Ao percorrer as ruas repletas de Ykrahtis, nos deparamos com alguns estabelecimentos no meio do caminho, onde produtos eram negociados com uma moeda diferente da habitual em Dreviaty. Isso nos indica que Sanerius possui sua própria economia, embora baseada em princípios semelhantes aos de Procellae. Nos afastamos um pouco da multidão, buscando um beco mais tranquilo para discutirmos nossa estratégia dali em diante.
- Certo, a única coisa que temos é essa bússola que serve apenas para nos orientar dentro do domínio. Isso me faz pensar que o senso de direção aqui pode ser diferente de alguma forma. Procurar os Vimas aqui é como procurar uma agulha num palheiro, praticamente impossível, a menos que tenhamos outra pista.
- Bem... na verdade, tenho sim. - Diz Mia de forma hesitante.
- Olha, vou ser direto com você. Se continuar ocultando evidências, não chegaremos a lugar algum. Lembre-se de que praticamente me forçou a te ajudar, tenha um mínimo de bom senso.
- Tudo bem... pega. - Ela joga um cristal translúcido em minha direção.
- Isso é um Vima. Ele emite luz quando está próximo de outros. Dependendo da distância, podemos usar isso para procurar.
- Parece um cristal comum para mim. De qualquer forma, espero que possamos construir mais confiança daqui em diante.
Ela abaixa a cabeça, arrependida de suas atitudes.
- É um começo. Como esse lugar possui um sistema de troca por moedas, talvez haja uma possibilidade de existir um mercado alternativo por aqui.
- Mercado alternativo?
- Sim. Pelo que entendi das informações que você me deu, a relação entre Procellae e os Ykrahtis é pacífica, contanto que nenhum dos lados interfira nos assuntos do outro. Portanto, é praticamente nula a chance de Sanerius ter consentido com o roubo de algo do reino, ainda mais um Vima. É provável que alguém aqui esteja em busca de um grande valor em dinheiro. Se um Vima já tem valor em Dreviaty, imagine aqui, onde eles têm menos contato com o mundo exterior.
- Na verdade, eles têm contato sim. Não são proibidos de sair, mas é arriscado, pois são vistos como uma ameaça.
- É irônico pensar que você não os veja desse modo.
- É que, ao vê-los pessoalmente, não parecem tão ameaçadores como pensei.
- Você diz isso porque eles ainda não viram você sem o disfarce.
Eu deixo o beco com o Vima em meu bolso e me aproximo de um comerciante que vendia pedras preciosas em formato de bijuteria.
- Dõo njdêóeâ, õ svê xõdg úêo â xêóéâ rõt âsvj? (Com licença, o que você tem a venda por aqui?) - Digo usando a linguagem dos Ykrahtis.
- Dõnâtêu ê lõjâu hêjúâu éê tvçj, õvtõ ê Rnâújóâ. (Colares e joias feitas de rubi, ouro e Platina.) - Diz o Ykrahtis que era maior e mais magro que aqueles da entrada, possuindo uma máscara menor com uma aura mais fraca.
- Êv êuúõv rtõdvtâóéõ voâ rêétâ svê díêiõv têdêóúêoêóúê, óbõ f óêóívoâ éêuuâu. (Eu estou procurando uma pedra que chegou recentemente, não é nenhuma dessas.)
- Ujóúõ ovjúõ, uô úêóíõ êuúâu. (Sinto muito, só tenho estas.)
- F voâ jivân êuuâ. (É uma igual essa.) - Mostro o Vima para ele discretamente.
- Hânê dõo Félix óõ nõdân éê uêortê. Ânjãu óvódâ úê xj rõt âsvj. (Fale com Félix no local de sempre. Aliás nunca te vi por aqui.)
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O Conto de Alguém Sem Nome
Fantasy"Nas terras de Dreviaty, em uma parte isolada do reino de Griffith viviam a miséria, a dor e a angústia, tudo aquilo que os nobres deixaram para nós, aqueles que não possuíam valor e dignidade, apenas seres descartáveis que não tem a permissão de te...