Capítulo 7: Operação: Drogas

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Ao chegar em casa após a aula, digo a Robert para me dar maior quantidade de drogas possível. Se tudo der certo, consigo todo o dinheiro ainda hoje. Se bem que mesmo não dando certo, vou ter que arranjar o dinheiro de qualquer jeito, já que estou com o prazo apertado. Então óbvio que no dia seguinte já tinha um Robert me irritando.

— Hoje é o dia, pirralho. — ele diz, enchendo o saco logo de manhã.

Estou andando de um lado ao outro, pegando roupas, calçados e materiais. Tudo isso com Robert ao meu encalço.

— Sim, eu sei. — reviro os olhos, indo ao armário, pegando um moletom.

— Acumulei mais saquinhos que o normal. — ele vai até minha cama e joga, pelo menos, uns cento e cinquenta saquinhos.

— Bom, acho que não vai ser um problema.

— Não tem de achar... — o interrompo.

— Eu já disse que provavelmente vou conseguir.

— Chega! — ele aumenta o tom de voz. — Não quero saber de achismos seus! Você vai dar conta, entendeu? O prazo é até amanhã. Se não trazer todo o dinheiro, sua irmã vai receber uma visitinha amanhã à noite.

Sinto um frio percorrer por toda a minha espinha, mas antes que eu possa agarrar Robert, ele sai do quarto, pisando forte e batendo a porta.

Porra.

Porra!

Respirando com dificuldade, volto a arrumar a mochila, pego os livros em cima da cama, pondo na mesma, e vejo os saquinhos com comprimidos.

Precisa dar certo.

Pego-os de forma bruta e jogo tudo dentro da mochila, saindo do quarto e indo para o quarto da Isabel. Atravessando o corredor, paro em frente a uma porta branca e cheia de flores rosas. Bato uma vez na porta, mas ao não escutar nada, abro a porta. Porém encontro apenas um quarto colorido e vazio, sem a presença da minha irmã.

Certo, Ravi! Respira, ela só foi para a escola!

Se aquele desgraçado fizer algo com ela, vou cortar a garganta dele. Não posso mais deixá-la sem supervisão. Talvez eu possa sair da escola mais cedo, para pegá-la no colégio todos os dias. E nem que eu tenha que levar ela nas corridas, me recuso a deixar ela sozinha com esse merda. Sei que Robert a ameaçou por conta do dinheiro quase atrasado, mesmo assim não dá para confiar.

Além de que preciso vender as drogas para conseguir despistar Robert nos dias das corridas. Quem sabe, eu consiga vender uma quantidade maior na corrida. Hoje é dia da principal Hell Race, e não faço a mínima ideia do porquê Ian a chamou de principal. Com certeza vai ser um dia difícil, ainda mais que vou ter que dar um jeito de conversar com os corredores. Minha cabeça vai explodir.

Irritadiço, saio do quarto e desço as escadas. Torço para não haver ninguém na cozinha, não irei conseguir dar conta de mais uma conversa agora de manhã. Mas como minha sorte é uma merda, encontro minha mãe. Tento passar por ela até a geladeira de forma despercebida, mas foi em vão, pois somente ao colocar os pés no cômodo, ela levanta os olhos para mim.

— Bom dia, meu filho. — ela me diz, com um sorriso amoroso. — Tudo bem

— Aham. — pego uma garrafa de água. — Isabel já foi para escola?

— Sim, o ônibus passou mais cedo. — suspiro de alívio. — Suponho que não precise de carona, não?

— Não. — digo me dirigindo até a porta.

— Certeza que está tudo bem? — ela insiste com uma expressão preocupada, se levantando para me acompanhar.

— Sim.

O Rei das Corridas - Série Hell Race / Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora