya quando aquele homem me atingiu, o de cabelos alaranjados feito o pôr do sol abriu sua boca em um perfeito "o" e o choque do momento fez com que seus olhos se arregalassem instantâneamente estreitando suas pupilas, logo em seguida ao processar o que havia acabado de acontecer seus olhos azuis se encheram de fúria. O azul oceano nunca pareceu tão vivido quanto esteve naquele momento, as suas íris vibravam freneticamente e seu cenho se franzia juntamente com uma mordida forte em seu lábio que lhe arrancou um pouco de sangue. Ele parecia uma fera prestes a ser solta de sua jaula e estas foram minhas ultimas lembranças.

Agora eu me encontro semi nu, apenas de cueca Boxer, sentado sozinho em uma grande banheira da qual sequer tem água do banheiro minimalista do apartamento do tal ruivo com qual domina todos os meus pensamentos, ele me parece tão humano, ele possui todos os traços de um humano.

Eu poderia dizer meus olhos já viram de tudo nesse infame mundo. Meus olhos já viram o céu queimar, o mesmo entra em combustão todos os dias que Chuuya voa contra o vento com seus cabelos flamejantes. Eu também já vi o inferno gelar, o inferno da máfia do porto se torna frio toda vez que Chuuya olha para mim com aqueles olhos vazios quando se questiona de sua própria existência. Chuuya é leve como a brisa, ele tem uma fácil capacidade de "passar a perna" nas pessoas quando quer, ele engana qualquer usuário de habilidade e consegue facilmente usá-la contra o próprio oponente como se estivesse afogando um peixe. Meus ouvidos já ouviram o som estrondoso de um tsar bem quando como Chuuya usa Arakabaki Deus da Destruição que causa desgraça em todo lugar que está ao seu alcance, este som que é parecido com um quasar mas a diferença é que um tsar estoura sua orelha.

Eu poderia dizer que já vi de tudo, mas nunca vi alguém como Nakahara Chuuya, ele é tão humano quanto qualquer um que possui uma vida normal. Suas reações diante as coisas e expressões muitas das vezes exageradas exalavam sua humanidade, ele me encanta, ele tem o que eu nunca poderei ter por mais que em tese eu seja muito mais humano que ele.

- Cavala idiota... -Falando no tal ruivo, ele se fez presente no local.

Nao me dei o trabalho de responder, apenas lhe lancei um gemido sofrego. Incrível, ele me faz perder todo o raciocínio de coisas básicas apenas com a sua presença. Eu queria tanto fugir com ele.

Chuuya se aproximou de mim lentamente, como se estivesse tomando todo o cuidado do mundo, como se eu fosse um de seus vinhos mais preciosos, eu estaria me iludindo se pensasse que era isto que ele pensava enquanto se aproximava? Sim eu estaria sendo iludido. Ao contrário de mim ele ainda estava vestido com suas roupas sociais e seus cabelos estão extremamente bagunçados.

- Como você ta' sua cavala estúpida? - Ele espera alguns segundos mas nem me deu tempo suficiente para responde-lo - Você é tão imprudente! Do que adianta ser considerado um demônio prodígio mas não conseguir desviar um ataque?! Eu sempre falo pra' você me acompanhar nos treinos coisa e tal mas você nunca me obedece!! Dazai pelo amor de Deus eu não vejo problema em cuidar de você mas você sequer se cuida - O ruivo parecia uma mãe estressada, o que me arrancou alguns risos.

- Sabe lesma... Você bem que poderia ser mais passivo e não me xingar a todo instante - Chuuya fechou a cara na hora, parecia que ele poderia me socar a qualquer momento.

- Dazai!! - Exclama estressado - E você ainda acha que pode fugir da mafia desse jeito!?

Por mais que eu estivesse bêbado quando sugeri isto a Chuuya eu ainda consigo me lembrar perfeitamente, me lembro tão bem e não me arrependo de nada que eu disse.

- Eu quero fugir com você.

- Dazai.... Não dá, a máfia é como... Uma família.

- Você os considera família?

- Mais do que você imagina.

Chuuya não estaria disposto a fugir comigo, eu imaginava que ele só teria recusado aquele dia por que eu estava bêbado, mas agora vejo que estou errado. Vejo genuidade em suas falas, ele não mente, ele não irá largar tudo por nós.

[...]

Eu fui incapaz.

Se eu tivesse chegado mais cedo isto não teria acontecido.

O sangue de Oda encharcou minhas mãos que tremiam em repulsa, eu queria que aquilo fosse Mentira, que fosse tudo um sonho. Seu corpo caído fez com que meu coração despencasse, minha racionalidade se foi por completo.

Ele parecia feliz, por que ele estava feliz? Ele estava feliz por ter se livrado dessa vida? Ele apenas desejava ter uma vida normal, pacífica, mas isso não foi capaz de ser concluído.

Seu peito subia e descia com dificuldade, ele se esforçava para respirar, parece que uma grande pedra esmagasse seu pulmão o impedindo de respirar o ar puro e caótico do lugar onde seria marcado sua morte.

Não consigo acreditar, ele morrerá em minhas mãos e eu sequer pude fazer alguma coisa.

Ele me fez prometer algo antes de partir, ele fez com que eu prometesse que sairia da máfia custe o que custar. E é isso que eu vou fazer.

Foi quando eu me toquei que não era mentira e muito menos um sonho, Odasaku estava ali, morto em meus braços.

Eu não chorei quando ele se foi. O coração dele havia parado de funcionar, sua pele ficou gelida e branca como a neve mas fui eu que morri aquele dia, meu coração parou em meu imaginário, todos os meus sentidos me abandonaram naquele momento, eu estava de fato perdido.

A única coisa que me resta é fugir, ir embora para bem longe desse lugar infeliz.

Eu não irei levar Chuuya, o ruivo iria me impedir e é isso que eu menos quero agora.

Eu poderia escreve-lo uma carta, mas nao vou fazer, irei apenas explodir seu carro, assim ele não irá vir atrás de mim.

Me perdoe mas eu não vou voltar tão cedo para casa, ou melhor, eu sequer vou voltar.

Minha alma está presa nessa terra enlamaçada e está é minha sentença. Eu irei vagar pelas cinzas de todas estas casas judiadas pelas guerras entre organizações.

Na vida infeliz da máfia até anjos ou arcanjos viram as costa para a gente.

Estou indo embora pela chama, pelo ódio e pelo falso amor a patria.

Ou pela raiva e o gosto de ver órgãos em calçadas.

Mas me perdoe Chuuya, eu só queria uma vida boa para nós, e nossa separação irá te fazer progredir, por mais que pareça loucura.

Me perdoe novamente Chuuya, eu só queria uma vida boa para nós.

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