Muitos envelopes fluturam diante os olhos violetas.- pode escolher qualquer carta dessa sala- e apontou para o baralho que voava e dançava no ar.
- que cartas são aquelas?- perguntou apontando para a parte escura da sala. Na parede tinha seis cartas maiores e um espaço em branco.
- São cartas especiais- o homem forçou um sorriso.
- por que tem um espaço em branco?
- não estou aqui para responder isso enquanto você não escolher a carta.- e apontou para o monte.
- eu quero aquela- apontou para a parede para a carta mais baixa quase oculta atrás do balcão.
- mas...
- você falou qualquer carta dessa sala- deu de ombros.
- garotas são inteligentes que chega a dar um ódio.
- foi uma garota que escolheu a do espaço vazio?
- sim uma loirinha com cara de barbie bêbada, simpática, mas cara de mongolóide. - deu de ombros embaralhando as cartas e pegando a que a garota tinha apontado.- nesse novo mundo seu poder ficará tipo "gerando" para você. As únicas coisas que você terá será atributos físicos novamente. Não precisa fazer nada, o poder é roubado- deu de ombros.
-roubado?
- nessas cartas existe um limite- apontou para o baralho- nessas o usuário é o limite- sorriu ladino apontando com o polegar para a parede. - temos sete hacks, elas são limitadas.
- não posso saber qual é o meu poder?
- bem... Após um tempo você irá para uma sala mental aonde você poderá treinar seu poder e o desenvolver. Vai ter um preço tranquilo- o cara sorriu ainda embaralhando as cartas.
-e meu poder?
-Manipulação Geral- ele suspirou tirando o cartão de dentro do envelope - você literalmente pode distorcer e mudar tudo. Manipular elementos, a vida. É como se tudo a sua volta se tornasse massinha de modelar aonde você pode mover do jeito que querer- ele demonstrou em uma carta- você pode montar e desmontar- ele falou transformando a carta em fogo e em seguida em uma pomba.
- é realmente poderoso..
- não falei??
- a garota tirou que carta?
- segredo. - ele riu balançando a mão- hora de voltar, até aprendiz.
-até..
Quando ela abriu os olhos novamente estava no seu quarto da vida real.
Desceu as escadas e a casa silenciosa a deixou levemente confusa. Sua mãe deveria ter ido ao mercado. Ela pensou.
Abriu a porta, passou e fechou.
Ela caminhou pelas ruas da grande cidade em que vivia quando a batida de um carro ecoou em seus ouvidos, ela se virou para trás sabendo que o carro havia atropelado algo.. E seu sangue gelou.
A mulher que tinha voado oito metro caiu como um boneco, só que com sangue e ossos fazendo parte da equação. Mas a garota não prestou atenção a isso, ela prestou atenção na mulher. Os cabelos loiros machados de sangue e os olhos antes vivos agora mórbido.
Judy, sua mãe.
Tatiane não expressou nada, suas pernas se moveram sozinha enquanto ela sentia o mundo ficar vago e devagar, passo por passo. Até ela ficar diante o corpo já sem vida daquela mulher.
O carro, uma Lamborghini preta acelerou e sumiu de vista. Mas antes de tudo ela observou a placa, ela estava boba. Sem reação alguma.
Vozes confusas gritavam para chamar a ambulância, mas Tatiane sabia que a mulher estava morta. Que Judy morreu com o choque no momento que o carro a lançou para frente. Sua perna em uma posição nem um pouco comum.
A ambulância chegou e Tatiane subiu para acompanhamento. Mas ela estava perdida, as perguntas dos médicos e enfermeiras ecoavam em sua mente mas ela não conseguia responder.
- deve ser a filha, entrou em estado de choque, verifiquem ela também- o médico falou calmo, acostumado com pessoas morrendo.
Ela foi verificada e no dia seguinte saiu do hospital já tendo que pensar em pagar o custo do funeral.
Ela não dormiu nem comeu nada.
E quando a porta de sua casa foi fechada ela caiu no chão e gargalhou, suas risadas ecoaram pelas paredes frias do lugar e ela parecia ter ouvido algo absurdamente engraçado mas, em um momento ela parou e tocou suas bochechas que estavam vermelhas por estar rindo tanto, ela sentiu algo molhado deslizando pelo seu rosto e com a ponta de seu dedo molhado ela tocou na boca.
- s-salgado- ela falou pela primeira vez desde o acidente- o-o que.. É isso? São lágrimas- sua voz embargada questionou- por que eu estou chorando? - perguntou e seus lábios tremeram - eu nunca chorei.. - as lágrimas começaram a descer mais rápido - AAAAAAH- Ela gritou socando o chão- A AAAAAAAAAAH.
Ela não se importava que alguém a escutasse, ela não se importava com mais nada. Mas ela continuou a socar o chão e sentir seus olhos e nariz escorrer.
A porta que ela estava diante teve a maçaneta girada e olhos verdes entraram correndo e caíram diante dela a abraçando e a acolhendo como se nada pudesse a ferir.
- eu estou aqui - Brian sussurrou segurando os pulsos dela para não se ferir, e a abraçando pelas costas.
Ela gritou, chorou, gritou e chorou, e gritou.
A tristeza se tornou ódio, e o ódio se tornou ela.
Brian sentiu o corpo dela amolecer, ele sabia que ela ainda estava acordada, mas ela estava cansada demais e sem voz para falar.
Brian viu os olhos dela, e ele estremeceu. Dizem que os olhos são o espelho da alma, e se isso fosse verdade ele sentia medo de perguntar como ela estava.
"Os deuses só podem estar brincando com nossos corações" ele pensou enquanto alcançava algo para a garota comer.
Após comer lentamente ela se levantou.
- eu vou ficar por aqui está bem?- ele falou com cuidado mas ela só deu de ombros ainda de costas e foi para seu quarto dormir- deuses malditos....- ele sentiu seu coração apertar ver a aquela garota mostrando tanta fraqueza, ele não sabia como ela reagiria. Mas com apenas um olhar, ele sabia que nada seria como antes.
Nunca mais.
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A Guardiã
FanfictionUma adolescente entediada com sua vida, resolvendo tentar entrar na tão falada DR acaba tendo resultados inusitados. - oh my God - Fica chocada com os resultados. uma sorridente,louca e corajosa . E talvez algo a mais....Algo que ninguém faz idéia...