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LUAN

tentei acorda-la, chamei por ela diversas vezes, mas ela não se mexia.
aquilo estranhamente me deixou nervoso.

a coloquei em meus braços, subindo as escadas com ela e indo em direção ao banheiro, chegando lá liguei o chuveiro, molhando seu rosto.
ela despertou assustada, me apertando e se prensando no meu corpo.

-qual o seu problema, humana estúpida? (eu grunhi irritado)

ela não respondeu.
seus olhos estavam caídos e o aperto se afrouxou, como se ela estivesse fraca demais para reagir.
andei com ela até o quarto, colocando ela molhada mesmo em cima da cama e alcancei uma toalha, a jogando em sua cabeça.

respirei fundo olhando para ela por alguns segundos após solta-la.
ela se apoiava em um braço para não cair deitada na cama, uma de suas mãos pressionava o seu estômago.
isso fez algo surgir na minha mente, um motivo.
eu não deixei que ela comesse e logo em seguida a levei para lá, talvez a falta de alimento e a agitação e nervosismo do momento tenham a deixado nesse estado.

humanos são tão patéticos, ela estava assim só por conta disso?
fiquei irritado.

-tire sua roupa. (eu disse me virando e indo em direção ao armário, estávamos no quarto q ela dormia)

quando voltei meus olhos para ela percebi que ainda continuava na mesma posição, respirei fundo novamente.
caminhei até ela segurando uma roupa íntima e um vestido branco em minhas mãos.

-e então, você tá surda ou o que? (eu tentei me controlar e ter paciência)

ela se encolheu, sua respiração estava ofegante e seus olhos quase fechados.
talvez ela não tivesse forças para fazer isso.
ok, eu tenho.

joguei as roupas ao seu lado, a puxando para o meu corpo, vendo a mesma dar um gemido de dor.
segurei a barra do seu vestido pelo final, começando a levanta-lo, ela se encolheu.
não tive paciência para tirar sua calcinha, então só a arranquei de seu corpo.
tentei me concentrar quando me abaixei um pouco para vestir a calcinha nela, olhando para o lado irritado com toda essa situação.
coloquei o vestido nela, vendo por fim a mesma finalmente vestida.
então a peguei no colo, colocando ela deitada na cama, mandei ela continuar ali e não sair, como se ela conseguisse fazer isso.

desci até o andar de baixo e fiz um sanduíche, peguei um copo de suco e um remédio para enjôo.
subi as escadas, tendo que quase colocar a comida em sua boca para que ela comesse.
depois de quase uma eternidade, ela havia comida e tomado seu suco com o remédio.
agora estava com os olhos fechados, deitada em sua cama.

me levantei, saindo do quarto e fechando a porta em seguida.

desci até o meu escritório, me encostando na mesa assim que passei pela porta.

respirei fundo.
o que eu havia acabado de fazer?
por que fiz?
senti meu sangue esquentar, como se minha pele fosse capaz de ficar quente.
me sentia enfurecido pela minha ação, me sentia ridículo e imbecil.
chutei a mesa, vendo a mesma voar na parede com tudo que havia em cima dela.
desgraçada, é tudo culpa dela.

desgraçada, é tudo culpa dela

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YARA•

acordei ainda meio sonolenta, me sentindo um pouco fraca.
sabia que se ficasse sem comer não iria ficar bem, mas definitivamente passar por aquela situação piorou tudo.

levantei da cama devagar, andando até a porta, olhei em volta e não vi nem escutei ninguém, então comecei a andar pelo corredor devagar, para não fazer barulho.

até que cheguei em frente ao quarto do segundo supremo, percebendo que ele não estava lá dentro, olhei um pouco mais para dentro, tentando ver se ele estava em algum lugar.

-o que está fazendo? (sua voz rouca soou atrás de mim, me fazendo levar um susto)

-e-eu... (tentei me recompor) -não estava fazendo nada.

-por que saiu do seu quarto?

-porque tenho o direito de ir e vir.

-já está melhor para me responder, humana? (ele disse ríspido, ficando rígido)

-sim, não é algo tão fútil que vai me derrubar! (eu disse sorrindo, odiava ele e não iria baixar minha guarda)

-fico feliz de já estar com tanta disposição! (ele sorriu, mas eu conseguia ver a raiva em seus olhos) -quero que limpe a casa toda, está precisando de uma faxina.

-o que?? a casa é enorme, tem dois andares! (eu disse espantada)

-tudo bem, você tem muita disposição! (ele disse piscando antes de entrar no quarto) -espero que pela manhã tudo já esteja limpo (então ele fechou a porta, me deixando do lado de fora)

maldito, desgraçado, imundo!
como ele quer que eu cuide de tudo isso sozinha?
só pode ter ficado louco.

A escrava do vampiro Onde histórias criam vida. Descubra agora