our best version; Soukoku

carrinho de madeira

Cheirava a sexo. O quarto de Osamu Dazai exalava um forte cheiro de sexo. Roupas esparramadas e alguns objetos jogados ao chão denunciam o desleixo do moreno ou até mesmo o ato que foi feito minutos atràs.

Há uma mulher deitada em sua cama, ele sequer sabe o nome da tal mas, mesmo assim, está totalmente desnudo ao seu lado, a não ser pelas ataduras que ainda prevalecem. Ele não sabe como a encontrou, sequer lembra de como ela veio parar em sua casa, Dazai provavelmente estava tão bebado que sua consciência esvaziou-se totalmente, o deixando incapaz de lembrar sobre qualquer coisa que possa ter acontecido anteriormente. Claro, ele sempre foi forte com bebidas mas em dias como... esse ele se permite deixar o álcool puro subir para a mente.

Hoje faz um ano em que deixou a mafia do porto, digno de comemoração não é mesmo? Mas hoje também irá fazer um ano que Sakunosuke Oda deixou este mundo e, consequentemente, deixou a Dazai.

Era a primeira vez que ele passava novamente pela data em que seu coração deixou seu corpo, na mesma data em que não apenas deixou a mori e sim todo o resto da mafia do porto, mas ele não se importava com tal resto. Talvez ele se importasse com Chuuya, mas a partir do momento em que saiu daquela maldita organização ele teve que deixar de se importar, mesmo que por mais dolorido que seja. Ele deve fazer com que Chuuya o odeie, isso seria o melhor para ambos.

A tal mulher parece dormir tranquilamente, mesmo que naquele futon desconfortável e apertado já que ele claramente não foi feito para suportar duas pessoas.

Dazai odeia essa aproximação depois do sexo e a mulher claramente não possui a intenção de sair daquele futon tão cedo. Sua mente alternava entre expulsa-lá ou esparar até que ela acordasse por conta propria.

Desde sempre seu futon parecia desconfortável e os maiores sinais disso vinham como dores fortes na coluna, uma dor tão insuportável para justo aquele que odeia sentir dor; Talvez seja por isso que o sofá da agência lhe parece tão convidativo, Osamu chega a dormir como um anjo naquelas almofadas macias como nuvens.

Essa mulher ao seu lado não está tornando as coisas mais fáceis, talvez seja justamente o contrário de fácil.

Mas afinal, o que é fácil? É claro, fácil é o contrario de difícil mas o que seria dificil? Difícil é justamente aquilo que não é facil, e com essas perguntas nós nos encontramos em um paradoxo, o que é facil para esta mulher está sendo dificil para Osamu, então sendo assim tudo pode ser considerado fácil mas ao mesmo tempo tudo pode ser difícil.

E foram com esses pensamentos que Dazai, pela primeira vez na noite, olhou para algo que não seja a própria sombra.

Dazai pov

Passei tanto tempo perdido em mim mesmo que esqueci o que se passava ao meu redor, esqueci de quase tudo que me cerca. Perdi noção do tempo, perdi noção de espaço, perdi noção de clima.

Somente agora me atentei que uma chuva densa e tempestuosa encharca Yokohama e mancha os céus com suas nuvens escuras, me parece bem melancólico, os sons das gotas batendo contra o meu telhado me acalmam de certa forma e, ah aquela mulher infeliz continua ao meu lado.

Ela toma quase todo o espaço de meu futon, estou em duvida entre apenas deixá-la deitada ou expulsa-la, a segunda opção me parece agradável.

Sinceramente mal me lembro de como ela veio parar em minha casa, só sobram resquícios de memória em minha mente em que eu estava bebendo sobre o balcão daquele bar qualquer e esta mulher veio até mim, é a unica memoria desta noite que me resta. Agora a olhando melhor posso garantir que a aparência da mulher é tão comum que eu seria capaz de esquece-la em questão de minutos, ela possui longas madeixas pretas e sua pele é palida como uma folha de papel, ela não possui nenhum traço marcante, porém seu semblante é triste, seu rosto transborda tristeza, ela é uma mulher infeliz, talvez seja por isso que veio até mim.